Resumo O que pode uma pergunta sobre a sexualidade na escola? Quais os seus efeitos em uma professora, nos alunos e nas demais pessoas da comunidade escolar? Essas são algumas questões que norteiam este artigo interessado nas relações entre os saberes, sua constituição histórica na construção da sexualidade e as subjetividades. Não sendo esperadas em uma sala de aula, as perguntas sobre a genitália feminina extrapolaram este espaço, nos convidando a pensar os efeitos do dispositivo da sexualidade nos sujeitos e seus atravessamentos com as relações de saber-poder. Neste sentido, trabalhando com a perspectiva foucaultiana de análise, o conceito de acontecimento é o foco da problematização deste artigo.
O trabalho, em sua íntegra, foi realizado tendo como entrevistado um jovem que se autodenomina gay e negro, oriundo do Rio de Janeiro, de classe social baixa, estudante de uma escola pública do ensino médio regular, situada em uma periferia de um município localizado no interior da Bahia. Na tessitura que segue, enfatizamos os marcadores sociais de gênero/sexualidade e raça/etnia. Esses marcadores apresentaram-se como desconforto para o sujeito entrevistado, visto que não atendem às caracterizações e práticas determinadas pela heteronormatividade. Assim, constatamos que há um olhar hierarquizante e verticalizado envolvendo identidades outras assim como possibilidades de vivências afetivas e sexuais diferentes daquelas determinadas pelas normas sociais.
Palavras-chave: gênero; marcadores étnicos; diversidade sexual; estudante.
O relato de experiência a que este texto se refere provém do módulo intitulado Violência no Espaço Escolar, do Curso de Extensão em Gênero, Raça e Diversidade Sexual/ODEERE. A partir de temas que envolvem raça/etnia, gênero, e sexualidades, foram promovidos debates relacionados a preconceitos e discriminações que se manifestam no espaço escolar voltados para o racismo, sexismo e à homo-lesbo-bi-transfobia. O desenvolvimento da proposta didática pautou-se na abordagem qualitativa à luz da dialética, com o intuito de problematizar incômodos prescritos pelo poder hegemônico e de pensar alternativas de mudanças para a promoção de uma convivência respeitosa primando pela valorização das diferenças.
Palavras-chave: Violência. Escola. Diferenças.
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