Este artigo analisa a dinâmica da produção imobiliária nas transformações do espaço urbano em cidades litorâneas brasileiras de pequeno porte. Para tanto, toma-se a cidade de Itapoá, no litoral catarinense, como estudo de caso, a qual tem sua força-motriz em dois grandes atrativos dentro da lógica capitalista-ocidental: a praia e a atividade logístico-portuária. Metodologicamente, o artigo se desenvolve a partir do levantamento da produção imobiliária estabelecida entre 1950 e 2019, seus agentes sociais envolvidos, as alterações nas legislações urbanas na esfera nacional e local, e por fim, análise. A partir do estudo, nota-se que historicamente, o setor imobiliário em movimento de coalizões público-privada com a municipalidade tem buscado estratégias de divulgação da cidade aos consumidores, através da criação de valores culturais e “necessidades sociais” sintonizadas com o contexto de cada época. Assim, até então verificáveis nos grandes centros urbanos, sob essa lógica as articulações do mercado imobiliário local em pequenos municípios também geram escassezes de espaços, valorizações e desvalorizações, de modo que façam o solo urbano, como mercadoria, circular e recircular na roda da economia.
Resumo Do ponto de vista funcional, porto e cidade constituem um conjunto cujas interações e complementariedades variam no tempo sob influência das dinâmicas econômicas, produtivas, tecnológicas e sociais. Considerando essa gama de variáveis, modelos analíticos apontam para a ocorrência de fases comuns e recorrentes em todas as cidades portuárias. Dentro desse cenário, o presente trabalho objetiva demonstrar como as mutações nas relações funcionais entre a cidade e a atividade portuária influenciaram na configuração urbano-territorial. Dublin, capital da República da Irlanda, é o estudo de caso apresentado neste artigo por meio da leitura de sua forma urbana ao longo de uma linha temporal. Neste estudo, o porto é tido como o equipamento-chave das mudanças ocorridas na forma da cidade por associar-se diretamente às alterações no processo produtivo e econômico em escala local e mundial. Ao estabelecer o paralelo entre a atividade portuária e a forma urbana, conclui-se que os diferentes estágios de aproximação e principalmente de afastamento entre a cidade e a atividade portuária criaram centralidades, dispersões e obsolescências no tecido urbano, corroborando na formação de novas organizações territoriais.
O presente artigo trata da relação entre as estruturas regionais e a forma urbana por meio de um estudo comparativo entre as manchas urbanas de Londrina e Maringá, norte do estado do Paraná, Brasil, naquilo que se refere à forma de tais manchas sobre o território ao longo de uma linha temporal. O modelo de expansão e organização do território formado por ambas as cidades é demonstrado por duas variáveis: (a) forma compacta e (b) forma fragmentada da mancha urbana. Outra variável, (c) forma dispersa, aplica-se somente à mancha de Londrina. Diante da comparação entre essas manchas urbanas, similaridades e disparidades compõem os três pontos em destaque. O primeiro diz respeito ao quão fragmentada e dispersa é a forma de uma mancha diante da outra; o segundo refere-se ao ciclo da expansão urbana, que oscila entre a forma compacta e a fragmentada, e que, no caso de Londrina, deve-se incluir a forma dispersa; e o terceiro e mais importante ponto avalia o quanto as estruturas regionais, tanto antrópicas como naturais, corroboram com a forma da mancha urbana.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.