O artigo avalia a disciplina dos partidos políticos no poder Legislativo brasileiro e o apoio que proporcionam ao governo, sob uma perspectiva bicameral. Busco dois objetivos principais. O primeiro é o de incluir o Senado na discussão sobre o relacionamento entre o poder Executivo e o poder Legislativo no país, comparando-o com a Câmara dos Deputados. Em segundo lugar, procuro avaliar os partidos individualmente, levando em consideração as suas características peculiares, que não são inerentes ao sistema partidário. A análise foi feita a partir das votações nominais realizadas na Câmara dos Deputados e no Senado Federal no período de 1989 a 2008, comparando o comportamento dos partidos entre si e com eles mesmos, ao longo do tempo. A abordagem cross-section e longitudinal permitiu observar resultados até então não identificados pela literatura que trata do relacionamento entre o poder Executivo e o poder Legislativo no país. Apesar de reforçar a corrente da literatura que afirma serem os partidos coesos, disciplinados e previsíveis, argumento que eles diferem substancialmente entre si, seja em suas estratégias, seja em sua forma de articulação. Dada a elevada fragmentação e as características peculiares de cada um dos partidos, não parece apropriado falar-se em atributos sistêmicos, que se estendam para todos eles; menos ainda quando se leva em consideração as duas casas legislativas.
<span>In this article I assess the use of quantitative data and methods in Brazilian social science reviews between 1997 and 2012. I find that there was a significant increase in the use of “advanced” statistical techniques. However, the general picture did not change substantially: “quantitativist” authors remain in a clear minority vis-à-vis “non-quantitativists”. Factors that seem to influence the choice of a quantitative approach include: field of education; institution of origin; level of sophistication of the review; whether the article has co-authors; and the author’s participation in specific courses. For its part, the author’s gender does not seem to be associated with this methodological option.</span>
Ali eles vão resolver como já resolveram tantas outras coisas que aconteceram. E queria te dizer o seguinte: é que você não conhece a força de um senador. Coitado do presidente da República, para dar conselho para um senador, ou seja, é quase humanamente impossível. A bancada do PT vai agir da melhor forma possível (resposta do presidente Lula a um jornalista, a respeito da suposta orientação que teria dado à bancada do PT no Senado, na crise que envolvia o ex-presidente Sarney).É muito difícil julgar um colega. A gente convive muito tempo junto e acaba se vendo impedido quando tem uma relação de afinidade (senador Aloizio Mercadante (PT-SP) em entrevista ao jornalista João Dória Júnior, quando falava sobre a crise que assola o Senado, em 8/8/2009). 289Revista Dados -2011 -Vol. 54 n o 1 * Agradeço a Fernando Limongi e a Argelina Figueiredo a oportunidade de realizar essa pesquisa no âmbito do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), para a qual contei com bolsa de pós-doutorado da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) n o 663-9/2007. Agradeço também a ajuda de Andréa Freitas, Júlio Costa e Maurício Izumi na montagem do banco de dados sobre o Senado, a Scott Desposato pelas dicas a respeito do fator de correção de disciplina partidária e aos pareceristas de DADOS pelos excelentes comentários. Os dados referentes a essa pesquisa podem ser disponibilizados pelo autor a partir de solicitação no e-mail prneiva@gmail.com. DADOS - INTRODUÇÃOE sse artigo procura analisar o comportamento dos partidos no Senado brasileiro entre 1989 a 2009, por meio da avaliação do seu grau de disciplina/coesão interna nas votações nominais que foram realizadas na Casa. A preocupação principal é verificar se a previsão de parte da literatura, que diz que os partidos no Brasil são fracos, inconsistentes e pouco disciplinados na arena legislativa, encontra correspondência na câmara alta ou se, como mostra outra corrente, os partidos apresentam convergência interna e os parlamentares votam disciplinadamente.Dessa forma, pretendo contribuir para preencher uma lacuna deixada pela ciência política, que se debruçou fortemente sobre a câmara baixa nas duas últimas décadas. Dado o avançado grau de conhecimento que temos da Câmara dos Deputados, não é exagero dizer que os estudos sobre o Senado estão apenas "engatinhando". Embora a produção acadêmica sobre a Instituição tenha aumentado nos últimos anos -um bom exemplo disso é o livro organizado por Leany Lemos em 2008 -análises sobre as votações nela realizadas são raras, com as exceções de Desposato, 2006, e Branco, 2008 Em parte, a carência de estudos sobre a Casa é explicada pela dificuldade na obtenção de dados. Enquanto a Câmara dos Deputados disponibiliza em meio eletrônico todas as suas votações, no Senado só é possí-vel obtê-las por meio de consultas aos seus diários. As informações referentes ao período posterior a julho de 1997 podem ser realizadas por acesso à página do Senado na internet; antes disso, somente por meio de consulta em seu arquivo físi...
Revista BRasileiRa de Política inteRnacional temas e Regiões nas Políticas exteRnas de lula e FeRnando HenRiqueUma das evidências da adoção desse tipo de diplomacia pelos dois presidentes pode ser percebida a partir do número de viagens que fizeram para o exterior, razoavelmente maior do que o de seus antecessores. Segundo o Jornal Folha de São Paulo, de 4 de dezembro de 2010, Lula e Fernando Henrique gastaram nada menos que 16% e 12%, respectivamente, de seus mandatos no exterior. Já os números para Itamar, Sarney e Collor foram: 5%, 8% e 10%, respectivamente.O período analisado é singular também porque nos fornece a oportunidade de avaliar dois presidentes cujos partidos apresentam perfis ideológicos/programáticos bem distintos e que ficaram no poder pelo mesmo período de tempo. A distância ideológica entre eles nos permite avaliar as influências da política doméstica sobre a política externa e vice-versa (Gourevitch 2002), já que o presidente e o seu partido precisam diferenciar-se também na arena internacional, ao mesmo tempo em que estão limitados pelo contexto interno. O Partido dos Trabalhadores (PT) fez isso muito claramente desde a sua criação, funcionando como uma âncora do sistema político, centralizando simpatia e rejeição (Rennó e Cabello 2010). Ele diferenciouse em vários aspectos: disciplina no Congresso Nacional, preferência dos eleitores, composição social dos seus integrantes, retenção/migração dos seus membros (Carreirão e Kinzo 2004; Figueiredo e Limongi 1999;Melo 2004;Rodrigues 2002;Samuels 2004). Existe uma ampla literatura sobre isso e não cabe rediscutila neste texto; nosso objetivo aqui limita-se à avaliação dos pronunciamentos dos dois últimos presidentes quando atuando na arena internacional, considerando principalmente essa referência partidária. A expectativa é que a política externa do PT seja substancialmente diferente daquela adotada pelo Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), pelo menos no que diz respeito ao discurso.Pretendemos dar duas contribuições principais. A primeira é colaborar para a discussão da política externa brasileira nas últimas duas décadas. Há muitas pesquisas a respeito desse período, mas ainda existe muita controvérsia na literatura, não raramente, eivada de subjetivismo.A segunda contribuição é de natureza metodológica. Pretendemos aplicar o método da análise de conteúdo (AC) à disciplina de relações internacionais. Nos Estados Unidos ele é usado há bastante tempo nos estudos da área -veja os trabalhos importantes de Russel e Wright (1933), Laswell (1941), e Pool (1952. No Brasil, a sua aplicação é quase inexistente, apesar de os especialistas na área recorrerem com frequência ao pronunciamento de autoridades e instituições oficiais. Em uma avaliação exploratória de 177 artigos publicados na Revista Brasileira de Política Internacional (RBPI) nos últimos dez anos, verificamos que 69 (39%) deles faziam referência direta, em maior ou menor escala, a documentos oficiais ou à manifestação de autoridades governamentais, empresários e outros atores estata...
Fazemos uma descrição detalhada da formação acadêmica dos senadores brasileiros no período de 1987 a 2006, buscando identificar padrões "cross section" e ao longo do tempo. Procuramos também avaliar se as formações estão relacionadas à região de origem, à filiação partidária, à participação nas comissões, à experiência parlamentar e ao comportamento em votações nominais no plenário do Senado. Verificamos que há um predomínio de senadores formados em Direito, mas a sua proporção vem caindo ao longo do tempo. Outros grupos importantes foram os dos engenheiros, dos profissionais da saúde e da área de Humanidades. Destacamos o papel dos senadores formados em Economia, que se concentraram na região Sudeste, nos partidos com vocação presidencial - Partido dos Trabalhadores (PT) e no Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) - e na Comissão de Assuntos Econômicos. Os economistas parecem ter desempenhado um papel importante, em um momento de crises econômicas internas e externas, de inflação galopante e de uma agenda que privilegiava ajustes fiscais, reformas, privatizações e estabilidade macroeconômica.
Este artigo tem dois objetivos principais. O primeiro é elaborar um perfil dos suplentes de Senadores no Brasil em comparação com os Senadores titulares. O segundo objetivo é avaliar a sua atuação política, no intuito de identificar se exercem algum impacto sobre o funcionamento do Senado e sobre a sua relação com o Poder Executivo. Sugerimos que o fato de os suplentes não serem eleitos contribui para que eles sejam designados para tarefas "espinhosas" que poderiam gerar custos políticos para os Senadores titulares. Verificamos também que eles oferecem um apoio ligeiramente maior ao Poder Executivo, especialmente nas coalizões que contam com uma participação maior dos partidos de direita.
This article has two main objectives. The first one is to create a profile of Senators' substitutes, compared to the elected Senators. The second objective is to investigate the substitutes' political performance, with the intent of evaluating the impact of their actions on both the functioning of the Senate and their relationship to the Executive Power. We suggest that, because they are not directly elected, they are selected to work on difficult tasks, especially those that could bring negative political effects to the Senators, which depend on the electorate's vote. We also found that the substitutes give a bit more support to the Presidency, particularly observed in right wing parties coalitions
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