O segmento da agricultura familiar apresenta características específicas na sua organização, como a utilização de mão-de-obra familiar, menor dimensão territorial da unidade produtiva e a lógica ou racionalidade camponesa está voltada em atender as demandas da própria família e não, de imediato, as necessidades do mercado. Estes são alguns dos traços que permitiram sua reprodução ao longo do processo de desenvolvimento capitalista. Por outro lado, estas características representam a possibilidade de transição de um modelo de agricultura convencional, pautado no excessivo uso dos recursos naturais não-renováveis, para um sistema de produção agroecológico, que tem como base os pilares da sustentabilidade (ecológica, econômica, social, cultural, espacial/geográfica). A agroecologia pretende, assim, restabelecer as relações harmônicas entre o homem e seu espaço natural, minimizando o impacto das atividades agrícolas no ambiente e ampliando os benefícios da agricultura para além do espaço rural. Desta forma, este trabalho, pretende traçar um perfil da produção de base agroecológica no município de Pelotas/RS, fazendo uma caracterização geral da mesma, identificando sua situação e importância enquanto estratégia produtiva para os agricultores familiares do município.
ResumoA agroecologia e a produção orgânica vêm se constituindo como alternativas diante dos problemas ambientais, sociais e econômicos gerados pela produção agrícola convencional. Elas, entretanto, possuem particularidades e são praticadas por diferentes atores que ao desenvolverem determinado projeto dão forma àquilo que identificamos como Redes de Agroecologia e Redes de Produção Orgânica. Este artigo analisa as relações nas redes de algumas cooperativas, associações e empresas que desenvolvem a agroecologia e a produção orgânica na região Sul do Brasil. As Redes de Agroecologia são caracterizadas pela predominância de fluxos curtos representando a preferência pelo mercado local e regional para os produtos, pela diversidade de funções ocupada pelos agricultores -além da produção de matéria-prima -e pela predominância da modalidade de certificação participativa. As Redes de Produção Orgânica têm o mercado como elemento determinante na sua configuração, a predominância de fluxos de produtos e a função dos agricultores limitada à esfera da produção.Palavras-Chave: Rede geográfica; Agricultura; Região Sul (Brasil). AbstractThe agroecology and the organic production have been constituting alternatives to the environmental, social and economic problems caused by the conventional agricultural production. However, they have some particularities and are practiced by different actors that while developing some projects, create what we identify as Agroecology Networks and Organic Production Networks. This article examines the relationships in the networks of a number of cooperatives, associations and companies that develop agroecology and organic production in southern Brazil. The Agroecology Networks are
Este texto apresenta e analisa as possibilidades de uso da Cartografia Social na educação básica, sobretudo nos anos iniciais e finais do ensino fundamental. A proposta metodológica apresentada foi estruturada, executada e avaliada durante o programa Escola da Terra, voltado à formação de professores(as) dos anos iniciais do ensino fundamental, entre 2017 e 2019, no estado do Paraná. A Cartografia Social apresenta-se como um recurso fundamental para o desenvolvimento da noção espacial, bem como permite identificar, analisar e problematizar os aspectos da realidade presentes na escola e na comunidade onde ela estiver inserida. Portanto, o trabalho pedagógico com a Cartografia Social possibilita, simultaneamente, o conhecimento da linguagem cartográfica e a problematização da realidade concreta do cotidiano escolar, questões centrais no ensino da Geografia.
Este artigo analisa o papel desempenhado pelas ONGs no desenvolvimento da agroecologia na região Sul do Brasil. Para tanto, parte de uma abordagem histórica construída com base na perspectiva dos atores que estiveram ou que ainda estão diretamente envolvidos com o sistema de produção agroecológico. O método pautou-se em revisão bibliográfica, análise documental (leitura de projetos em execução) e entrevistas com informantes qualificados para detalhar o processo histórico e o papel atual das ONGs. Conclui-se que essas organizações, ao somarem esforços no campo técnico e político com outras instituições, foram centrais para moldar o atual quadro da agroecologia no sul do país. Traços dessa atuação podem ser identificados na legislação sobre a produção orgânica, na criação de associações e cooperativas e na abertura de canais de comercialização. Entretanto, dificuldades na obtenção de recursos e a entrada de novos atores no sistema agroecológico tendem a diminuir a centralidade dessas organizações no espaço em tela.
Este trabalho problematiza a relação entre a Educação do Campo e a Agroecologia em áreas de assentamentos rurais vinculados ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Parte-se do pressuposto de que a Agroecologia, enquanto matriz produtiva difundida pelo MST, potencializa e reforça a perspectiva de uma Educação do Campo emancipatória, que valoriza o conhecimento e o modo de vida dos sujeitos, além de contribuir para a sua permanência no campo. Assim, a escola adquire centralidade no processo de educação formal e passa a ser um espaço privilegiado para o estudo das contradições do campo brasileiro, bem como para a difusão dos princ�pios da Agroecologia. A escola, entretanto, não consegue garantir essa formação se não acompanhar o movimento da realidade em que está inserida. Amparado em revisão da literatura, análise documental, entrevistas e observações in loco, este texto apresenta uma análise das ações em torno da Agroecologia desenvolvidas em duas escolas do campo localizadas em assentamentos rurais no estado do Paraná, contextualizando os avanços e os limites nas suas práticas pedagógicas. Palavras-chave: Educação do Campo; Agroecologia; Assentamentos rurais.
Este artigo analisa a importância do trabalho de campo para o ensino de Geografia no ensino superior, com ênfase nos temas da Geografia Agrária. O texto se estrutura com base na sistematização – planejamento, execução e avaliação – de um trabalho de campo desenvolvido com uma turma do curso Interdisciplinar em Educação do Campo: Ciências Sociais e Humanas – Licenciatura, da Universidade Federal da Fronteira Sul, no primeiro semestre de 2019. O campesinato, o cooperativismo e a Agroecologia integram a ementa do componente curricular de Geografia II do curso citado. A metodologia utilizada na elaboração do artigo consiste na observação em campo e na análise dos relatórios produzidos pelos acadêmicos. A atividade desenvolvida nos permitiu reafirmar a importância do trabalho de campo para o ensino da Geografia, visto que possibilitou compreender, na prática, como o cooperativismo e a Agroecologia se estabelecem como estratégias fundamentais para a territorialização do campesinato. Ademais, as conversas com os diferentes sujeitos e a visita aos espaços de produção e industrialização da produção agrícola possibilitaram visualizar as contradições presentes no campo brasileiro, sobretudo aquelas que envolvem as organizações camponesas. Assim, o trabalho de campo se constitui como ferramenta metodológica fundamental para possibilitar uma compreensão crítica e transformadora do espaço geográfico. Palavras-chave Trabalho de campo, Geografia Agrária, Campesinato, Cooperativismo, Agroecologia
A partir do ano 2000, articulada à luta pela terra, a Agroecologia se constituiu como uma importante pauta do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Entretanto, o desenvolvimento das práticas agroecológicas em áreas de reforma agrária enfrenta uma série de entraves para a consolidação da Agroecologia como a principal matriz produtiva nos acampamentos e nos assentamentos. Este artigo analisa o processo de (des)territorialização da Agroecologia no assentamento Celso Furtado, município de Quedas do Iguaçu, Paraná. A pesquisa teve cunho teórico e empírico, com tratamento qualitativo dos dados. Foram realizadas entrevistas com os agricultores de diferentes comunidades do assentamento, além de trabalhos de campo nas unidades de produção, a fim conhecer o histórico de implantação da Agroecologia no período do acampamento e caracterizar como as práticas agroecológicas estão sendo realizadas atualmente. Identificamos que o trabalho desenvolvido pelo MST, em conjunto com outras instituições, possibilitou a territorialização da Agroecologia nos acampamentos 10 de Maio e José Abílio dos Santos. Entretanto, por motivos diversos, após a formação do assentamento Celso Furtado ocorreu o processo de desterritorialização da Agroecologia. Atualmente, a prática agroecológica está reduzida a pequenas áreas, mas, ainda assim, sua presença se apresenta como resistência ao modelo de produção convencional.
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