A produção acadêmica mostra a importância de que as teorias e as práticas científicas sejam investigadas à luz de seu desenvolvimento desde o passado, motivo pelo qual a história da ciência se instituiu como domínio autônomo do conhecimento. Construída em debate (e também embate) disciplinar com a história, a filosofia e a sociologia, a história da ciência tem proposto questionamentos teóricos, alguns respondidos de diferentes maneiras ao longo do tempo, outros ainda não totalmente solucionados. Produzir uma narrativa em história da ciência suscita problemas metodológicos e epistemológicos para o pesquisador. De um lado, a escolha das fontes e a adoção do referencial teórico podem gerar dificuldades práticas para o trabalho investigativo; de outro, o caráter histórico da constituição da ciência interroga a escrita da história da ciência. É nesse cenário que se insere o livro Um papel para a história: o problema da historicidade da ciência (Condé, 2017). Mauro Condé, professor da Universidade Federal de Minas Gerais, tem contribuído para o debate contemporâneo sobre a filosofia, a história e a historiografia da ciência, divulgando vários livros acerca do tema (Condé, 2004, 2012, 2013; Salomon, Condé, 2015). Em sua obra mais recente, resultado de curso ministrado em 2013 na Escola Paranaense de História e Filosofia da Ciência e publicado pela Editora UFPR, ele argumenta que a concepção de que a ciência tem uma historicidade própria se formou em um contexto bastante específico de produção teórica, mais precisamente no debate empreendido a partir das ideias de Alexandre Koyré, Edgar Zilsel, Ludwik Fleck, Thomas Kuhn e Ludwig Wittgenstein. Partindo da apresentação das tensões originadas pelas posições desses pensadores, Condé defende que a historicidade deva ser compreendida como condição indispensável para os modos de instauração do conhecimento científico e consequentemente para a história da ciência. É impossível pensar a constituição da ciência fora de seu contexto social e da história em que está imersa. Nesse sentido, a obra resenhada não se trata propriamente de "um livro de história da ciência, mas de como podemos pensar filosoficamente a escrita da história
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