Analisamos uma recente cena da música eletrônica de pista que vem ocorrendo nas ruas das áreas centrais de São Paulo articulada às discussões e ações ocorridas na cidade sobre seus usos e sobre cidadania urbana. Evidencia-se a centralidade da música e sua dimensão comunicacional e política: dança, corpo e performatividade das identidades aliadas à construção de modos de estar juntos e ocupar a cidade. A metodologia centra-se na etnografia e enfocamos as ações de três coletivos ligados a esta cena em São Paulo. Como resultados apresentamos alguns desdobramentos e sentidos políticos aí engendrados: formas colaborativas e autogestionárias; maneiras de ocupar os espaços públicos e reivindicar o direito à cidade; dimensões lúdicas e afetuais aí presentes.
Este artigo analisa a recente cena de música eletrônica em São Paulo, que migrou dos clubes para as festas de ruas. Estas possuem forte viés político ressaltando os usos dos espaços urbanos, os direitos LGBTQI+, as corporalidades e estetizações juvenis. Focamos aqui o personagem e a festa Carlos CapsLock, que existe desde 2010 e salienta alguns aspectos históricos e mais recentes desta cena paulistana. Por meio de trabalho de campo de inspiração etnográfica e análise da fanpage da festa, atentamos para as dinâmicas desta cena e seus caminhos atuais bifurcados e abertos.
The independent electronic music scene/circuit in São Paulo—techno, house, and their subgenres—migrated from clubs to street parties or locations in central areas of the city in the 2010s. This scene/circuit has a strong political bias, focusing on the uses of urban spaces, LGBTQIA+ rights, corporeality, and aestheticization. Ethnographic study of the activities of four collectives highlights their ways of occupying and claiming the right to the city and the diversity and temporal dynamics of the circuit. A cena/circuito e música eletrônica independente em São Paulo (tecno, house e suas vertentes), migrou dos clubes para as festas em ruas ou locações em áreas centrais da cidade na década de 2010. Esta cena possui forte viés político ressaltando os usos dos espaços urbanos, os direitos LGBTQIA+, as corporalidades e estetizações. Evidencia-se a centralidade da música e sua dimensão comunicacional e política: dança, corpo e identidades aliadas à construção de modos de estar juntos e ocupar a cidade. A metodologia centra-se na etnografia de quatro coletivos e suas festas em suas formas colaborativas/autogestionárias e maneiras de ocupar e reivindicar o direito à cidade e a diversidade e dinâmica temporal do circuito.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.