Inspiradas em algumas pistas deixadas por Michel Foucault sobre sua ontologia do presente, seguimos o questionamento: “o que somos nós como presente?” em meio a pandemia provocada pelo novo coronavírus, para analisar alguns efeitos na educação que emergiram logo após sua disseminação. Nessas reflexões em curso com o avanço da doença, articulamos duas questões centrais: os modos de vida baseados na educação escolarizada e os modos de subjetivação produzidos no contexto de uma racionalidade neoliberal. Analisamos alguns efeitos das experiências vividas durante o período de isolamento social e propomos um diálogo com os estudos de Ivan Illich e M. Foucault para interrogar a atualidade, os modos de vida, bem como as possibilidades de uma educação para além da escolarização da vida.
Este artigo apresenta alguns pressupostos éticos, teóricos e metodológicos que reconhecem a pesquisa acadêmica como uma aposta ética do cuidado de si. Seguindo o itinerário intelectual de Michel Foucault o artigo aproxima-se do percurso que o filósofo faz pela Antiguidade grega e romana em que reconhece experiências de subjetivação ligadas a uma ética de cuidado de si. Foucault reconhece um deslocamento entre a relação de subjetividade e verdade da Antiguidade com a da moral Moderna, que a partir das ciências dos homens, reconhece o conhecimento de si, aquele atrelado à identidade, como capaz de instaurar a verdade sobre os sujeitos. Esse conhecimento como capaz de fixar e naturalizar os modos de existir, modos de subjetivação que tem como referência o sujeito ideal de conhecimento. A partir da aproximação com os gregos e romanos Foucault reconhece outras experiências de subjetivação, outro regime de relação do sujeito com a verdade, em que sujeito e verdade não estão vinculados pelo exterior (como por exemplo aquela prescrita pela ciência e o cristianismo), mas por uma estilística de existência. Diante disso, levantamos algumas pistas sobre as possibilidades de pensarmos sobre os processos de pesquisa como uma aposta ética do cuidado de si, em que se reconhece a pesquisa acadêmica como efeito dos afetos produzidos nos encontros e não ao contrário como defendem algumas racionalidades que partem dos pressupostos de que pesquisadora e pesquisa são produtos distintos e que é possível estabelecer a neutralidade entre ambas.
Resumo Mobilizado pelos questionamentos acerca dos interesses do Estado na implantação dos sistemas de ensino este artigo tem como objetivo percorrer por alguns fatos históricos da educação libertária e apresentar os tensionamentos em torno de sua organização no Brasil no final do século XIX e início do século XX. Em seguida, analisamos os desdobramentos do pensamento libertário em certas práticas de educação contemporânea, dando destaque para as bases conceituais dessas experiências ancoradas no conceito de autogestão. Por fim, problematizamos os deslocamentos em torno do conceito de autogestão, conforme proposto pelo pensamento libertário, e examinamos as capturas em torno deste conceito exercidas pelo neoliberalismo e pelo conservadorismo religioso, expressas nas propostas do homeschooling e um prolongamento deste pensamento conservador que é o projeto de lei Escola Sem Partido e todo o movimento político e social que insiste na regulamentação dessa modalidade de ensino no Brasil.
Este artigo objetiva discutir os efeitos da implementação da Política Nacional de Educação Especial de 2008 no município de Linhares, ES, a partir do encontro entre educação e saúde. Os dados dessa pesquisa referem-se ao ano de 2010 e foram analisados sob as lentes da Análise Institucional. Com base nesses pressupostos, nos voltamos para a nova organização da rede, após a implementação da PNEE 2008, que estabeleceu uma parceria entre saúde e educação. A partir disso, observou-se o aumento da demanda de avaliação das dificuldades de aprendizagem e de problemas comportamentais dos estudantes por parte das escolas e de seus profissionais. Este efeito emergiu neste trabalho como um analisador histórico: Aumento da demanda por avaliação, apontando para como tem se constituído a relação entre saúde e educação no âmbito da escola e abrindo espaços para novas organizações desta relação. Questões até então corriqueiras no cotidiano escolar passaram a ser consideradas disfunções neuropsicológicas dos estudantes, demandando, assim, a avaliação de uma equipe de saúde. Diante disso, a equipe de trabalho elaborou uma série de estratégias que pudessem minimizar o processo de medicalização escolar que estava se instituindo naquela rede. Essas estratégias aproximaram os profissionais da saúde e da educação, permitindo que os profissionais da escola colocassem suas práticas em análise e produzissem mudanças nas relações e práticas da escola.
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