Medicinal plants continue to be appropriate and preferred alternatives for primary health care among rural Amazon populations, although their incorporation into conventional health services has been slow and challenging. Besides that, few Amazon plants have been considered in current public health policies. We sought here to better understand the role of medicinal plants in the therapeutic practices of residents of the Paulo Fonteles Land Settlement at Mosqueiro, a district within Belém (Pará State, Brazil) and identify species of potential value for government health services. Ethnobotanical data was obtained through semi-structured interviews with 61 residents. Results were analyzed using indices of use-report (Ur) and by consulting official documents of the Brazilian Ministry of Health (MS). The settlers use at least 61 exotic plants and 67 natives to Brazil; of the latter species, 21 were endemic to the Amazon region. The medicinal plants cited by the settlers were used for treating 76 symptoms and/or illnesses, especially related to digestive, respiratory, dermatological, and women's health problems; Anacardium occidentale, Alternanthera brasiliana, and Dalbergia monetaria had the highest URs. Forty plants are cited in MS documents. This research incentive more studies with Amazonian species and shows a list of 11 species for inclusion in health services offered to local populations.
Resumo Este artigo aborda o processo de implementação de acervos etnobotânicos no Brasil, com enfoque nas coleções da Amazônia brasileira e sua importância frente às metas da Estratégia Global para a Conservação de Plantas (GSPC) no país.Foram identificadas quatro recentes coleções etnobotânicas no Brasil: duas encontram-se no Sudeste – no Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ) e no Jardim Botânico da Fundação Zoobotânica de Minas Gerais (JBFZB-BH), – e duas no estadodo Pará – no Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) e na Universidade do Estado do Pará (UEPA) –, reunindo mais de mil e quinhentas amostras, distribuídas em diferentes categorias de uso, com destaque para a medicinal. Estas coleçõesrefletem a importância da flora dos biomas Mata Atlântica, Cerrado e Amazônia em diversos contextos socioculturais e estão relacionadas às atividades voltadas a atingir pelo menos três das metas delineadas pela GSPC. Portanto, acervosdessa natureza devem ser encorajados e apoiados, dado o seu inestimável valor científico e cultural.
Resumo Os agricultores familiares que vivem em áreas de assentamentos rurais estão entre os diversos grupos sociais da Amazônia que detêm um amplo conhecimento sobre o uso de plantas medicinais. Estudos realizados neste contexto revelam uma vasta heterogeneidade no conhecimento e uso de plantas medicinais, bem como a influência dessas comunidades na diversidade vegetal e nos aspectos culturais associados ao seu uso. Esta pesquisa traz informações sobre a dinâmica do conhecimento e uso de plantas medicinais no Assentamento Rural Paulo Fonteles, estabelecido desde o ano de 2006 no Distrito de Mosqueiro, Município de Belém, estado do Pará. Os dados foram obtidos através de entrevistas semiestruturadas e oficinas participativas e analisados qualitativa e quantitativamente. As plantas medicinais são recursos prioritários para os assentados em períodos que antecedem e sucedem a ocupação. Foram registradas 140 plantas medicinais, das quais, 119 foram identificadas e pertencem a 58 famílias botânicas. Sessenta espécies são nativas do Brasil, sendo 21 com domínio fitogeográfico restrito a Amazônia e 59 são introduzidas. O conhecimento local de plantas medicinais encontra-se bem difundido entre informantes de diferentes classes de idade e gênero. As pessoas provenientes de outras regiões do Brasil reportaram um acervo de plantas medicinais significativamente maior do que àquelas naturais do estado do Pará. Entre as 140 plantas mencionadas, 110 referem-se a espécies cujos usos foram mantidos ao longo do tempo pelos informantes. A heterogeneidade sociocultural e a dinâmica do modo de vida dos assentados rurais contribuem para o acúmulo de saberes e no incremento da diversidade da flora local.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.