O objetivo deste artigo é saber se, entre julho de 2013, período imediatamente posterior às Jornadas de Junho, e junho de 2017, no Brasil, houve movimentos com retórica anti-establishment buscando tornarem-se partidos políticos. A avaliação foi empírico-descritiva, usando os programas dos movimentos. Para conceituar a retórica de um movimento como anti-establishment político, foram utilizados os três critérios de Abedi (2004). Concluímos que havia, no Brasil, no período estudado, partidos em formação que possuíam retórica anti-establishment político. O artigo pode contribuir tanto para o estudo da retórica anti-establishment político no Brasil quanto para o estudo dos partidos políticos em formação, um objeto que recebe pouca atenção acadêmica.
O objetivo deste artigo é analisar possíveis problemas do uso de argumentos morais no direito, em especial numa pressuposição comum de teóricos: de que argumentos morais podem gerar convergência e consenso. Este pressuposto é o que chamaremos de “ideia de convergência”. Dividiremos nossa análise em algumas partes. Na primeira, mostraremos como teorias morais têm ganhado proeminência no direito atualmente, sendo defendidas e usadas em teorias filosóficas, manuais de doutrina e na jurisprudência. A seguir, mostraremos que uma parte central do uso de teorias morais no direito envolve a ideia de convergência. Na terceira parte do artigo, a mais substancial, passaremos a uma análise das evidências empíricas sobre os julgamentos morais humanos em áreas como a neurociência, a psicologia e a ciência política. Nossa revisão se focará em três linhas majoritárias de pesquisa: (i) estudos sobre correlatos neurais nas respostas a dilemas morais; (ii) estudos sobre polarização e influência afetiva do grupo na formação de ideologias; (iii) modelo social-intuicionista dos julgamentos morais humanos. Concluiremos que, da visão geral que se forma dessa análise, temos motivos para descartar, em muitos casos, a ideia de convergência, substituindo-a pela oposta, de que julgamentos morais tendem a criar divergências entre pessoas de grupos diferentes. Essa conclusão é especialmente relevante para teóricos e aplicadores do direito, já que uma das funções centrais das instituições jurídicas é resolver e evitar conflitos sociais. Esta função pode ser ameaçada com a aplicação de argumentos morais em casos controversos, o que justifica repensar o papel da moralidade no direito.
O objetivo deste artigo é analisar a crítica de Waldron a Rawls, feita no livro “Law and Disagreement”. Queremos saber se nessa crítica está implícita a ideia de que Rawls faz uma má idealização. Para fazer isso, teremos, em primeiro lugar, que esclarecer o que é uma “teoria ideal” (contraposta a uma teoria não-ideal) e o que são boas ou más idealizações. Falaremos sobre essas distinções na primeira seção do artigo. Waldron ataca a alegada incapacidade da teoria de Rawls de tratar seriamente os desacordos sobre princípios políticos. A exposição dessa crítica e a análise de seu desenrolar vai ocupar as parcelas mais significativas do artigo, e será feita nas seções seguintes. Ao fim da análise, defenderemos que, apesar de a crítica de Waldron ser forte, ela não implica que há más idealizações de Rawls.
Este ensaio é um exercício imaginativo sobre o papel do cientista do Estado no futuro intangível, algo como 1000 anos no futuro. Como o exercício de futuro aqui se apresenta numa escala muito ampla, o texto é de natureza exploratória e não tem pretensões preditivas, é claro. Normalmente, os cientistas do Estado se concentram em duas abordagens quando refletem sobre o próprio papel: uma pragmática, que visa a resolução de problemas políticos concretos ou da própria sobrevivência do curso, e outra abstrata, que se concentra na teoria e na filosofia do Estado ou demais questões epistemológicas. Nenhuma delas, porém, permite um exercício imaginativo mais solto e livre, uma abordagem que chamo de romântica. Essa é a proposta do ensaio: um exercício imaginativo exploratório sobre o papel do cientista do Estado nesse futuro intangível, movido pela curiosidade. Para esse exercício exploratório, buscou-se ajuda da inteligência artificial, por meio do ChatGPT, e da literatura, em especial a ficção científica. O objetivo é estimular a imaginação e pensar de forma mais ampla e criativa sobre o papel do cientista do Estado em um futuro distante, e demonstrar como é importante, inclusive como estratégia de efetivação da interdisciplinaridade e em nome de um futuro, se apropriar dos temas e debates do tempo presente.
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