RESUMO: A efetivação do processo de inclusão escolar no Brasil envolve diversas questões referentes ao professor e às práticas pedagógicas. Embora tradicionalmente tenha sido dada mais atenção aos aspectos de formação e de capacitação intelectual, também é necessário compreender como os aspectos emocionais do professor repercutem sobre sua prática em sala de aula. Nesse sentido, este estudo teve o objetivo de realizar uma revisão sistemática nas publicações nacionais indexadas na base SciELO sobre as emoções do professor frente ao processo de inclusão escolar, no âmbito do Ensino Fundamental. A busca sistemática resultou na seleção de 10 artigos. Não foi localizado nenhum artigo com foco específico nas implicações dos aspectos emocionais do professor durante a inclusão escolar. Os estudos apontaram a presença de diversas emoções/afetos/sentimentos, tanto em relação ao trabalho pedagógico como em relação ao aluno com necessidades educacionais especiais. As emoções mais frequentemente mencionadas foram: impotência, insegurança, medo, angústia, desamparo e isolamento. Em geral, essas emoções foram relacionadas ao despreparo do professor para realizar o trabalho sob a perspectiva inclusiva. Foram ainda citadas emoções relacionadas ao vínculo entre professor e aluno (como amor, carinho e progresso), à necessidade educacional especial dos alunos (como medo e pena) e também vinculadas ao exercício da prática profissional (como desânimo, despreparo e solidão). A revisão sistemática aponta para a necessidade de mais investigações da temática, bem como a necessidade de criação de espaços para a expressão e a valorização das emoções do professor, contribuindo, dessa forma, para a efetivação da inclusão escolar.
Este artigo apresenta os achados de duas pesquisas qualitativas realizadas junto a professores dos anos iniciais do Ensino Fundamental, cujas temáticas abordam a inclusão escolar. O primeiro estudo objetivou investigar o potencial de um grupo de apoio entre professores no atendimento à diversidade e à inclusão, utilizando a metodologia proposta por Nicolini (2013). O segundo estudo investigou as emoções docentes em relação à inclusão escolar, utilizando entrevistas estruturadas, semiestruturadas e a produção de fotografias pelas professoras. Ambas as pesquisas seguem os referenciais da Teoria Histórico-Cultural e enfatizam a emoção como promotora das práticas de ensino e de aprendizagem. As professoras participantes relataram emoções como alegria, satisfação, frustração, solidão e desamparo frente ao processo inclusivo, indicando a necessidade da criação de redes que apoiem professores e gestores e informem as famílias e a comunidade escolar sobre o real contexto legal, prático e simbólico da inclusão. As participantes sugerem ainda o fortalecimento interno das equipes para maior alcance do ato de incluir, apontando a formação docente como chave para o sucesso desse movimento. Os resultados indicam que, apesar das vivências emocionais contraditórias acerca da inclusão, as professoras têm se dedicado a superar barreiras práticas e emocionais para aprimorar sua ação e atender a diversidade presente nas salas de aula. Reforçam também a necessidade da formação de grupos de apoio que valorizem os aspectos cognitivos e emocionais de professores e alunos, buscando garantir a qualidade de trabalho e vida docente e a aprendizagem significativa de todos os estudantes.
RESUMO O artigo apresenta uma pesquisa cujo principal objetivo foi compreender as emoções do professor em relação ao processo de educação inclusiva e ao aluno em inclusão a partir dos referenciais da Teoria Histórico-Cultural de Vigotski. O estudo, de caráter qualitativo, foi realizado com três professoras dos anos iniciais do Ensino Fundamental de uma escola municipal da periferia do Município de Curitiba. A análise dos dados foi norteada pelos princípios da Análise de Conteúdo de Bardin (1977) e envolveu o uso de entrevistas estruturadas, semiestruturadas e a produção de registros fotográficos. Os dados foram categorizados segundo as vivências das participantes como alunas, como docentes e em relação à inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais na classe regular. Os resultados apontam, apesar da presença de emoções agradáveis, como alegria e satisfação, o predomínio de emoções desagradáveis relacionadas à docência inclusiva, como insegurança, frustração e pena. O estudo indica a maior valorização dos aspectos cognitivos, minimizando a importância da emoção no processo de inclusão escolar. A pesquisa revela que as emoções têm sido desvalorizadas inclusive pelas próprias docentes que, ao desconhecê-las, privam-se da possibilidade de utilizá-las como promotoras de crescimento pessoal e transformação do trabalho docente.
O presente ensaio buscou levantar informações sobre o perfil de jovens brasileiros quanto ao uso de internet, celulares e outras tecnologias, comparando-as com formas de aprendizagem dos estudantes nas universidades. O objetivo do texto consiste em apresentar uma reflexão sobre como as tecnologias e metodologias atuais de aprendizagem têm sido utilizadas para despertar a motivação e o interesse dos universitários no seu processo educacional. Entendemos que novas tecnologias educacionais têm oportunizado o desenvolvimento de práticas inovadoras no campo da educação, e que têm potencial para superar qualitativamente estratégias tradicionais como a aula expositiva. Trata-se de um estudo teórico fundamentado na Psicologia Histórico-Cultural, que nos permitiu inferir que as formas de ensinar baseadas em metodologias inovadoras, somadas ao uso das novas tecnologias, podem tornar as aulas mais atrativas e motivadoras para os estudantes ao propiciar condições materiais e imateriais para uma aprendizagem significativa, que considera afeto e cognição como unidade.
O artigo apresenta um recorte qualitativo na perspectiva interpretativista de uma pesquisa de mestrado cujo objetivo foi analisar as narrativas de evasão escolar dos estudantes da Educação de Jovens e Adultos (EJA) em uma instituição pública de ensino localizada em um município na região sul do Brasil. Dez estudantes de uma turma da EJA participaram de uma entrevista narrativa na qual compartilharam suas histórias de vida, em relação com a sua trajetória escolar. Os relatos foram analisados por meio do procedimento de análise das narrativas. Identificou-se nos participantes múltiplos relatos de dificuldades financeiras e privações, que condicionaram a entrada precoce desses estudantes excluídos da escola no mercado do trabalho de forma precária. Durante suas trajetórias de vida, os participantes vivenciaram uma sucessão de emoções relacionadas a privações, sofrimentos, características das perdas de vínculos e relações com familiares expressas em sentimentos e afetos relativos ao constante estado de exclusão social vivenciado. O estudo indica a essencialidade da dimensão da afetividade no estabelecimento de relações educacionais, bem como a necessidade de práticas educacionais que considerem os estudantes da EJA como seres integrais, fortalecendo seus objetivos e projetos futuros relacionados à jornada acadêmica e à vida social como um todo. Nesse sentido, conclui-se que a compreensão do ser humano em seu contexto cultural e histórico, considerando a indissociabilidade entre cognição e afeto, é um caminho para favorecer o pertencimento e integração dos estudantes à comunidade, contribuindo à efetivação da aprendizagem e ao pleno desenvolvimento de cada sujeito.
RESUMO Diante da necessidade de desenvolver estudos qualitativos que possam subsidiar a tomada de decisões na área educacional e como forma de promover o desenvolvimento de pesquisas teóricas consistentes na área da Educação, este artigo apresenta a metassíntese, modalidade de revisão sistemática qualitativa que consiste em um processo complexo e delicado de integração interpretativa dos resultados de estudos qualitativos primários, alcançando um nível de compreensão teórica abrangente e profundo. O artigo descreve o conceito e as etapas para a realização de metassínteses e apresenta contribuições desenvolvidas pelas autoras no sentido de facilitar a organização e a síntese dos dados em metassínteses, colaborando para a realização de revisões de literatura consistentes e de qualidade, concordes aos pressupostos da pesquisa qualitativa em Educação.
Este capítulo, de caráter teórico, revisa a produção vigotskiana com o objetivo de tecer reflexões sobre atividade criadora, em sua indissociável relação com a emoção, expressa nas múltiplas produções sociais humanas. Revela que Vigotski conduz a uma nova compreensão sobre a imaginação, a fantasia e a criatividade, cujos desdobramentos se estendem a todos os contextos da vida. Ao defender que o processo de imaginação permite a ampliação das experiências anteriormente vivenciadas e que a criatividade se ancora no acúmulo dessas experiências, o posicionamento inovador de Vigotski se afasta claramente das abordagens dominantes em sua época e estabelece as raízes de uma postura eminentemente social, que considera o desenvolvimento humano em seu contexto concreto, vinculado às experiências culturais e históricas que o constituem enquanto ser humano. Por fim, destaca que os processos de criação são essenciais à vida, garantindo que o homem se expresse e se desenvolva cultural e socialmente. A atividade criadora propicia uma via de expressão emocional que pode ser compartilhada socialmente por todoslembrando que não se trata de um privilégio exclusivo de alguns, mas de uma característica que permite e acompanha o desenvolvimento do psiquismo humano Palavras-chave: Atividade criadora, emoção, Psicologia Histórico-Cultural Página 146
Com o avanço recente dos recursos tecnológicos, a produção de fotografias se popularizou cada vez mais em todos os contextos da atividade humana. Especificamente no âmbito da pesquisa qualitativa, a fotografia tem sido usada principalmente como instrumento para a produção de dados. Muitas vezes, contudo, a forma como é utilizada não contempla as potencialidades desse recurso, deixando de considerar a expressão das subjetividades de pesquisadores e participantes da pesquisa em seu contexto cultural e histórico de produção. A partir dos pressupostos da Psicologia Histórico-Cultural de Lev Vigotski, este artigo de cunho teórico tece reflexões acerca do uso da fotografia em pesquisas qualitativas; enfatiza também a necessidade de considerar as imagens fotográficas como elementos que conferem significado e possibilitam a construção de novos sentidos à fotografia. Busca-se, assim, contribuir a uma compreensão da utilização dos registros fotográficos, que coadune os pressupostos de uma abordagem realmente qualitativa de pesquisa.
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