A discussão acerca da relevância das aprendizagens iniciais de matemática não pode ser colocada em pauta inferior no debate sobre o impacto do trabalho com uma ciência que é milenar. Ao pensar nos primeiros contatos dos educandos com a matemática, despontam alguns questionamentos: quais os saberes, trajetórias e práticas dos profissionais que trabalham com esse componente curricular nos primeiros anos da escola básica?Pensando nisso Adair M. Nacarato, Brenda L. S. Mengali e Cármen L. B. Passos formam uma equipe dinâmica de investigação que assume na obra o ofício notável de entrelaçar fios do ensinar e aprender na extensa rede da alfabetização matemática.O capítulo I inicia-se com uma viagem pela História da Educação, especificamente pelo contexto das reformas curriculares da década de 80, as quais não exprimiram ganhos reais na prática da sala de aula do Ensino Fundamental I (foco do livro). Ressaltou-se ainda a apresentação dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) (BRASIL, 1997) que, segundo as autoras, embora contemplassem novos aspectos para a abordagem matemática, teve sua aplicabilidade comprometida pelo esclarecimento insatisfatório de sua intenção construtivista e pela carga específica das orientações didáticas nele contida, dificultando o entendimento de professoras 1 generalistas.A seção A formação matemática da professora polivalente evidencia as deficiências formativas a nível médio (modalidade Normal) e em nível de graduação (Normal Superior e Pedagogia), no tocante ao trabalho com a matemática das primeiras séries do ensino fundamental. Já em Crenças e sentimentos em relação à matemática e seu ensino, os relatos autobiográficos de alunas da Pedagogia mostram que as experiências das licenciandas com a matemática da escola básica podem moldar a prática profissional da futura professora.
O livro consiste em uma coletânea de 12 textos organizados por Adair Mendes Nacarato e Celi Espasandin Lopes, reunindo subsídios teóricos e práticos relativos às interfaces entre a educação matemática e as práticas em leituras e escritas, perpassando a escola básica e o ensino superior.No prefácio da obra, a Dra. Maria da Conceição Ferreira Reis Fonseca posiciona-se quanto ao aspecto ousado da coletânea no âmbito da educação matemática. Segundo ela, os educadores envolvidos nesse trabalho assumem uma postura social que concorre para a compreensão e a transformação das relações preponderantes na sociedade.No capítulo 1, intitulado "O uso da língua nas diferentes áreas do currículo escolar", a autora Cristiane Maria Megid apresenta o caráter polissêmico de problemas matemáticos, aproximando sentidos percebidos a relações históricas e ideológicas. Megid introduz e explora ainda o conceito de repetição histórica 2 no anseio de traçar novas associações para a representação do repetir nos contextos educativos.1 Boletim Gepem (Online) ISSN: 2176-2988 | n. 64 -Jan./Jun. 2014 (texto em diagramação). 2 Classificação proposta por Orlandi (1999) e que se distancia dos ideais de repetição empírica e formal, pois contempla o anseio de que as práticas educacionais possibilitem aprendizagens e conexões significativas.
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