Entrevista com a professora doutora Patricia Marouvo em torno de sua produção acadêmica sobre a autora inglesa Virginia Woolf e de seus projetos de pesquisa e de extensão, focando sobretudo em leituras contemporâneas de Woolf, da sua contemporaneidade e da poética hídrica que Marouvo desenvolve para pensar o romance As ondas (1931), assim como o tema do devir-minoritário em outros trabalhos da autora.
Este artigo tem por objetivo mapear a sentença feminina, elaborada por Virginia Woolf em A Room of One’s Own (1929), nos romances Pride and Prejudice (1813) e Persuasion (1818), de Jane Austen. Com base nesse mapeamento, é realizada uma leitura que situa a produção austeniana na tradição literária feminina, considerando-se sua contribuição para uma quebra da sentença masculina, desarticulando sua lógica ao ironicamente promover o riso (BERGSON, 2018) e um olhar crítico às convenções literárias e sociais de seu tempo.
This article aims to discuss Virginia Woolf’s critical appraisal of the contemporariness of her contemporaries’ production, focusing on her 1923 essay “How It Strikes a Contemporary”. To that end, it contextualizes the publication of The Common Reader – First Series (1925) so as to problematize its conversational quality as a philosophical principle inherent to Woolf’s oeuvre (Pinho 2020). A comparison is also drawn between Woolf’s “How It Strikes a Contemporary” and Giorgio Agamben’s “What Is the Contemporary?” (2009) in order to shed light on the intersections between contemporary philosophy and the philosophical questions we find in Woolf’s writing.
Este artigo busca investigar a maneira como a forma do romance The Waves (1931), de Virginia Woolf, se instaura como expressão de sua prosa modernista, política e feminista. As diferentes vozes das seis personagens principais são atravessadas pelo tempo, da infância à velhice, e entre elas são inseridos interlúdios que, reunidos, apresentam o decorrer de um dia, instâncias paralelas que se interpenetram na complementaridade entre ser humano e natureza de que faz parte. A enorme importância que a autora sempre deu para a forma de seus textos é inegável, em especial ao explorá-la ao máximo, a ponto de esgarçar as fronteiras entre os gêneros literários e não-literários. Por meio de um apanhado de seus ensaios e passagens de seus diários, além da contribuição de textos seminais da crítica woolfiana, propõe-se que uma forma significante se avulta à maneira de recorte e colagem de cores e brilhos, luzes e sombras que encerrem a multiplicidade una que o todo de um mosaico compõe.
O presente trabalho objetiva pensar o processo de escrita pelo ponto de vista de Bernard ao esboçar um resumo da sua vida e da vida de seus amigos ao final do romance The Waves (1931) de Virginia Woolf. Sua escritura é problematizada ainda quando comparada à da mulher que escreve em Elvedon e aos poetas da década de 30, que Woolf alcunha os leaning tower poets. Pretende-se fazer uma releitura da importante contribuição aos estudos woolfianos desenvolvida por Jane Marcus em “Britannia Rules The Waves” (2004), que recuperou dados materiais que ajudam a compor a narrativa e a contextualizam histórica e biograficamente.
Em suas memórias, reunidas no volumeMoments of Being (1972), Virginia Woolfse imbui da tarefa representativa deacompanhar o fluxo da vida, escrevendosobre momentos de sua infância, cujadensidade causaram tamanha impressãoque, ainda na idade adulta, a autora se vêconvocada a redimensionar a medida emque as lembranças do passado pressionama maneira de compreensão do presente.Sua escrita a convoca a uma resposta,estimulada pela motivação racional emver-se capaz de, simbolicamente,apresentar os baques da vida,reassimilados no processo de escriturapara sobreviver ao impacto e saciar umdesejo de revelação do indício de algo realpor trás das aparências, que se torna realao ser colocado em palavras. Pretende-seaqui pensar suas memórias a partir dequestões que se mostram cruciais erecorrentes em sua poética, almejandodesenvolver sua relevância no processo deescrita e na elaboração da tensão entreidentidade e consciência.
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