RESUMOA produção acadêmica no Brasil sobre divulgação científica, na qual se insere o ensino de ciências, muito se apoia em referências bibliográficas em língua inglesa. Nos trabalhos que tratam da noção de scientific literacy, predomina a escolha por traduzi-la como "alfabetização científica", e uma parcela bem menor dos estudos adotam "letramento científico". Este artigo trata da entrada do termo "letramento" no campo dos estudos da linguagem do meio acadêmico brasileiro, do qual foi emprestado; em seguida, apresenta algumas definições de scientific literacy em estudos internacionais sobre divulgação científica e ensino de ciências; depois confronta essas definições com trabalhos de autores brasileiros do campo do ensino de ciências, um que usa "alfabetização científica" e outro que usa "letramento científico"; por fim, propõe-se um diálogo do ensino de ciências com o jornalismo para explorar a potencialidade da noção de letramento científico.PALAVRAS-CHAVE letramento científico; ensino de ciências; jornalismo.http://dx
Resumo Este artigo aborda dois grupos distintos de estudos do campo da educação científica e do ensino de ciências que se apropriam de conceitos dos estudos da linguagem e do ensino de línguas, um que trata de alfabetização científica e outro que trata de letramento científico. O principal objetivo é identificar o que há em comum nos estudos desses dois grupos, que noção de alfabetização ou de letramento eles usam, e como esses conceitos influenciam na escolha do que deve ser ensinado na educação científica. Para isso, foram selecionados cinco artigos de cada grupo, publicados em periódicos da área de educação, entre os trabalhos mais influentes, com maior número de citações. Enquanto os que tratam de alfabetização consideram fundamental o ensino de conceitos científicos, os que optam por letramento priorizam, no ensino, a função social das ciências e das tecnologias e o desenvolvimento de atitudes e valores em relação a elas.
Neste artigo, após uma breve revisão conceitual sobre planejamento e política lingüística, modelos de políticas de línguas e um caso exemplar de política lingüística no mundo, abordarei questões atuais de políticas de línguas no Brasil, como o ensino bilíngüe em escolas indígenas, o financiamento a pesquisas para documentação de línguas em extinção, a revitalização de línguas ou de variedades de línguas e investimento governamental em material didático específico para a educação indígena.
Jornalistas, cientistas, pesquisadores da área de comunicação e analistas do discurso concordam que há uma transformação da linguagem especializada do discurso científico para a linguagem não especializada no processo de divulgação científica para o público leigo. O presente trabalho mostra que este processo é tratado de forma diversa pelos diferentes analistas que escolhem a divulgação científica como seu objeto de estudo. Objetivando contribuir para essa discussão, apresento, com o apoio da linha francesa da Análise do Discurso, uma análise comparativa de dois discursos jornalísticos -"Síntese de proteínas pode levar a novos medicamentos" e "Pesquisa analisa discurso envolvendo medicamentos para supressão da menstruação" (ComCiência, 2003a(ComCiência, , 2003b) -, em relação aos respectivos discursos científicos -o resumo da tese de doutorado Caracterização e seqüenciamento de peptídeos e proteínas por espectrometria de massa (Cunha, 2003) e a apresentação da dissertação de mestrado Supressão da menstruação -ginecologistas e laboratórios farmacêuticos reapresentando natureza e cultura (Manica, 2003) -, que serviram de fonte inicial para elaboração das pautas que antecederam as entrevistas com os autores das pesquisas que seriam divulgadas nas notícias. Os textos que formam o corpus desta análise abordam questões que envolvem saúde pública.Bueno, jornalista e pesquisador na área de comunicação, divide a difusão do conhecimento científico em duas categorias: 1) a da disseminação científica, que envolve a difusão para especialistas, seja ela entre pares científicos da mesma área ou voltada para especialistas de outras áreas; e 2) a da divulgação científica, que envolve a difusão para o grande público em geral (Bueno, 1984). O autor assume que a divulgação, que inclui o jornalismo científico, "pressupõe um processo de recodificação, isto é, a transposição de uma linguagem especializada para uma linguagem não especializada, com o objetivo de tornar o conteúdo acessível a uma vasta audiência" (p. 19; grifo meu).Fazendo uma divisão semelhante à de Bueno em relação à difusão da ciência, porém com outra terminologia, Epstein, engenheiro civil e também pesquisador na área de comunicação desde a década de 1980, afirma que a comunidade científica "se relaciona consigo mesma, em cada segmento especializado, e com o resto da sociedade, por meio de dois processos comunicacionais distintos, que são chamados, respectivamente, de primário e secundário" (Epstein, 1998, p.61; v.12, n.24, p.195
O termo “letramento” começou a se difundir no Brasil nos campos da linguística aplicada e do ensino de línguas a partir dos anos 1980. Entre os trabalhos acadêmicos brasileiros que tratam do tema que ficou conhecido internacionalmente como “scientifc literacy”, a maioria é do campo do ensino de ciências e alguns são da comunicação ou dos estudos da linguagem. Ainda predomina nesses trabalhos o uso da expressão “alfabetização científica”, mas tem sido crescente o número de pesquisas que tratam de “letramento científco”. Como se trata da apropriação que a área de ensino de ciências faz de conceitos de outra área do conhecimento, buscou-se aqui verifcar o quanto os trabalhos sobre “alfabetização científica” e sobre “letramento científico” se apoiam em autores dos estudos da linguagem em suas referências bibliográficas.Esta pesquisa mostra que o uso de autores dos estudos da linguagem é bem maior nos trabalhos sobre “letramento científico”.
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