Este trabalho é uma tentativa de estabelecer uma discussão acerca das condições de produção das construções espaciais e identitárias no Rio Grande do Norte e centra-se na hipótese de que essas devem ser entendidas enquanto esforços que somente poderiam ser desenvolvidos a partir da última década do século XIX e na primeira década do século XX. Por esta hipótese, entendemos que esses esforços fi zeram parte de uma estratégia destinada a consolidar o poder de uma 'organização familiar' nova que enraizou seus interesses no aparelho de Estado apenas a partir das condições tornadas possíveis pelo advento da República. A organização dessas condições a partir da ocupação integral do aparelho do estado permitiu a essa organização familiar constituir um discurso de unidade espacial em despeito da existência de outros discursos locais no Rio Grande do Norte. Em sintonia com o lugar de produção de seus interesses, esse discurso unifi cador produziu uma história do Rio Grande do Norte por meio da articulação de certos enunciados capazes de instituir a cidade de Natal como elemento organizador da narrativa temporal e espacial.Como essa História foi produzida e construída diretamente pelos integrantes da nova organização familiar ou por elementos agregados a partir de certas instituições legitimadas ou prestigiadas no processo, seus eventos, personagens e processos derivam de escolhas e eleições capazes de legi-1 Professor adjunto da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). amado@cchla.ufrn.br
A Carta Niemeyer de 1846 foi a primeira Carta Geral do Brasil e, por meio desta, pretendemos discorrer sobre o emprego e as condições de leitura dos produtos cartográficos pelos historiadores, procurando, ao mesmo tempo, demarcar tanto seus limites quanto suas possibilidades.
Resumo: Este artigo visa retrabalhar o conceito de Colusão por meio da recuperação de suas raízes etimológicas e de seu uso pela astronomia do início do século XIX. Nosso objetivo é permitir que o conceito de Colusão possa servir à articulação de um exame do extremismo islâmico no nível transnacional. Para este efeito testaremos nossos resultados por meio do caso de estudo fornecido pela relação entre o catolicismo e o fascismo na cidade de Natal no período do Entreguerras. Palavras-Chave: Colusão; Catolicismo; Integralismo; Fascismo.'System of the heavens': an examination of the concept of 'Collusion' through the case study of the fundation of the AIB's centre in the city of Natal Abstract: This article aims to rework the concept of Collusion through the recovery of its etymological roots and of its use by the astronomy in the early nineteenth century. Our goal is to allow the concept of Collusion can be used to articulate an investigation of Islamic extremism in the transnational level. For this purpose we will test our results through the case study provided by the relationship between Catholicism and fascism in the city of Natal in the interwar period. Key-Words: Collusion; Catholicism; Integralismo; Fascism.'System of the heavens': un análisis del concepto de 'Colusión' a través del caso de la creación del centro de la AIB en Natal Resumen: Este artículo tiene como objetivo volver a trabajar el concepto de colusión a través de la recuperación de sus raíces etimológicas y su uso en astronomía de principios del siglo XIX. Nuestro objetivo es permitir que el concepto de colusión puede servir a la articulación de un examen del extremismo islámico en el nivel transnacional. Para este fin se pondrá a prueba nuestros resultados a través del estudio de casos proporcionada por la relación entre el catolicismo y el fascismo en Natal, en el período de entreguerras. Palabras-Clave: Colusión; Catolicismo; Integralismo; Fascismo.Recebido em 29/03/201629/03/ -Aprovado em 26/04/2016
O suposto rapto de um alemão residente em Itajaí (SC) por um navio de guerra alemão, no ano de 1905, converteu-se num incidente diplomático de grande repercussão no Brasil, na Alemanha e nos Estados Unidos ficando conhecido como o "Caso Panther". Mais de sessenta anos depois, o Caso Panther foi redescoberto pelos historiadores e trabalhado a partir de diferentes aproximações, que imprimiam então sua marca na própria política externa nacional.Nosso objetivo, neste trabalho, é esclarecer esse debate, entendendo que o conhecimento puro e simples da historiografia não nos assegura a compreensão e o sentido do passado: é preciso que esta historiografia, transformada em história, torne-se também objeto de interrogação e investigação. Somente a partir dessa compreensão é possível que novos elementos sejam incorporados ao exercício da interpretação, possibilitando outras aproximações que não apenas aquelas consolidadas no cânone de uma "cultura histórica" (GUIMARÃES, 2005). No caso da história da política externa, tal exercício torna-se ainda mais sensível, na medida em que as relações com uma cultura histórica estão mais diretamente ligadas à disputa por memórias que em outros lugares da disciplina. Na história da política externa, essas disputas implicam diretamente o balanço das relações de força nos loci de produção de ideias, de operação da política e de reelaboração do saber diplomático.Por conseguinte, para reproblematizar o Caso Panther, torna-se necessário desnaturalizar a escrita de sua historiografia, entendendo que, nesse exercício, o historiador compartilhou experiências, foi o receptor de tradições e contextualizou ideias. No caso, devemos considerar ainda o envolvimento do historiador, no sentido amplo que essa noção pode ter, ou seja, de que o autor pode ser simultaneamente sujeito passivo e ativo de uma ou mais operações. Rev. Bras. Polít. int. 54 (1): 44-66 [2011]
A representação de Alexandre Gusmão foi sedimentada por Jaime Cortesão em 1956 no contraponto das visões baseadas nos escritos de Rodrigo Octávio, produzindo uma representação do político que se colocava contra o alinhamento aos Estados Unidos. Esta fabricação estava inserida, também, no metajogo político e historiográfico do Prata e se postava contraparte da historiografia argentina. Além disto, Cortesão estava incorporado ao projeto de autonomia e profissionalização da corporação diplomática, centrado então no IRB, visando inscrever o papel do diplomata na formação do espaço e da identidade brasileira. A criação do IRB também propiciava a autonomia do MRE em relação a um projeto de história compartilhado com o IHGB. No caso, a disseminação da produção do IRB foi dinamizada pelas prescrições deixadas pela 'Comissão Revisora dos textos de História e Geografia'. Ao articular numa mesma perspectiva todos estes metajogos historiográficos e políticos, Jaime Cortesão leva o seu analista a ter de considerar instrumentos teóricos e metodológicos que permitam explicitá-los. Entendo que isto ultrapassa certas considerações usuais em torno dos termos 'Quem e como se faz a história', levando a ter de inquirir os insumos teóricos que serviram a Michel de Certeau de modo a poder pensar as questões da representação do político e do lugar do historiador em relação à escrita da história. Palavras-chaveJaime Cortesão; História da historiografia; Representação. AbstractThe representation of Alexandre Gusmão was sedimented by Jaime Cortesão in 1956 in the counterpoint of the visions based on the writings of Rodrigo Octávio and, with this, it produced a representation of the politician which stood against the Brazilian alignment with the United States. This fabrication was also inserted in the political and historiographical metagame of the Rio de la Plata region, and it was placed against part of the Argentine historiography. In addition, Cortesão was incorporated into the project of autonomy and professionalization of the diplomatic corporation, centered in the IRB, aiming at inscribing the role of diplomat in the formation of Brazilian space and identity. The creation of the IRB also facilitated the autonomy of the MRE in relation to a shared historical project with the IHGB. In this case, the dissemination of the production of the IRB was stimulated by the prescriptions left by the 'Comissão Revisora dos textos de História e Geografia'. By articulating all these historiographical and political metagames in the same perspective, Jaime Cortesão leads his analyst to consider theoretical and methodological tools that allow his analysis. I understand that this goes beyond certain usual considerations around the terms 'Who and how history is made', leading to having to inquire about the theoretical inputs that served Michel de Certeau, so that we could think about the issues of representation and the place Of the historian in relation to the writing of history.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
10624 S. Eastern Ave., Ste. A-614
Henderson, NV 89052, USA
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.