ResUmoA tilápia do Nilo, Oreochromis niloticus (Linnaeus 1757), é um peixe onívoro que vem sendo introduzido nos ecossistemas aquáticos do Bioma Caatinga desde a década de 70 para fins de pesca e piscicultura. No entanto, os impactos ambientais oriundos da introdução desta espécie ainda permanecem pouco conhecidos. O objetivo deste trabalho foi investigar experimentalmente possíveis mecanismos pelos quais a espécie pode afetar negativamente outras espécies de peixes. dois experimentos de campo foram realizados onde as densidades de tilápias foram manipuladas e as dinâmicas do fito e zooplâncton foram monitoradas assim como a variação na transparência da água. A hipótese testada neste trabalho é a de que a tilápia do Nilo reduz a abundância do zooplâncton, aumenta a abundância do fitoplâncton e conseqüentemente diminui a transparência da água. Os resultados dos dois experimentos confirmam a hipótese, mas sugerem que apenas os organismos zooplanctônicos de maior tamanho são negativamente afetados enquanto que apenas as algas planctônicas de menor tamanho são favorecidas pelas tilápias. Apesar da tilápia do Nilo ser uma espécie onívora e se alimentar tanto de zooplâncton quanto de fitoplâncton, seus efeitos sobre as comunidades planctônicas foram muito semelhantes aos efeitos de peixes estritamente zooplanctívoros. Os resultados ainda demonstram um forte efeito negativo das tilápias sobre a transparência da água devido a sua ação de bioturbação ou ressuspensão de sedimentos. Portanto, através de seus efeitos negativos sobre a abundância do zooplâncton e a transparência da água, a tilápia do Nilo pode inibir o recrutamento de outras espécies de peixes que se alimentam principalmente de zooplâncton e se orientam visualmente para localizar e capturar suas presas, ao menos nos estágios iniciais de suas vidas. palavras-chave: invasões biológicas, biodiversidade, peixes dulcícolas, cascatas tróficas, onivoria, reservató-rios, trópico semi-árido. abstRact impacts of tHe Nile tilapia (OREOCHROMIS NILOTICUS) iNtRoDUctioN oN tHe tRopHic stRUctURe of tHe aqUatic ecosYstems of tHe caatiNga biome. the Nile tilapia, Oreochromis niloticus (Linnaeus 1757), is an omnivorous fish which has been introduced into the aquatic ecosystems of the Caatinga Biome since the 70´s to improve fisheries and aquaculture. However, the environmental impacts of this species introduction are still poorly known. The aim of this work was to experimentally investigate possible mechanisms by which this species might negatively affect other fish species. Two field experiments were conducted where the abundance of tilapia was manipulated and the phyto-and zooplankton dynamics were monitored together with the variation in water transparency. We tested the hypothesis that the Nile tilapia would decrease the abundance of zooplankton, increase the abundance of phytoplankton and consequently decrease water transparency. Results from both experiments confirm the hypothesis but suggest that only larger zooplankton is negatively affected while only smaller algae ar...
O artigo discute os desafios do nexo água-energia-alimentos-clima no contexto da região do Submédio rio São Francisco, identificando conflitos históricos e perspectivas atuais para a governança dos recursos naturais. A evolução dos processos sócio-históricos de ocupação do território e de implementação de políticas públicas será apresentada numa primeira seção, com foco nos projetos energéticos e suas interações com a utilização de recursos hídricos e com questões produtivas e agrárias. A segunda seção apresenta os dados primários de investimento público na região, cujo alvo tem sido os projetos eólicos, e as interações interinstitucionais para a execução destes recursos. A terceira seção discute os riscos apresentados pelos projetos eólicos, no sentido de reproduzir os padrões desiguais de investimentos no território e aumentar a vulnerabilidade socioambiental, apesar do potencial destes projetos em promover a mitigação das mudanças climáticas.
Resumo As atividades humanas vêm alterando o meio ambiente e contribuindo para a aceleração das mudanças climáticas (MC). Diante disso, é necessária a compreensão de como novas percepções podem resultar em ações em prol do ambiente, além do papel da educação ambiental nessa equação. Logo, foram aplicados 1526 questionários objetivando compreender a percepção de universitários sobre os impactos das MC em diferentes setores da sociedade e extratos sociais, além de outras crenças pessoais. Observou-se a necessidade de maior abordagem de conhecimentos ambientais, com a inserção desses temas nos currículos de todos os níveis de ensino, em consonância com a lei 9795/99. Além disso, o limitado conhecimento sobre a ligação entre informação, percepção e ações de enfrentamento às mudanças no clima, indica a necessidade de desenvolvimento de mais pesquisas que possam explorar como a melhor qualidade de ensino na educação ambiental e climática pode auxiliar nas percepções e ações em prol das políticas públicas de adaptação e mitigação.
As áreas urbanas apresentam uma junção de características que as tornam responsáveis por problemas ambientais em escala global e vulneráveis aos impactos ambientais locais e globais. Além dos impactos de baixos níveis de planejamento das cidades sobre o meio ambiente, estima-se que as mudanças climáticas causarão uma diversidade de modificações ambientais, sociais, econômicas e mesmo culturais nas áreas urbanas. No setor alimentar, as mudanças climáticas poderão causar impactos em toda a cadeia de alimentos, levando a transformações nas práticas alimentares e na segurança alimentar. Por outro lado, os padrões de comportamento alimentar da sociedade também devem ser considerados, uma vez que têm um papel importante no setor de emissões de gases de efeito estufa. Nesse contexto, a percepção da população sobre a temática climática e alimentar, como possível indutora de mudanças de comportamento, insere-se como de grande importância na busca de soluções aos novos enfrentamentos socioambientais. Logo, com o objetivo de compreender as percepções sobre as possíveis mudanças do clima e seus impactos no setor alimentar, foi desenvolvida uma pesquisa com estudantes de graduação de diversas áreas de estudo na Universidade de Brasília (N=1526). Como resultados, além da percepção de mudanças climáticas e seus impactos no meio urbano, foram observadas percepções de impactos no setor de alimentos. São discutidos como os padrões encontrados podem indicar uma abertura para a educação alimentar, visando mudanças comportamentais em favor do menor desperdício de alimentos e de escolhas alimentares, visando uma dieta sustentável com efeitos positivos individuas para a coletividade e o meio ambiente.
A região do Semiárido, ao longo dos anos, foi alvo de uma transição de políticas públicas voltadas ao combate à seca para as políticas com base na Convivência com o Semiárido. Com base nesse paradigma, foram desenvolvidas políticas em vários âmbitos de modo a apoiar os agricultores familiares mais vulneráveis. Entretanto, diante das mudanças climáticas previstas para a região, preconiza-se a necessidade de um melhor entendimento das percepções sobre o clima, seu impacto nos processos produtivos e os ajustes realizados, de modo que possam ser identificadas as principais vulnerabilidades e os processos de adaptação que podem ser fomentados pelas políticas. Com base nisso, por meio de entrevistas qualitativas, buscou-se entender a percepção sobre esses tópicos por parte de 54 agricultores familiares de sequeiro na região do Submédio São Francisco. De modo geral, a maioria dos entrevistados relatou a percepção de mudanças no clima nos últimos 15-20 anos, assim como preocupação sobre o clima futuro. A última seca (2011-2018) causou perdas produtivas que, em sua maioria, levaram a ajustes reativos aos acontecimentos. Diante das declarações, foi observado que existe uma percepção sobre a necessidade de planejamento, de modo que alternativas de adaptação anteriores aos impactos possam ser realizadas. Entretanto, vários desafios limitam o desenvolvimento de uma cultura de adaptação, dentre eles os relativos à utilização e às limitações das políticas públicas. Por fim, discute-se a necessidade de se atualizar algumas estratégias promovidas pelo paradigma de Convivência com o Semiárido, de modo a incorporar a perspectiva das mudanças climáticas e possibilitar o aumento das capacidades adaptativas dos agricultores familiares para que esses possam antever os eventos (adaptação ex-ante) e não apenas responder aos seus impactos (adaptação ex-post).
On September 23, 2019, in an interview with TIME magazine, the famous climate scientist Susan Solomon was asked why a society that managed to unite in the 1980s to handle the hole in the ozone layer in Antarctica still cannot do so to fight climate change (TIME, 2019). More than three years later, this question -and the inaction -are still accurate: why were we able to join forces to eliminate chlorofluorocarbons (CFCs) found in many refrigeration and personal care products, responsible for the depletion of the ozone layer and are now unable to combat the climate crisis?Evidence of climate disaster abounds, and we do not need to mention the most recent report by the Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC), of which Solomon is a senior member. A simple recall is enough of that at the launch of the Working Group III report of the 6th assessment, on climate change mitigation, in April of this year, the Secretary-General of the United Nations, António Guterres, launched a particularly dismal message: "The jury has reached a verdict. And it is damning. This report of the Intergovernmental Panel on Climate Change is a litany of broken climate promises. It is a file of shame, cataloguing the empty pledges that put us firmly on track towards an unliveable world".Nor do we need to remember here the countless daily testimonies of farmers from all origins, from the North and South Hemispheres, and under every economic situation possible, from large agribusiness to small producers, who feel the losses generated by climate change in their pockets. We do not even need to bring up the thousands of victims from floods, landslides, droughts, or even the rising costs of food, which mainly affect populations that are already historically vulnerable.
No abstract
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
334 Leonard St
Brooklyn, NY 11211
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.