Problematizamos quais são os temas das dissertações e teses brasileiras, defendidas na grande área do conhecimento Ciências da Saúde, que abordam a relação saúde-doença das travestis e mulheres transexuais, entre os anos 1992 a 2018? A operacionalização consistiu em uma busca no banco on-line de dissertações e teses da CAPES, que identificou um total de 130 pesquisas. Estas foram tabuladas identificando quantas dissertações e teses foram defendidas nos programas de Pós-graduação, por área do conhecimento e a quantidade por temas que abordam travestis e transexuais na grande área do conhecimento Ciências da Saúde. Os resultados demonstram que muitos temas que interferem diretamente na vida destas pessoas ainda não foram abordados, evidenciando lacunas acadêmicas.
Nesta pesquisa problematizamos ‘quais são as práticas do cuidado de si executadas por travestis e mulheres transexuais, na prevenção das Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), nos municípios de Curitiba e Ponta Grossa, Paraná?’. Para responder à questão central, utilizamos a técnica de coleta de dados entrevista semiestruturada e entrevistamos 20 pessoas que se auto identificam como travestis e mulheres transexuais, nos municípios de Curitiba e Ponta Grossa, Paraná. Estas entrevistas ocorreram com base na técnica estatística de amostragem Snowball (GOODMAN, 1961) e foram analisadas com base na técnica de análise de discurso (BARDIN, [1977] 2016). Com base na literatura Queer e nas reflexões das Geografias das Sexualidades, compreendemos que o uso de preservativo e a realização de exames, são práticas do cuidado de si que compõe a relação saúde e doença dos corpos de travestis e mulheres transexuais. Embora em alguns casos tenha ocorrido a infecção do HIV/AIDS e demais IST, constatou-se que entre o grupo de travestis e mulheres transexuais entrevistadas, a prática do uso de preservativos aliado ao PrEP, se constituem como as práticas do cuidado de si na prevenção das IST.
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