Resumo O constructo do comportamento adaptativo tem ganho, nos ultimos anos, um impacto não s o no diagn ostico da dificuldade intelectual e desenvolvimental, como em todos os processos de intervenc ßão para a funcionalidade e a adaptac ßão ao contexto ecol ogico, desempenhando um papel fundamental na interac ßão indivíduo-contexto. Em Portugal, o currículo escolar ainda se caracteriza pela sua massificac ßão e uniformizac ßão, não se considerando a especificidade individual na sua validade ecol ogica. Desta forma, e com uma amostra de crianc ßas e adolescentes com e sem DID procedeu-se a comparac ßão do comportamento adaptativo, para se equacionar qual o impacto da sua introduc ßão no percurso acad emico regular.Introduc ßão A atual definic ßão de dificuldades intelectuais e desenvolvimentais (DID), dependente da complementaridade da avaliac ßão psicom etrica (funcionamento intelectual) e social (adaptativa) antes dos 18 anos (Schalock et al., 2010) expressas nos dom ınios concetuais, sociais e pr aticas, implica uma maior atenc ßão ao impacto que a interac ßão sujeito-contexto assume na vida di aria. Nas ultimas d ecadas, constata-se um aumento substancial do reconhecimento do constructo de comportamento adaptativo (CA) ao n ıvel da avaliac ßão e diagn ostico de pessoas com DID, em termos internacionais (Tass e et al., 2012), e nacional (Santos, 2014;Santos, Morato & Luckasson, 2014).O modelo de funcionamento humano (Luckasson & Schalock, 2012) exige que se considere a relac ßão entre as capacidades intelectuais e adaptativas, o papel do contexto ecol ogico e tipo de apoio para uma participac ßão efetiva na comunidade. O CA, englobando as habilidades de funcionamento independente, responsabilidade pessoal e social, passa não s o pela aquisic ßão de habilidades para a adaptac ßão, mas tamb em pela minimizac ßão de comportamentos desviantes. E a componente social que determina se o sujeito denota um n ıvel funcional, esperado pelas normas vigentes, definidas por um grupo dominante dentro desse sistema.O CA e definido como o conjunto de habilidades aprendidas ou adquiridas para desempenhar com sucesso aspetos e tarefas, noâmbito da independência, responsabilidade pessoal e social, que atrav es de ajustamentos v arios procura a adaptac ßão as expetativas socioculturais e et arias vigentes, e que implicam o assumir do papel de membro ativo na comunidade onde o indiv ıduo se insere (Santos & Morato, 2012, p. 28).Apenas no in ıcio do s eculo XXI, Portugal tem considerado uma avaliac ßão funcional do CA para descrever as competências dos alunos com DID nos contextos comunit arios, fundamentando programas de intervenc ßão focados na funcionalidade nas atividades de vida di aria. O diagn ostico da DID e ainda somente baseado na avaliac ßão do QI, com consequências ao n ıvel da sua colocac ßão em unidades de apoio a multideficiência em detrimento da sala de aula com os pares. Constata-se, assim, a necessidade emergente de se alterar normativos de definic ßão e classificac ßão das dificuldades das pessoas no sentido de ...