Publicado em novembro de 2015, Planet/Cuba: Art, Culture, and the Future of the Island oferece uma visão profundamente inovadora da arte e da cultura cubanas contemporâneas. Desde a Revolução de 1959, Cuba ocupou o imaginário mundial como um território fechado, condição agravada pelo embargo econômico de 1961, que isolou literalmente o país numa ilha em meio a um mar capitalista. A revolução, a oposição ao capitalismo americano e a relação com a antiga URSS contribuíram para sustentar o mito da excepcionalidade cubana, sob a imagem de uma ilha congelada e fixa, deslocada do mundo.Porém, o retrato oferecido por Rachel Price (professora associada da Universidade de Princeton) apresenta um país que, longe de parar no tempo, esteve em contínua transformação. Na introdução "A treasure map for the present", ela descreve como o colapso da URSS em 1991 acrescentou àquela visão da ilha a imagem de uma terra arrasada, isolada pelo oceano e permeada por árvores, carros antigos, pouca tecnologia, escassez de alimentos e arquitetura destruída. Na verdade, para Price esse momento é o início de uma década distinta de todas as outras em Cuba, uma vez que o fim do apoio soviético impôs ao governo cubano a necessidade de encontrar novas diretrizes para o futuro, de repensar velhas ideologias e de abrir espaço a novos atores sociais.Os anos finais do século XX, portanto, deram origem a uma nova realidade, que passou não só pela substituição do leninismo soviético, como pela superação do internacionalismo do governo de Fidel Castro. O aspecto épico da ascensão do governo revolucionário em 1959 atraiu a atenção mundial, espalhando expectativas que colocaram sobre a ilha obrigações internacionais, fosse como país comunista, latino americano ou do terceiro mundo. Tais 1 Price, Rachel. Planet/Cuba: Art, Culture, and the Future of the Island. London: Verso Books, 2015, 256p.
Resumo: Este artigo analisa duas hipóteses distintas a respeito do desenvolvimento histórico do romance no Ocidente. A primeira delas, a que parece ser a mais célebre, pode ser sintetizada pelo estudo A ascensão do romance, de Ian Watt, que situa a origem do gênero romanesco na Inglaterra do século XVIII. No entanto, várias visões contrárias a essa tese surgiram no interior da própria crítica literária inglesa, especialmente os estudos de M. A. Doody (The True Story of the Novel: an Alternative History) e Michael McKeon (The Origins of the English Novel 1600-1740), apontando para uma "história alternativa" do romance, baseados no pressuposto de um desenvolvimento mais amplo da prosa de ficção, que remeteria aos textos da antiguidade e dos países orientais.Palavras-chave: teoria do romance; realismo formal; romance moderno.Abstract: This paper analyzes two distinct hypotheses regarding the historical development of the novel in the West. The first, which seems to be the most celebrated, can be summed up by Ian Watt's study (The Rise of the Novel), which situates the origin of the novel in 18 th England. However, several opposing views of this thesis emerged within English literary criticism, especially the studies of M. A. Doody (The True Story of the Novel: an Alternative History) and Michael McKeon (The Origins of the English Novel 1600-1740), pointing to an "alternative history" of the novel, based on the assumption of a wider development of prose fiction, which would refer to the texts of antiquity and Eastern countries.
Malone meurt pertence ao período mais produtivo da carreira literária de Beckett (os anos subsequentes à Segunda Guerra Mundial). É o segundo romance da "trilogia" iniciada por Molloy e concluída por L'Innommable, escrita entre maio de 1947 e janeiro de 1950.Entre Malone meurt e L'Innommable, Beckett escreveu En attendant Godot, sua peça de maior sucesso. Beckett trabalha em Malone Dies nos meses seguintes à conclusão da peça Fin de partie, em fevereiro de 1955. A versão francesa do romance é publicada em 1951; Malone Dies é de 1956. A ideia de trilogia pode ser contestada uma vez que não há continuidade entre os livros. Como foram criados quase ao mesmo tempo, e devido à proximidade temática entre eles, a ideia de trilogia permanece. 1 Contudo, nas cartas Beckett refere-se a uma série mais ampla, ainda sem L'Innommable: I am now retyping, for rejection by the publishers, Malone Meurt, the last I hope of the series Murphy, Watt, Mercier & Camier, Molloy, not to mention the 4 Nouvelles &
Em 1857, Baudelaire escreveu um ensaio no qual faz uma apreciação de Madame Bovary. É elogiado por Flaubert por “ter entrado em meu cérebro”. Desde este ensaio até Gérard Genette, multiplicaram-se hipóteses a respeito da “virilidade masculina” da sra. Bovary, o que tende a obscurecer a condição inferior do feminino retratada no romance. O objetivo, portanto, é uma releitura de Madame Bovary que seja uma resposta ao ensaio de Baudelaire, com base na descrição da condição feminina realizada por Simone de Beauvoir em Le deuxième sexe.
Havia ruas largas, todas muito semelhantes umas às outras, e ruelas ainda mais semelhantes umas às outras, onde moravam pessoas também semelhantes umas às outras, que saíam e entravam nos mesmos horários, produzindo os mesmos sons nas mesmas calçadas, para fazer o mesmo trabalho, e para quem cada dia era o mesmo de ontem e de amanhã, e cada ano o equivalente do próximo e do anterior.
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