A política externa do governo Luís Inácio Lula da Silva, que começou em 1º de janeiro de 2003, tem chamado a atenção dos observadores externos e dos estudiosos internos, em vista de vários aspectos inovadores em sua formulação e execução, assim como em função de reações e impactos no entorno regional e no plano internacional, o que a colocou sob o foco desses estudiosos e comentaristas desde os primeiros momentos de sua implementação. Iniciada sob promessas de mudanças na forma e no estilo, assim como em sua própria substância, por seus propositores e executores, a política externa do governo Lula -que guarda inúmeras conexões "genéticas" com o grupo dominante no cenário político do governo federal, o Partido dos Trabalhadores -vem sendo, desde então, calorosamente defendida por muitos de seus simpatizantes na academia e na imprensa, tanto quanto ela vem sendo atacada, com o mesmo ardor e veemência, por analistas independentes, nos mesmos meios intelectuais e jornalísticos.Trata-se de configuração relativamente nova no panorama político-institucional brasileiro, uma vez que, até recentemente, a política externa ou era praticamente ignorada no cenário político e nos meios de comunicação, ou dispunha, nesses meios, assim como na opinião pública de forma geral, de relativo consenso positivo entre as diversas tendências político-ideológicas em que se divide a sociedade. Essa avaliação não mais parece válida atualmente, Rev. Bras. Polít. Int. 49 (1): 95-116 [2005] ARTIGO * Diplomata de carreira, professor no mestrado em Direito do Centro Universitário de Brasília -Uniceub. Os argumentos contidos no presente ensaio representam exclusivamente opiniões do autor, não refletindo posições ou políticas do governo brasileiro ou do Ministério das Relações Exteriores (pralmeida@mac.com).
Resumo: Este texto aborda a temática da agroindústria na perspectiva de trabalhadores cortadores de canade-açúcar na região do Triângulo Mineiro. Explora a historicidade da luta de classes por meio da experiência no trabalho. O objetivo maior é o de ressaltar determinadas relações estabelecidas entre trabalhadores e usinas, mostrando mudanças nas relações produtivas, transformações nos modos de vidas e formas de exploração dos trabalhadores. O artigo também discute tendências na luta pela terra, questões ambientais e introdução de máquinas no plantio e na colheita da cana. Palavras-chave: Trabalhadores; Cana-de-açúcar; Triângulo Mineiro. Abstract:This text is a reflection about the problematics of agrobusiness in the experience sugarcane's workers of the Triângulo Mineiro region. Exploring the historicity of the class struggle through work experience. The main objective is to study the relations between workers and relations of production, showing changes in work, changes in the lives, from the current characteristics of the exploitation of workers. The article also discusses trends in the struggle for land, environmental issues and the introduction of machinery in planting and harvesting sugar cane.
Resumo: A córnea e a esclera formam a superfície externa do globo ocular, proporcionando proteção aos componentes internos e mantendo o formato de refração do olho. A estrutura da córnea é composta de epitélio, endotélio e estroma, sendo este último o principal responsável pelas características mecânicas da córnea. Estudos biomecânicos envolvendo o Método dos Elementos Finitos (MEF) podem revelar características mecânicas importantes da córnea, porém estes estudos normalmente requerem alto custo computacional. Este trabalho propõe um estudo do tempo de processamento para análises do comportamento mecânico de córneas humanas via MEF, levando-se em consideração modelos computacionais com baixa complexidade. As simulações foram realizadas utilizando um software comercial de análise de elementos finitos para medir o deslocamento no ponto central da córnea, em que variou-se a quantidade de elementos e nós dos modelos, com o objetivo de comparar os resultados.Palavras-chave: Biomecânica. Córnea. Método dos Elementos Finitos.Abstract: Cornea and sclera are parts of the ocular globe external surface, providing protection to the internal components and keeping the shape of eye refractive. The corneal structure is composed by epithelium, endotheliumn and stroma, being this last one the main responsible for the mechanical properties of the cornea. Biomechanical studies involving the Finite Element Method (FEM) can reveal important mechanical characteristics of the cornea, however these studies usually require high computational cost. This work proposes a study of the processing time for mechanical behavior analysis of human corneas by using FEM, taking into consideration computational models with low complexity. Simulations were performed using a commercial software finite element analysis to measure the displacement at the central point of the cornea in which the amount of elements and nodes of the model was changed in order to compare the results.Keywords: Biomechanics. Cornea. Finite Element Method. IntroduçãoUma das partes mais importantes do globo ocular é a córnea a qual possui características mecânicas que podem ser analisadas no intuito de aprimorar métodos para prevenção de doenças e o surgimento de equipamentos mais eficientes na área médica [1]. Ter uma compreensão do comportamento mecânico de córneas é importante para constatar aplicações clínicas, como exemplos: a tonometria, diagnósticos de ceratocone e estudos relacionados às cirurgias refrativas [2].As propriedades biomecânicas da córnea humana estão relacionadas à sua estrutura, em especial ao comportamento do estroma [3]. A elasticidade da córnea depende da forma como as fibras de colágeno estão agrupadas, variando conforme a direção das fibras [4]. Estudos realizados sobre o comportamento da córnea humana demonstram comportamento elástico não-linear, tendo seu módulo de elasticidade (módulo de Young), crescente, à medida em que a tensão aplicada é aumentada [5].
Sou suspeito para escrever sobre a professora e, sobretudo, amiga Katia de Queiroz Mattoso, por uma ou duas razões muito simples: eu era um admirador de sua obra, e com ela assinei um pequeno livro de história do Brasil, publicado em Paris, em 2002. Tive a ideia assim que cheguei em Paris, em 1993, e fui visitá-la, pedindo autorização para que um texto seu, sobre a história do Brasil dos tempos coloniais até o final do regime militar, fosse editado pela Embaixada do Brasil, para uso dos estudantes secundaristas franceses, com um complemento meu sobre a fase contemporânea, até o final do governo Itamar Franco. O panfleto teve bom acolhimento entre as escolas, daí nossa decisão de passar a uma edição comercial, ampliada, graças a nosso bom amigo Denis Rolland, editor da coleção latinoamericana da Harmattan, uma editora essencialmente universitária.Estive em seu apartamento diversas vezes, numa pracinha fechada, perto da Avenue Victor Hugo, invariavelmente para encontros com historiadores brasileiros, franceses, americanos, enfim, com a pequena République des Lettres que circulava em torno da nossa grande dame da cadeira de Histoire du Brésil na Sorbonne (Paris-IV), aonde fui diversas vezes, palestrar ou assistir aulas e dissertações sobre os mais diversos temas da história do Brasil e assuntos correlatos. Ela tinha um gabinete minúsculo na Sorbonne, mas sua casa estava sempre aberta aos muitos estudantes brasileiros, franceses ou de quaisquer outras nacionalidades que desejassem estudar o Brasil, em todos os seus aspectos. Todo historiador brasileiro passando pela França -e eles sempre foram muitas dezenas -tinha de falar com a "Katia", o que geralmente terminava por uma sessão de conversa e de chá em seu apartamento acolhedor.Também sou suspeito para falar (bem) dela, pois fui eu quem tomou a decisão de agraciá-la com a Ordem do Rio Branco, assim que a oportunidade se apresentou. Com razão, com mérito e com honra, pois pouca gente fez tanto pelo estudo da história do Brasil na França (e no mundo, pois alguns de seus livros e trabalhos foram também traduzidos para o inglês) quanto essa grega de origem, brasileira por casamento e baiana de coração. Minhas afinidades com ela também passavam pela carreira diplomática, já que ela também teve sua primeira experiência, no serviço * PhD em Ciências Sociais e diplomata de carreira (pralmeida@me.com).
Texto proferido durante Aula Magna do Programa de Pós-Graduação em Ciências Jurídicas da UFPB do semestre 2018.1
"Nota Liminar": a designação remonta aos anos sessenta, quando o historiador José Honório Rodrigues costumava introduzir assim os muitos números temáticos que ele concebeu enquanto exercia o cargo de Diretor Geral do IBRI, o que lhe dava automaticamente o direito de exercer a função de Editor da RBPI. Ele desempenhou-se brilhantemente à frente da revista, entre 1964 e 1969, numa fase que poderíamos caracterizar como "heróica" da vida deste periódico, como se pode verificar nesta edição comemorativa dos primeiros quarenta anos de sua existência editorial.Atualmente, e mais precisamente desde a inauguração da série de Brasília, os dois cargos encontram-se nitidamente separados, mas na prática as funções muitas vezes se mesclam, como o prova esta iniciativa do Diretor Geral do IBRI -que é ao mesmo tempo o Editor Adjunto da RBPI -de deixar registrada sua importância para a vida intelectual do Brasil e para o estudo de suas relações exteriores nos últimos quarenta anos."Quarenta anos": poucas revistas acadêmicas brasileiras, a fortiori no campo das relações internacionais, podem ostentar uma tal longevidade editorial. Pode parecer pouco, ao lado, por exemplo, dos quase dois séculos de existência da Revue des Deux Mondes, mas no contexto brasileiro trata-se certamente de uma marca de "senioridade". Na verdade, com a notável, mas compreensível, exceção das revistas militares -que ocasionalmente se ocuparam de temas internacionais -e descontando-se o saudável meio século das duas revistas editadas pela Fundação Getúlio Vargas, Conjuntura Econômica e Revista Brasileira de Economia -que também dedicam-se, parcial ou episodicamente, a temas das relações econômicas internacionais do Brasil -nenhuma outra revista acadêmica nesta área especializada pode gabar-se de ser uma espécie de registro e testemunha "ocular" da maior parte dos eventos e processos das relações internacionais do Brasil contemporâneo que constituem o seu próprio objeto de análise.A RBPI esteve presente, por exemplo, na criação da Política Externa Independente, assim como ela acompanhou a longa trajetória da política nuclear ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Rev. Bras. Polít. Int. 41 (n. esp. 40 anos): 5-7 [1998]
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