O Rio de Janeiro colonial e escravista é um contraste à ideia de cidade maravilhosa. Apesar do esforço atual de inserir o quesito “maravilha” na região portuária, foi por ela que milhares de africanos destinados a escravização chegaram. O texto reflete sobre o Cais do Valongo e o cemitério dos pretos novos, tratando-os como locais de memória do tráfico e dos descendentes de africanos escravizados. Os diferentes usos públicos e políticos feitos desses locais também serão tratados uma vez que tem recebido diferentes atenções por parte das esferas pública e privada, e também internacional, como a UNESCO. A área teve sua memória constantemente trabalhada desde o Império tendo na República dois momentos: Pereira Passos e a grande remodelação da cidade no início do século XX e recentemente diante das obras de revitalização do Porto.
Palavras-chaves: Valongo, africanos, memória.
Resumo O texto aborda a participação de Machado de Assis nos festejos pela Abolição – missa, cortejos e poesia –, estando também entre aqueles que produziram uma memória para o grande feito do 13 de maio: o fim da escravidão. Se os relatos sobre a Abolição tratam sempre de um "delírio" machadiano, nem sempre abordam as diferentes funções desse literato para o processo, tendo sido funcionário público desde 1873, cargo em que atuou pela liberdade dos escravos, e, em 1888, também um intérprete da abolição, através das crônicas e poesias. As festas da Abolição ficariam na memória desse literato que nos anos seguintes usou esse "dia de delírio" para comentar o seu presente republicano e o futuro das festas da Abolição.
Many emerging infectious diseases are zoonotic and transmitted by an arthropod vector; thus, the Global One Health perspective is necessary for a better understanding of these diseases. Bartonellosis, one of those emerging infectious diseases, is caused by bacteria of the genus Bartonella, and can have different clinical manifestations in humans and animals. Opossums and their ectoparasites have been linked to human-wildlife conflicts. Knowing this, we aimed to evaluate infection by Bartonella spp. in free-living opossums seized or rescued from Atlantic Forest biome of Rio de Janeiro (southeastern Brazil). Whole blood was obtained from seven Didelphis aurita and eight D. albiventris, and DNA was assessed by conventional and quantitative polymerase chain reactions (PCR and qPCR). Positivity was achieved in 40.0% (PCR) and 46.7% (qPCR) of the samples, revealing, possibly for the first time, the presence of Bartonella spp. DNA in opossums from peri-urban areas of Atlantic Forest biome. Studies should continue, in order to elucidate synanthropic mammals importance in bartonellosis epidemiology.
Relíquias de Casa Velha was the last book organized by Machado de Assis, in which the writer wanted to air his rooms by exposing the heirlooms from a past he lived and witnessed. Through the short stories and other nonfictional writings, a relation between the imperial past and the republican present is noticeble. This paper intends to discuss this very relation through a careful reading of the short stories, problematizing the values highlighted by Machado de Assis for his time, such as patriotism, modernity, progress and work, which would be the empire relics for the republic.
Partindo de 1922 e dos obituários da morte do literato Afonso Henriques de Lima Barreto, o texto propõe a leitura de uma parte da sua obra, considerando o autor um homem negro, morador da capital e dos subúrbios da cidade. Essa leitura é feita em diálogo com uma bibliografia que investigou o Rio de Janeiro, a literatura e os seus romancistas, entre eles o próprio Lima Barreto. Dentre os aspectos abordados nesse texto estão a relação de Lima com a República, os subúrbios, o futebol, o centenário da independência e sua negritude. Pretende-se nesse texto oferecer um caminho de leitura das obras de Lima Barreto para os leitores que pouco o conhecem e para os que há muito não o lê. O centenário de sua morte é uma boa ocasião para homenageá-lo e sua obra deveria ser leitura obrigatória nos cursos de história, ciências sociais, letras e demais disciplina da área de humanas.
http://dx.doi.org/10.5007/1984-9222.2015v7n13p177Este texto discute a participação de trabalhadores livres nos festejos pela abolição da escravidão realizados na Corte. Entre eles estão funcionários públicos, tipógrafos e caixeiros. Enquanto os primeiros tiveram o privilégio da folga para celebrar a liberdade dos escravos, os caixeiros precisaram acionar os jornais para reivindicar a participação na festa. Essa dificuldade, de certo modo, estava ligada à própria condição vivida por eles no seu cotidiano de trabalho. Por outro lado, os tipógrafos se viam como trabalhadores importantes para a lei, por terem também atuado na sua confecção gráfica, podendo facilmente celebrar a abolição através de préstitos e confecção de jornais especiais. Apesar do 13 de Maio inaugurar um novo momento no mundo do trabalho, ainda era preciso eliminar algumas relações de dependência e precariedade vivida por trabalhadores livres.
Não podemos iniciar este texto sem deixar de mencionar o terrível momento de pandemia de Covid-19 que vivemos e de crise sanitária agravada pela instabilidade política, quando grupos insistem em negar as soluções apontadas pela ciência. No entanto, nos parece que é justamente nesse contexto de negação da ciência, em que o conhecimento histórico, especificamente, está sob forte ataque de negacionistas e revisionistas, que nossa atuação se faz ainda mais importante.
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