Introdução: O papilomavírus humano (HPV) é fundamental para a ocorrência do câncer de colo uterino. Nesse sentido, a persistência do vírus no trato genital feminino aumenta o risco do desenvolvimento de lesões precursoras e do câncer. Entre os cofatores que contribuem para a persistência do vírus, estão tabagismo, uso de contraceptivos hormonais orais (ACO) e multiparidade. Alterações na microbiota vaginal têm sido destacadas como um deles, o que justifica a importância deste trabalho. Objetivo: Avaliar a associação entre a presença de Candida spp e de bactérias aeróbicas em mulheres com lesão intraepitelial escamosa cervical de alto grau (HSIL) e a persistência após o tratamento. Materiais e métodos: Estudo analítico, observacional, prospectivo, composto de 65 mulheres, sendo 35 casos e 30 controles. O grupo caso é composto de mulheres com diagnóstico citológico de lesão intraepitelial escamosa cervical de alto grau, e o grupo controle por mulheres sem alteração citológica. Citologia oncótica, pesquisa de Candida spp e de bactérias aeróbicas por meio de cultura de conteúdo vaginal foram realizadas, antes e seis meses depois do tratamento. Com relação aos cofatores ambientais, avaliamos: tabagismo, uso de contraceptivos hormonais orais (ACO) e multiparidade (três ou mais gestações). Resultados: No grupo caso, em 36 mulheres foi confirmado o diagnóstico histológico de lesão intraepitelial escamosa cervical de alto grau. Foram excluídas três mulheres, duas por câncer cervical e uma por hiperplasia endometrial complexa. Bactérias aeróbicas foram identificadas em seis casos e Candida spp em quatro, havendo persistência de um caso em cada situação seis meses após o tratamento. Com relação aos cofatores, nove eram tabagistas, sete estavam em uso de ACO, oito eram multíparas e sete imunossuprimidas. Estas últimas foram excluídas, pois a imunossupressão altera a microbiota vaginal, o que poderia gerar viés de resultado. Não foi identificada a persistência de HSIL, apenas lesão intraepitelial escamosa de baixo grau em três mulheres, na citologia após o tratamento. No grupo controle, a cultura para Candida spp foi positiva em quatro mulheres e bactérias aeróbicas foram identificadas em uma paciente neste grupo. Quanto aos cofatores, duas mulheres eram tabagistas, oito estavam em uso de ACO e 15 eram multíparas. Conclusão: A Candida spp é capaz de desencadear um processo inflamatório importante na microbiota vaginal, o que poderia facilitar o processo de carcinogênese cervical. No entanto, o estudo não evidenciou diferença significativa entre os grupos controle (13,3%) e caso (14,8%) antes do tratamento que confirmasse essa associação. Já com relação às bactérias aeróbicas, elas foram mais observadas no grupo caso (22 × 3,3%), sugerindo possível associação com a ocorrência de lesões precursoras do câncer de colo. O tabagismo é um importante cofator para o surgimento dessas lesões, o que não foi observado para a multiparidade e o uso de ACO.
No abstract
Introdução: Tumoração na região vulvar é uma queixa frequente apresentada por pacientes a seus ginecologistas. Essas lesões têm diferentes apresentações e podem ser um desafio diagnóstico para médicos não especialistas. Entre os diagnósticos diferenciais possíveis, é necessário lembrar de tumores de origem benigna como, por exemplo, cistos de inclusão epidérmica, hidradenoma papilífero, lipoma, entre outros. Além disso, é importante descartar causas malignas, como o carcinoma de células escamosas, o adenocarcinoma e o melanoma. Relato de caso: Paciente feminina, 40 anos, hipertensa, apresentando havia cerca de um ano quadro de dores ósseas que a fez procurar serviços de emergência diversas vezes, quando foram prescritos sintomáticos, com melhora parcial dos sintomas. Após sete meses, apresentou quadro de cefaleia intensa, associada a escotomas e diplopia. Procurou novamente o serviço de emergência, onde foi realizada tomografia computadorizada de crânio que revelou lesão expansiva na região paraselar. Foi encaminhada para hospital terciário para melhor investigação diagnóstica e a realização de novos exames de imagem, que mostraram lesões ósseas líticas em ísquio, coluna lombar e crânio, sugestivas de metástases. Na tentativa de determinar um sítio primário de neoplasia, a equipe de clínica médica solicitou avaliação da equipe de ginecologia em razão de tumoração de cerca de 4 cm, bem delimitada, de consistência fibroelástica, indolor, localizada em terço inferior de grande lábio direito. Após a avaliação, a paciente foi submetida à excisão da lesão no centro cirúrgico, com resultado histopatológico de hidradenoma papilífero, descartando-se a possibilidade de o sítio primário da doença maligna da paciente ser proveniente da lesão apresentada. Conclusão: O hidradenoma papilífero é uma neoplasia benigna rara de anexos cutâneos com diferenciação apócrina (glândulas sudoríparas anogenitais especializadas) e crescimento lento, mais predominante em mulheres caucasianas jovens. O diagnóstico é feito por avaliação histopatológica. A lesão na vulva costuma ocorrer nos sulcos interlabiais, períneo, face medial dos grandes lábios e, mais raramente, perianal. Geralmente se apresenta como lesão nodular, pedunculada ou vegetante. Quando vem associada a ulcerações, deve-se considerar a possibilidade de malignidade, especialmente em idosas. A conduta terapêutica consiste na abordagem conservadora, com exérese completa da lesão, com margens livres. As pacientes devem ser informadas sobre a possibilidade de recorrência.
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