Resumo Neste artigo apresentamos resultados de uma pesquisa que integra o projeto internacional “Gender and COVID-19”, que contempla diversos temas relacionados aos impactos da pandemia na vida de mulheres e suas famílias, entre eles a insegurança alimentar e a fome. Foram feitas entrevistas semiestruturadas entre dezembro de 2020 e novembro de 2021 com 49 mulheres, moradoras de dois aglomerados urbanos, Cabana do Pai Tomás (Belo Horizonte, MG) e Sapopemba (São Paulo, SP), e de duas comunidades rurais quilombolas, Córrego do Rocha (Chapada do Norte, MG) e Córrego do Narciso (Araçuaí, MG). As análises foram baseadas nas seguintes categorias: sentimentos e termos relacionados à fome; redução na quantidade e qualidade de alimentos; ausência de alimento e nutrientes; dificuldades para produzir alimento, receber auxílio emergencial e/ou doação de alimentos; avaliação dos governos e redes de apoio. Os relatos das entrevistadas evidenciam os desafios vivenciados, suas formas de enfrentamento e críticas à falta de respostas dos governos. Além de apresentarem uma perspectiva de gênero, as mulheres, em especial as lideranças que atuaram na construção de redes de solidariedade, são vozes fundamentais no planejamento de ações de prevenção e mitigação dos impactos de situações emergenciais em suas comunidades.
This paper presents the results of the research nested in the international project “Gender and COVID-19”, which includes several topics related to the impact of the pandemic on the lives of women and their families, including food insecurity and hunger. Semi-structured interviews were conducted from December 2020 to November 2021 with 49 women living in two urban conglomerates, Cabana do Pai Tomás (Belo Horizonte, MG) and Sapopemba (São Paulo, SP), and two rural quilombola communities, Córrego do Rocha (Chapada do Norte, MG) and Córrego do Narciso (Araçuaí, MG). The analyses were based on the following categories: hunger-related feelings and terms; reduced food amount and quality; lack of food and nutrients; difficulties producing food, receiving emergency aid or food donations; governments evaluation and support networks. The respondents’ reports show the challenges they experienced, their coping methods, and criticism of the government’s lack of responses. Besides presenting a gender perspective, women, especially the leaders who worked in the construction of solidarity networks, are fundamental voices in planning actions to prevent and mitigate the impacts of emergencies in their communities.
O presente trabalho configura-se como uma construção narrativa sobre a trajetória de vida e profissional da professora titular e pesquisadora Rita de Cássia Marques. Por meio da metodologia de história oral pública, entrevistamos Rita visando a construção de uma narrativa sobre a sua história de vida, levando em consideração o fazer do historiador no contexto da pandemia de Covid-19 e a constituição do próprio campo da História da Saúde e das Doenças no Brasil, campo em que atuou de forma pioneira no Brasil. Por meio da função social que a memória de Rita exerce sobre a construção do campo da História da Saúde e das Doenças e como essa experiência nos ajuda a pensar o tempo presente assolado pela pandemia e o fazer historiográfico por meio da temática do envelhecimento. Rita nos proporciona uma viagem no tempo, que atravessa os caminhos geracional, de gênero, raça, e personagens históricos de temporalidades distintas.
O alerta máximo diante da recente epidemia de microcefalia no Brasil está correlacionado ao zika, vírus mais temido transmitido pelo Aedes aegypti na atualidade. No entanto, outras doenças foram e ainda são transmitidas pelo mosquito, como febre amarela, dengue e febre chikungunya. O livro A erradicação do Aedes aegypti: febre amarela, Fred Soper e saúde pública nas Américas (1918-1968), de Rodrigo César da Silva Magalhães, fruto da tese de doutorado defendida no Programa de Pós-graduação em História das Ciências e da Saúde, da Casa Oswaldo Cruz (Fiocruz), em 2013, constitui extensa e cuidadosa análise sobre a historicidade do combate ao vetor e traz contribuição inestimável ao estudo do controverso método de erradicá-lo, bem como do contexto político internacional em que foi utilizado. A obra é dedicada a historicizar os primórdios da Campanha Mundial de Erradicação da Febre Amarela, implementada pela Fundação Rockefeller em 1918, passando por sua reformulação com a Campanha Continental para a Erradicação do Aedes aegypti nas Américas, sob os auspícios da Organização Sanitária Pan-americana (OSP) em 1947. O recorte final trata do impacto do abandono da campanha pelos EUA em 1968, causando a reinfestação do continente americano pelo mosquito. Na introdução, o autor apresenta seus personagens, bem como a estrutura da obra, centrada na perspectiva da continuidade entre as duas campanhas. Ao longo do texto, encontram-se os diálogos teóricos que impulsionaram o autor a problematizar a questão, a começar pelo tratamento dado pela historiadora Nancy Stepan aos programas como distintos em suas metas de erradicação (p.42). Em análise consistente, o leitor encontra três argumentos significativos sobre o elo entre um programa e outro: primeiro, o protagonismo do médico sanitarista Frederick Lowe Soper nas duas etapas; segundo, o uso norteador do conceito de erradicação; e terceiro, o argumento de Rodrigo Magalhães recai na importância dos sanitaristas brasileiros, inicialmente como
De tempos em tempos, a historiografia passa por transformações que impactam o trabalho dos historiadores e conduzem reavaliações em termos de perspectivas teóricas, conceituais e metodológicas. Tratam-se das reconfigurações nos modos de produção de conhecimento, que alteram os diálogos entre os integrantes de um campo i e produzem novas relações com outras áreas do saber.
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