Até o início do século XX, o Brasil era essencialmente um país rural, dinâmica que tem se modificado com as novas vias de comunicações. Os agricultores têm se deslocado para os grandes centros em busca de melhores oportunidades. Esse processo marca uma nova configuração social e, consequentemente, linguística, visto que o falante, no ambiente citadino, se submetea uma nova situação dialetal, muitas vezes marcada por processos de desenraizamento linguístico. Discute-se a manutenção ou perda de marcas lexicais conceituadas como rurais, a partir da análise dos dados coletados pelo At las Linguíst ico Topodinâmico e Topoestático do Estado do Tocantins (2018), em 12 localidades do Tocantins, junto a 96 informantes estratificados por sexo, idade e tipo de mobilidade.
Antes da estabilização ortográfica ocorrida no século XX, o topônimo Bahia teve, pelo menos, oito heterografias comprovadas; neste texto, serão apresentadas mais três grafias menos recorrentes encontradas no Dicionário Histórico do Português do Brasil (DHPB), em documentos entre os séculos XVI e XVIII. O presente artigo discutirá algumas reflexões de gramáticos, ortógrafos e teóricos que escreveram sobre o assunto à época em que o topônimo foi grafado, com a finalidade de propor algumas hipóteses linguísticas que circulavam no período em que os documentos foram escritos. Para tanto, o texto apresenta brevemente o pensamento ortográfico em circulação nos fragmentos de documentos para as letras <h>, <j> e <i>, mais precisamente no que se refere à grafia do topônimo, contemplando também uma visão panorâmica do pensamento linguístico envolvido nas escolhas ortográficas adotadas nos séculos aqui apresentados, remetendo às formas linguísticas que possuem a mesma pronúncia, mas escritas e significados diferentes.
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