O presente artigo se propõe a discutir como o multiculturalismo em suas diversas vertentes pode oferecer subsídios para tematizar as questões de sexualidades, raça, masculinidades e classe social de sala de aula. Neste sentido, abordamos os modos com que alunos/as do 6º ano do ensino fundamental vivenciam as questões e como é possível tentar problematizar verdades essencializadas. Para tanto, procurou-se, nas abordagens metodológicas da pesquisa-ação, os elementos necessários para produzir as informações que foram obtidas por meio de encontros semanais da disciplina “Artes Visuais”. Ao analisar os dados, a partir das questões propostas pelo multiculturalismo, estudos de gênero racialidade e sexualidade, observou-se que as expectativas sobre gênero masculinidades são configuradas a partir da visão heteronormativa. Assim os dados do estudo mostram preconceitos trazidos, bem como impactos das ações desenvolvidas, no sentido de uma educação multicultural transformadora.
O presente artigo se propõe a analisar como as propostas multi/interculturais estão refletidas no texto do PNE 2011-2020. Argumentamos que uma educação multi/intercultural pode contribuir para a construção de uma educação que valorize e reconheça as múltiplas culturas presentes no cotidiano e, sobretudo, promover uma interrelação entre as diferentes identidades culturais. Defendemos a relevância desta análise, apoiados em argumentos a partir de autores que nos mostram a centralidade da cultura em nossos tempos. Com isso, destacamos como se dá a expansão dos determinantes associados à cultura a partir da segunda metade do século XX, e como ela tem assumido uma posição central na vida dos sujeitos, em processos globais de formação e mudança. Por isso, torna-se de fundamental importância refletir como o PNE (Plano Nacional de Educação) está incorporando as questões propostas pelo multi/interculturalismo, principalmente aquelas relativas à formação de professores/as. Concluímos, reconhecendo que é essencial que os cursos de formação docente inicial e continuada desenvolvam as discussões sobre o multi/interculturalismo, no horizonte de uma educação crítica, para a superação de desigualdades, exclusões sociais, preconceitos e modelos hegemônicos monoculturais de educação.
ResumoAs identidades (sexuais), em sua relação com o espaço escolar estão, a todo tempo, tensionando e sofrendo a interpelação dos currículos. Considerando esse cenário, a partir das contribuições das teorias de gênero e sexualidades e da metodologia de Observação Participante, esse artigo objetivou questionar os modos como as masculinidades hegemônicas de duas escolas públicas da região da Baixada Fluminense do Rio de Janeiro são performatizadas e interagem com as identidades sexuais dissidentes, a exemplo de gays, travestis e transexuais (GT). Com os dados que subsidiaram a análise, produzidos a partir de práticas docentes dos autores, buscou-se questionar os currículos com vistas a interrogá-los sobre os discursos que produziram modos de subjetivação e ensinaram formas heteronormativas, complementares e assimétricas de projeção das identidades sexuais fortemente atravessadas pelas expectativas em torno da(s) masculinidade(s) negra(s).
O presente estudo tem como objetivo central investigar como o conhecimento escolar está sendo tematizado nas principais revistas de educação do Brasil. Defendemos o argumento de que o conhecimento escolar ocupa o papel central nas teorias de currículo. Para tal utilizamos as indicações da metapesquisa e analisamos 33 artigos publicados em periódicos A1 (qualis/Capes) no período de 2013 a 2018. Foi possível perceber que os autores estão filiados a diferentes epistemologias e abordam diferentes temas em relação ao conhecimento escolar. No entanto, pouco se preocuparam em verificar como o conhecimento escolar está sendo vivenciado no cotidiano escolar.
O presente artigo tem como objetivo investigar como estão sendo discutidas e problematizadas as políticas curriculares nos últimos anos. Para tal, serão analisados os textos apresentados no GT de Currículo na ANPEd no período de 2010 a 2015, buscando identificar os principais recortes temáticos, os referenciais teórico-metodológicos e como estes dialogam com as propostas preconizadas por Ball e Laclau. Foi possível verificar como o método ciclo de políticas e a teoria do discurso são provisoriamente hegemônicos entre os referenciais teórico-metodológicos discutidos, contudo diversos textos não levaram em consideração os sujeitos encarnados que vivenciam o cotidiano escolar.
Este artigo aborda modos pelos quais alunos da educação infantil constroem e vivenciam, por meio de jogos e brincadeiras, suas masculinidades. Para tal, apropriando-nos de estudos de gênero, culturais e winnicottianos discutimos como os alunos de uma creche localizada em Duque de Caxias - RJ constroem e revelam, no cotidiano escolar, suas masculinidades. Neste sentido, o objetivo central deste texto é refletir como alguns jogos e brincadeiras na educação infantil interferem diretamente no processo de coconstrução das masculinidades. Os principais instrumentos para a geração destes dados foram a observação do cotidiano escolar, as anotações de conversas informais consideradas significantes feitas por um dos autores e as memórias de ex-alunos, por meio de contatos realizados nas redes sociais. A partir dos resultados obtidos, verificamos que, por meio do planejamento e do desenvolvimento de jogos e brincadeiras na educação infantil, as crianças evidenciaram uma desnaturalização de marcas e visões essencializadas da identidade masculina, contribuindo para problematizar processos hegemônicos de construção de suas masculinidades.
O presente artigo discute, a partir das contribuições dos Estudos Decoloniais e Queer, os modos pelos quais estudantes do 6º ano de uma escola pública da periferia de Duque de Caxias, cidade localizada na Baixada Fluminense, Região do Estado do Rio de Janeiro, construíram e vivenciaram seus arranjos familiares, ressignificando cotidianamente as expectativas sexuais e raciais, a maternidade e a paternidade. Comessa investigação, a partir do método da pesquisa-ação, objetivou-se problematizar as noções de família, trazendo à tona a necessidade de reconhecer outras possibilidades.Com os dados que subsidiaram a análise, produzidos nos encontros semanais da disciplina “Artes Visuais”, buscou-se questionar os currículos com vistas a interrogálos sobre os discursos que produziram modos de subjetivação e ensinaram formas heteronormativas, comple-mentares e assimétricas de projeção das identidades sexuais fortemente atravessadas pelas expectativas em torno à(s) masculinidade(s) negra(s).
ResumoNeste texto, seguimos o entendimento de que as identidades são marcadas pela cultura, e reconhecemos a possibilidade de reinvenção do sujeito nos jogos interpelativos das regulações sexuais. Contudo, parece-nos que, independentemente de nossas trajetórias, intuímos as formas de ser, de estar ou de transitar nos marcadores político-sexuais 'mulher' e 'homem', tomando por base -e caminho -os instrumentos que nos educaram. Desse modo, a partir de experiências docentes descritas por meio das contribuições autoetnográficas, neste trabalho buscaremos questionar as práticas pedagógicas de gêneros e de sexualidades, com vista a interrogá-las sobre os discursos que tanto produziram modos de subjetivação quanto nos ensinaram formas heteronormativas complementares e assimétricas de projeção das performatividades sexuais. Como resultado, enfatizamos a importância de problematizar a produção discursiva e social das categorias de gêneros, chamando a atenção para as configurações identitárias elaboradas em diálogo com os instrumentos educativos que nos ensinam formas de ser homem e mulher. Neste processo, percebemos que a "masculinidade" e "feminilidade" têm sido ampliadas e o corpo anatômico é apenas um suporte de invenções estimuladas pela sexualidade. Os novos arranjos proporcionados pelas sexualidades e pelos gêneros improvisam outros arranjos identitários interagindo com os movimentos curriculares e produzindo tensões cotidianas na escola.
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