O dossiê Cultura e Democracia: convergências, conflitos e interesses públicos, ainda que esteja ligado a temas e problemas temporais próximos ao que estamos vivendo no imediato presente, abrange uma temporalidade mais ampla que envolve os diversos meandros que compõe a estrutura do mundo e do Estado modernos. Desde as revoluções burguesas, que marcaram o surgimento de uma nova sociedade, homens e mulheres em vários espaços geográficos passaram por diferentes tipos de instabilidades políticas, o que gerou muitos debates intelectuais além de lutas e disputas frequentes pelas formas de entendimento sobre o poder de atuação das pessoas no espaço público.
Este artigo visa discutir o documentário "Pro dia nascer feliz", dirigido por João Jardim e lançado em 2007, sob a perspectiva da constituição da educação brasileira contemporânea. Muito se discute sobre o papel da educação pública e de qualidade entre nós brasileiros, seja no campo acadêmico, ou das artes, como o cinema. Porém, quando se pretende levantar questões a respeito do tema muitas vezes se deixa de lado os aspectos históricos desse debate. Neste texto, aliamos História, Cinema e produção de conhecimentos com o objetivo de historicizar o debate sobre o papel da educação pública, universal e laica.
O século XX foi um período marcado por contundentes autoritarismos que impactaram a sua produção artística, são vários os artistas e intelectuais que responderam à violência política lançando mão de aspectos temáticos e formais para fazer da arte uma forma de resistência e luta. Nesse amplo contexto, encontra-se a figura do escritor franco-argelino Albert Camus (1913-1960) que se tornou mundialmente conhecido por seus romances, ensaios, bem como por sua atuação na Resistência Francesa e nos embates políticos daí gerados. Neste artigo, trataremos das peças teatrais escritas por Camus ao longo de sua trajetória como escritor, nosso objetivo é compreender como a forma dramática foi importante para o autor se colocar publicamente frente aos temas que marcaram sua época. Além de recuperar os textos teatrais para a análise histórica, buscamos compreender como o autor interpretou os autoritarismos de seu tempo e principalmente como ele nos serve de inspiração para refletir sobre o início do século XXI.
Este artigo parte da constatação de que a base espistemológica que deu amparo à História Cultural na segunda metade do século XX e que permitiu inúmeras discussões e considerações sobre o conhecimento histórico tem muito a oferecer às análises sobre o Ensino de História. Frente a isso, recuperamos a tetralogia Estações Havana, escrita por Leonardo Padura na década de 1990, com o objetivo de demonstrar as potencialidades do discurso ficcional para se entender o passado recente de Cuba.
A partir das reflexões sobre a artes brasileiras produzidas no período posterior à Ditadura Militar, este artigo apresenta questões sobre o processo de formação do Grupo Galpão, coletivo teatral formado em Belo Horizonte no início da década de 1980, responsável por reconhecidos espetáculos de rua e importantes encenações de textos clássicos da dramaturgia ocidental. Para tanto, nosso foco será no ambiente da década de 1980 procurando compreender a importância do teatro de rua naquele contexto, as opções estéticas realizadas pelos atores e, por fim, os debates temáticos oriundos das primeiras peças do grupo.
É com imensa satisfação que lançamos mais um número da Fênix – Revista de História e Estudos Culturais (Volume 17, Ano XVII, Número 1 – Janeiro / Junho – 2020). No momento em que a Fênix – Revista de História e Estudos Culturais completa QUINZE (15) anos de existência, temos de, mais uma vez, reiterar nossos sinceros agradecimentos e gratidão a todos(as) que se envolveram, com desprendimento e coragem, na efetividade desta revista.
As questões relativas à Teoria da História e à formação do professor-pesquisador já foram alvos de intensos debates. Se a primeira traz subsídios que permitem compreender a História como um campo disciplinar e seus respectivos elementos, tais como, interesses, singularidades, diálogos interdisciplinares, aspectos teóricos, metodológicos e expressivos, rede humana e interditos (RÜSEN, 2001; BARROS, 2011); a segunda articula-se frente à elementos que permitem a constituição da figura do historiador, uma vez que sua profissionalização implica em lidar: com uma diversidade de fontes e o aparato metodológico para tratá-las, com o estabelecimento de diálogo com outras áreas de conhecimento, com a construção de problemas e, fundamentalmente, sua atividade implica em escolhas, triagem, pontos de vista e hipóteses. (REIS, 2011). Em outras palavras, "[...] a teoria desempenha um importante papel na profissionalização didática dos historiadores". (RÜSEN, 2011, p. 38)
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