ResumoA fim de explorar os estilos parentais entre famílias brasileiras, 239 crianças (de 9 a 12 anos, de duas escolas municipais de Curitiba) e seus respectivos pais responderam a duas escalas de responsividade e exigência parental. Estas escalas, que categorizam quatro estilos parentais, foram adaptadas de adolescentes para crianças e apresentaram índices de consistência interna adequados (alpha entre 0,58 e 0,76). Os pais foram classificados como: 45,4% negligentes, 32,8% autoritativos, 11,8% permissivos e 10,1% autoritários. Embora os pais tenham se percebido como mais responsivos e exigentes do que seus filhos perceberam, a correlação entre as respostas dadas pelas crianças e por seus pais foi significativa e positiva. Além disso, a percepção das crianças, de suas mães, foi correlacionada com a percepção delas de seus pais. As diferenças de percepção dos estilos parentais foram discutidas e as pesquisadoras chamam a atenção para o número muito alto de famílias negligentes observado. Palavras-chave: Estilo parental; práticas educativas parentais; disciplina. Parenting Style: Perceptions of Children and their Parents AbstractIn order to explore parenting styles among Brazilian families, 239 children (9-12 yrs old), from two public schools in Curitiba, and their parents answered two scales of parental responsiveness and demandingness. These scales, which categorize four parenting styles, were adapted for use with children (they were originally developed to be anwered by adolescents) and showed satisfactory reliability coefficients (alpha between 0,65 and 0,76). Parents were classified as: negligent (45,4%), authoritative (32,8%), indulgent (11,8%) and authoritarian (10,1%). Although parents have perceived themselves as being more responsive and demanding when compared to the opinions of their children, the correlation between the answers of parents and children was significant and positive. Additionally, the childrens perceptions of their mothers correlated with that of their fathers. These differences in perception of parenting styles are discussed and the researchers call attention to the high number of negligent families observed. Keywords: Parenting style; parenting practices; discipline.Desde a década de 1930, cientistas têm se preocupado com questões como Qual a melhor forma de educar os filhos? e Quais são as conseqüências que podem ser provocadas no desenvolvimento das crianças educadas por diferentes modelos de pais? (Darling & Steinberg, 1993). O modelo teórico de Baumrind (1966) sobre os tipos de controle parental foi um marco nos estudos que vêm sendo feitos sobre a educação paisfilhos, servindo como base para um novo conceito de estilos parentais que integra aspectos emocionais e comportamentais.Baumrind (1966) propôs o controle parental autoritativo (authoritative 3 ) como sendo o mais efetivo que os dois outros tipos de controle: o autoritário e o permissivo. Isso foi comprovado em suas pesquisas (Baumrind, 1967(Baumrind, , 1971Baumrind & Black, 1967) de observação de crianças em idade pré-escol...
Esta pesquisa identificou as práticas educativas parentais, com ênfase em castigos e punições corporais, por meio do relato de estudantes. Responderam a um questionário com 61 questões, 472 crianças e adolescentes de ambos os sexos e com idade entre oito e 16 anos. A maioria dos participantes relatou que já recebera punições corporais (88,1%) e castigos (64,8%). Sobre punições corporais, 86,1% apanharam da mãe e 58,6% apanharam do pai; 36,9% dos participantes relataram que já ficaram machucados. A maioria dos participantes apanhou nas nádegas (64,7%), e os punidores utilizaram mais freqüentemente as próprias mãos (62,3%), embora cinto (43,0%) e chinelo (42,3%) também tenham servido para punir. A avaliação que os participantes fizeram sobre os métodos disciplinares revelou uma contradição: 75,2% concordaram que, quando fazem coisas erradas, as crianças devem apanhar, mas somente 34,5% afirmaram que utilizarão punições corporais em seus filhos, e um número considerável (27,1%) afirmou estar em dúvida. As implicações do uso da punição corporal foram discutidas.
ResumoEsta pesquisa investigou se o otimismo da criança está relacionado ao estilo parental. Os dados provêm de 280 alunos (entre 9 e 12 anos), de duas escola públicas de Curitiba. Os pais foram classificados em um dos quatro estilos parentais (autoritativo, autoritário, indulgente e negligente), de acordo com o escore que seus filhos lhes deram nas duas escalas de responsividade e exigência parental. O otimismo das crianças foi acessado pelo Questionário de Estilo de Atribuição para Crianças. Testes estatísticos (Anova e Correlação) mostraram que pais autoritativos foram associados a maiores escores de otimismo e a menores escores de passividade, enquanto pais negligentes foram associados a menores escores de otimismo e a maiores escores de passividade. Esses resultados mostram que os pais possuem papel importante no processo de aprendizado do otimismo da criança, e sugere que crianças educadas por pais autoritativos estão melhor preparadas para enfrentar as adversidades de forma otimista. Palavras-Chave: Otimismo; Estilo explicativo; Estilos parentais. The relationship between parenting style and child's optimismAbstract This study investigated whether child optimism is related to parenting style. The data came from 280 students, aged 9 to 12 years, from two public schools in Curitiba. Parents were classified in one of the four parenting styles (authoritative, authoritarian, indulgent and neglectful), according to the scores children gave them on the two scales of parental responsiveness and demandingness. Children optimism was assessed by the Children's Attributional Style Questionnaire. Statistics tests (Anova and Correlation) showed that authoritative parents were associated to higher optimism scores and to lower hopelessness score, while negligent parents were associated to lower optimism scores and higher hopelessness score. These results show that parents has an important role on the learning processes of children's optimism, and suggest that children reared by authoritative parents are more prepared to face adversities in a optimist way. Keywords: Optimism, Explanatory style, Parenting style. IntroduçãoÉ preciso relembrar que a psicologia não é apenas o estudo da patologia, mas também o estudo dos aspectos positivos que fazem a vida valer a pena. A psicologia positiva vem justamente mudar o foco da psicologia, que está voltado apenas ao tratamento de problemas já existentes, para a construção de habilidades positivas ao ser humano (Seligman & Csikszentmihalyi, 2000).Dessa perspectiva é possível pensar nos trabalhos de prevenção da doença, não apenas de tratamento. As pesquisas de Seligman sobre o otimismo começaram com base em investigações sobre como prevenir a depressão em adultos e crianças. Nesse sentido, Seligman (1995) desenvolveu um programa de "imunologização" para crianças de idade escolar (The Penn Prevention Program). A expressão "imunologização" foi utilizada por Seligman numa analogia à vacinação, ou seja, ensinar o otimismo para a criança seria uma "vacina" contra a depressão.Ser otimista ...
ResumoEsta pesquisa teve como objetivo descrever o perfil das famílias envolvidas nas denúncias feitas ao programa SOS Criança de Curitiba entre os anos de 1995 e 2000. As pesquisadoras examinaram o conteúdo de 400 documentos, que continham o registro de crianças e adolescentes (entre 0 e 18 anos) vítimas de maus-tratos. A análise das denúncias comprovadas revelou que os vizinhos denunciaram mais freqüentemente (64,9%). As denúncias envolveram 51,0% de casos de agressão física, 34,4% de negligência intrafamiliar, 7,3% de abandono e 7,3% de abuso sexual. Das vítimas, 48,5% eram do sexo feminino e 51,5% do sexo masculino. Dos agressores, 54,1% eram mães, 15,3% eram pais e 14,4% eram pais e mães. Os maus-tratos são um desrespeito contra as crianças e ferem seus direitos. Concluiu-se que a situação é de urgência, necessitando mais estudos científicos e medidas sociais mais eficazes. Palavras-chave: Maus-tratos; Violência doméstica contra a criança; Agressão física. Abusive families: an attempt of socialization through the violence AbstractThe goal of the current study was to describe the profile of the families involved in complaints done to the SOS Criança of Curitiba from 1995 to 2000. The researchers examined the content of 400 documents, related to the record of the victimized children and adolescents (aged 0-18 years old). The analysis of the data (which delations were confirmed) revealed that most of the complaints (64,9%) came from neighborhoods. The complaints involved 51,0% cases of physical aggression, 34,4% of neglect, 7,3% of abandon and 7,3% of sexual abuse. About the victims: 48,5% were girls and 51,5% were boys. About the aggressors: 54,1% were mothers, 15,3% were fathers and 14,4% were both of them. Abuse is disrespect against children and their rights. Authors conclude that the situation is urgent, more scientific studies and more social attitudes are necessary. Keywords: Child maltreatment; Domestic violence; Child abuse. IntroduçãoMaus-tratos contra crianças e adolescentes na esfera doméstica fazem parte de um debate que inclui tanto a criança como sujeito de direitos, quanto as práticas educativas parentais e o compromisso da comunidade em relação à prevenção e identificação dos casos. Entende-se maus-tratos como negligência (abandono e o não-oferecimento de necessidades básicas da criança) ou abuso físico, emocional ou sexual. Considera-se que existe ocorrência de violência física quando uma criança ou adolescente foi vítima de danos ou correu risco de danos como resultado de ser agredida com a mão ou outro objeto, ou ser chutada, sacudida, jogada, queimada, ou golpeada pelos pais ou responsáveis. Diversos autores (Newell, 1989;Straus, 1994;Hyman, 1997;Guerra, 1998;Azevedo & Guerra, 2001;Weber, 2001) consideram que bater nos filhos insere-se num só continuum de violência que vai desde uma simples palmada até o espancamento. Negligência física refere-se a prejuízo ou risco como resultado de formas inadequadas de nutrição, vestimenta, higiene e supervisão. Abuso emocional inclui abuso verbal, puni...
Resumo: Controlar o comportamento de crianças durante o tratamento odontológico é um dos grandes desafios para os dentistas. A falta de cooperação infantil em odontopediatria é um tópico de debate entre pesquisadores, que buscam explicações como medo, ansiedade e experiências aversivas para o fato. Pesquisas de análise do comportamento em contextos de odontopediatria fornecem evidências de que os estímulos aversivos, com função de operações estabelecedoras, alteram o valor de outras contingências presentes no contexto odontológico, como o reforço positivo ou a distração, sendo essa uma possível razão para a dificuldade do manejo de comportamentos não-colaborativos das crianças. Uma breve revisão bibliográfica é apresentada neste trabalho, incluindo a conceituação de operações estabelecedoras, de fuga e de esquiva. Além disso, é feita uma análise da função das operações estabelecedoras no contexto odontopediátrico, sugerindo-se que elas estabelecem condições para a manutenção da não-colaboração de crianças nos consultórios odontológicos. Também são discutidas possibilidades de intervenção com contingências que diminuem as propriedades aversivas da situação. Palavras-chave: Odontopediatria. Análise do comportamento. Controle aversivo. Crianças.Abstract: Control children behavior during dentistry treatment is one of the big dentists' challenges. Uncooperative children behavior in pediatric dentistry is a topic of debate among researchers, who look for different explanations like fear, anxiety and aversive experiences for this kind of reaction. Behavior analysis' research in pediatric dentistry contexts provides evidence that the aversive stimulus as a establishing operation changes the value of other contingencies in the dental context, such as positive reinforcement or distraction, and this is a possible reason for the difficulty of managing children disruptive behaviors. A brief literature review is presented in this work, including the concept of establishing operations, avoidance and escape. Moreover, the function of establishing operations in the pediatric dentistry context is analyzed, suggesting that they establish conditions for the maintenance of children disruptive behavior in the dentistry clinics. Possibilities of intervention with contingencies that reduce aversive proprieties of the situation are discussed. odontopediátrico. Além disso, esses estudos permitem prever o comportamento e estabelecer estratégias eficazes de intervenção.A American Academy of Pediatric Dentistry (AAPD, 2005(AAPD, -2006 publica regularmente um guia denominado Guia de Manejo do Comportamento Infantil, que descreve diversas técnicas para intervenção em situações de atendimento odontopediátrico, envolvendo estratégias de distração, de reforço positivo, de restrição física e outras. O objetivo desse manual é "promover um PSICOLOGIA CIÊNCIA E PROFISSÃO, 2009, 29 (3), 462-475 Dentistas que atendem crianças, além de serem habilitados no uso dos procedimentos técnicos, devem estar preparados para lidar com o seu comportamento, porque...
O presente artigo visou analisar a interação entre mães e crianças durante o atendimento odontológico. Participaram cinco pacientes (idade entre 2 e 7 anos) com seus acompanhantes. Os atendimentos foram filmados e observadores registraram os comportamentos infantis e maternos. Dentre os dados quantitativos, houve maior índice de não colaboração associado ao menor índice de interação materna. A análise qualitativa dos dados, feita pela análise funcional, indicou que as mães podem exercer função de estímulos antecedentes e consequentes para o comportamento infantil no atendimento odontológico e podem exercer função de variável histórica pela modelagem de comportamentos de autocontrole e de seguir regras. Analisando as contingências, é possível prever e controlar o comportamento. Pais podem ser instruídos e treinados para agirem de forma mais adequada durante o atendimento odontológico, em benefício da saúde de seu filho.
Atendendo à necessidade de instrumento brasileiro para avaliar aspectos da interação familiar, as Escalasde Qualidade na Interação Familiar (EQIF) foram desenvolvidas e submetidas a análises estatísticaspara teste de confiabilidade. O instrumento, direcionado para a criança/adolescente, responde sobreos comportamentos de seus pais, contém 40 itens agrupados em nove escalas (envolvimento, regras emonitoria, comunicação positiva dos filhos, comunicação negativa, punição corporal, clima conjugalpositivo, clima conjugal negativo, modelo parental, sentimento dos filhos). Uma amostra de 2.173participantes com idade entre 9 e 20 anos respondeu ao instrumento EQIF. As análises foram feitaspor meio da combinação do valor do alfa de Cronbach com a análise exploratória de componentesprincipais, o que possibilitou a redução de itens de cada escala e a alteração da estrutura do instrumentoaté chegar à versão apresentada neste trabalho. A confiabilidade do instrumento, estimada pelo alfa deCronbach, apresentou-se adequada para as nove escalas (entre 0,6715 e 0,9235). Foram delimitadospontos de corte para o instrumento, o que permitiu investigar famílias com melhor e pior qualidade deinteração familiar, ou seja, famílias em situação de proteção (23,7% dos participantes) e famílias emsituação de risco (24,1% dos participantes). O EQIF demonstrou boas propriedades psicométricas epode ser considerado como uma medida válida de qualidade de interação familiar.
Foi desenvolvida uma pesquisa documental com o objetivo de revisar a literatura científica e levantar os dados que têm sido encontrados em pesquisas sobre Punição Corporal (PC) normativa. Amostra: 90 resumos de pesquisas realizadas nos últimos 13 anos (1990 a 2002). Tais pesquisas foram selecionadas na base de dados do PsycINFO. A análise documental qualitativa com análise de conteúdo dos resultados. Os principais resultados encontrados foram: 1) alta incidência da PC; 2) a opinião sobre o uso da PC variou de acordo com diversos fatores; 3) fatores situacionais, sociodemográficos, culturais e religiosos influenciam no uso da PC; 4) a PC normativa traz efeitos negativos para os filhos; 5) a PC tende a ser transmitida intergeracionalmente; 6) a PC é um risco para maltrato. A análise dos dados permitiu discutir o uso da PC e chamar a atenção da comunidade científica para a importância do estudo deste assunto.Palavras-chave: revisão de literatura; punição corporal; disciplina.
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