Resumo: Este artigo objetiva investigar como o Pronaf é definido e avaliado pelo Estado brasileiro a fim de desconstruir qualquer relação de causalidade entre desenvolvimento e reconhecimento que possa existir nas informações sobre o Programa. A metodologia utilizada constitui-se por revisão de literatura e pela pesquisa de dados oficiais sobre o Pronaf, a qual orientou os questionamentos sobre o volume de recursos disponibilizado para o crédito, bem como sobre a distribuição destes entre os grupos de beneficiários e as regiões do País. Como principais resultados, evidencia-se que apenas a redistribuição dos recursos não é suficiente para o reconhecimento dos agricultores.
Resumo Pesquisa qualitativa com abordagem da pesquisa-ação cujo objetivo foi identificar os nós críticos inscritos no processo de trabalho da Atenção Primária à Saúde (APS). Participaram 44 profissionais/gestores da APS de um município do interior de Minas Gerais. A coleta de dados ocorreu de junho a dezembro de 2019, por meio da técnica de observação participante e, posteriormente, de oficinas. Os dados foram analisados a partir da técnica de Análise de Conteúdo de Bardin e sob a perspectiva dos referenciais teóricos de Rudimar Baldissera e Paulo Freire. Na análise, emergiram cinco categorias, que expressaram os nós críticos identificados na observação participante e validados pelos profissionais nas oficinas: ambiência, comunicação, educação permanente, planejamento e identidade profissional. Esta pesquisa sinaliza a importância do diálogo e da reflexão crítica das práticas de saúde como instrumentos de transformação do processo de trabalho em saúde.
O objetivo deste artigo é compreender o diálogo não como gesto voltado a harmonizar a cena de interlocução organizacional, mas como processo dissensual capaz de torná-la espaço efetivo de trocas, de tratamento de problemas coletivos e de verificação conflitiva de uma pretensa igualdade entre os interlocutores, sempre posicionados na cena com distintos graus de assimetrias. Nesse sentido, tomaremos o diálogo no contexto organizacional como uma instância de humanização, a partir da confluência de três lugares específicos, socialmente e discursivamente engendrados: o lugar da estratégia; o lugar da argumentação e o lugar da resistência. Tais lugares tenderiam a alimentar uma constante criação de cenas dialógicas nas quais os sujeitos se constituem como interlocutores autônomos.
O presente artigo busca compreender, de modo mais sistemático, a noção de advocacy – tomada, particularmente em contextos de deliberação pública. Indo às origens políticas e etimológicas do termo advocacy, e reconhecendo que a advocacy engendrada por atores cívicos pode assumir acepções de i) skills numa situação comunicativa; ii) práticas técnico-competentes de ocupação dos sistemas político e midiático, e da vida social; e iii) práticas de representação política, procuramos apontar que riscos como o cerramento dialógico, a imposição discursiva e a essencialização identitária podem advir de práticas de advocacy, em contextos deliberativos democráticos. Contudo, a tematização ampla de questões e a tradução de demandas surgidas em ambientes restritos podem indicar alguns caminhos possíveis para a compreensão de ganhos da advocacy, em processos ampliados de deliberação pública.
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