ResumoA criança hospitalizada precisa lidar com estressores que geram ansiedade e sofrimento. Com o objetivo de descrever comportamentos de coping de crianças hospitalizadas e suas relações com idade, sexo e motivo da hospitalização, foram analisadas respostas ao Instrumento de Avaliação das Estratégias de Enfrentamento da Hospitalização de 148 crianças (6-12 anos, M = 9,5 anos), a partir de um banco de dados integrado. Os resultados foram analisados por estatística descritiva e inferencial. Tomar remédio, conversar, assistir televisão, rezar e brincar foram os comportamentos mais referidos. Houve correlação entre comportamentos de coping e diferenças decorrentes do motivo da hospitalização. Meninas cantam mais e referiram mais choro, tristeza e medo do que meninos. Não foram verificadas diferenças em relação à idade, mas o comportamento de chantagem diminuiu em função da maior idade. Sugere-se que variáveis como sexo, motivo da hospitalização e idade sejam consideradas em intervenções com foco no coping da hospitalização. Palavras-chave:Coping; Criança hospitalizada; Hospitalização.
Estudos de Psicologia I Campinas I 32(4) I 627-639 I outubro -dezembro 2015 http://dx.doi.org/10.1590/0103-166X2015000400006 AbstractHospitalization affects children's behavior, and it is dealt with through children's coping strategies. This study aims to describe the hospitalization coping strategies adopted by children with cancer, analyzing the importance of the Hospital School. Eighteen children with cancer, aged between 6 and 12, participated in the study. The children were evaluated using the Computerized Instrument for Assessing Hospitalization Coping Strategies and their parents responded to the Child Behavior Checklist (6-18 years). The most common behaviors referred to were playing, talking, watching TV, taking medication, studying, feeling angry, and blackmailing. The most common strategies identified were rumination and distraction. The children highlighted the importance of the Hospital School as a way to continue their learning process and education. The sample's coping patterns revealed behaviors and strategies that were favorable to coping with hospitalization during the Hospital School period, which indicated possible benefits for children undergoing cancer treatment.
Resumo: Brincar no hospital traz benefícios à criança e ao tratamento, servindo como uma estratégia de enfrentamento da hospitalização. O objetivo deste estudo foi descrever as preferências lúdicas de crianças com câncer, na classe hospitalar. Participaram 18 crianças (de 6 a 12 anos), avaliadas pelo instrumento computadorizado de avaliação do brincar no hospital (ABHcomp). Os pais responderam à escala comportamental infantil A2 de Rutter (ECI). As brincadeiras preferidas no ABHcomp foram: desenhar, assistir à TV e ler gibi. As crianças apresentaram problemas comportamentais e emocionais (61,1%) na ECI, como dor de cabeça e medo. A alta frequência de problemas indica a importância da assistência psicológica, que pode ser realizada por meio da associação de recursos lúdicos às técnicas psicológicas adequadas às demandas do contexto da doença e da hospitalização. Além disso, o brincar aparece durante o período na classe hospitalar, indicando possíveis benefícios dessa para a brincadeira no hospital e o tratamento dessas crianças.Palavras-chave: brincar no hospital; hospitalização infantil; câncer infantil; classe hospitalar; estratégias de enfrentamento da hospitalização.
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