Inspirado nas recentes pesquisas do comportamento econômico humano e nas conceituações de pobreza e desenvolvimento humano, este estudo objetiva analisar como a economia comportamental se insere no complexo estudo desses fenômenos. Através de pesquisas bibliográficas, busca-se fornecer uma interpretação da trajetória do pensamento científico da pobreza e do desenvolvimento humano, desde suas primeiras conceituações e formas de mensurações, sob perspectivas unidimensionais, medidas principalmente através dos níveis de renda; até a visão contemporânea econômica comportamental, sob a perspectiva multidimensional agregadora de múltiplos fatores sociais, econômicos e subjetivos. À luz da abordagem econômica comportamental, emergem estudos que se preocupam em interpretar esses fenômenos por meio da análise dos obstáculos internos à mente dos indivíduos, defendendo a aplicação de pequenas intervenções, os nudges, na tomada de decisão dos agentes, buscando o aumento do bem-estar geral através de escolhas acertadas de políticas de combate à pobreza e de expansão do desenvolvimento humano.
A Economia Comportamental avança como alternativa à abordagem mainstream econômica, pressupondo que a racionalidade limitada dos agentes os conduz a regras simplificadoras na tomada de decisão, as heurísticas. O objetivo deste trabalho foi analisar os efeitos da heurística da ancoragem e ajustamento em estimativas numéricas de itens de consumo entre os estratos socioeconômicos de indivíduos fortalezenses. Para tanto, realizou-se uma pesquisa empírica com análise posterior nos moldes estatísticos propostos por Jacowitz e Kahneman. Os resultados indicaram uma grande influência do efeito ancoragem nas decisões desses agentes. O Estrato Baixo foi mais influenciado pelas âncoras que o Médio, que sofreu maior influência que o Alto. Concluiu-se que a estratificação socioeconômica afetou as estimativas numéricas dos indivíduos no ambiente de consumo.
De acordo com a teoria dos ciclos político-econômicos, tanto o calendário eleitoral quanto a ideologia partidária podem exercer influência sobre as flutuações econômicas, portanto, podem existir tanto ciclos oportunistas quanto partidários. Nesse sentido, este estudo objetiva evidenciar a possível existência de ciclos político-econômicos oportunistas e ideológicos sobre os gastos sociais e de investimento nos governos estaduais brasileiros entre o período de 2003 a 2014. Como fonte de estimação, utilizou-se uma análise econométrica de dados em painel. Os resultados apontaram para uma influência do calendário eleitoral apenas sobre as despesas orçamentárias de gastos com investimentos dos estados no período considerado, além disso, a ideologia partidária não demonstrou ter relação com os gastos analisados. Este estudo contribuiu para a teoria evidenciando que as oscilações incorridas na economia, na esfera das despesas fiscais relacionadas aos gastos de investimento são explicadas também por variáveis políticas, e não somente por quesitos puramente econômicos.
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