O povo Maxakali enfrentou a colonização e resiste, até os dias de hoje, com a força de seus hábitos culturais. As narrativas indígenas são fontes ricas para o ensino de história, desde que trabalhadas adequadamente, respeitando a alteridade cultural, os diferentes conjuntos de valores, crenças e organização social dos povos indígenas. Este trabalho propõe um diálogo entre narrativas indígenas e teorias sobre a narrativa histórica. A presença de narrativas indígenas no ensino de História está relacionada às mudanças que ocorreram no ensino dessa disciplina a partir da década de 1980, com a instituição dos direitos indígenas constitucionais, novos parâmetros curriculares e uma legislação que tornou obrigatório o ensino de história e cultura indígenas na educação básica brasileira (Lei nº 11.645/08). A utilização de narrativas indígenas no ensino de história, além de levar os alunos a compreenderem melhor as culturas indígenas, pode leválos a percepções ampliadas sobre a sua própria cultura.
A partir de uma problematização das representações sobre os povos indígenas presentes em coleções didáticas utilizadas no ensino de História, este artigo tem o objetivo de analisar o lugar social de produção do conhecimento sobre a história dos índios. Questiona-se a hegemonia de narrativas sobre história indígena, de caráter colonialista e construída a partir de versões não-indígenas, presentes nos livros didáticos de História. Ao lado disso, são valorizadas pesquisas e produções bibliográficas mais atualizadas, que buscam compreender o processo colonial por meio de versões indígenas, não somente a partir do campo da História, mas, também, dos campos da Arqueologia, da Etnologia e da Literatura de autoria indígena. A metodologia de pesquisa consistiu no levantamento e na análise crítica de estudos acadêmicos recentes nos campos da História e da educação indígena, assim como das narrativas que abordam histórias indígenas presentes nas coleções didáticas do segundo segmento do Ensino Fundamental aprovadas pelo Programa Nacional de Livros Didáticos do ano de 2017 (PNLD/2017). Por meio da crítica a uma história colonialista dos povos indígenas são apontados caminhos para a sua superação, utilizando pesquisas e narrativas construídas a partir das perspectivas dos próprios índios. Desse modo, pretende-se contribuir com a formação de professores nos cursos de Licenciatura em História, Pedagogia, Educação do Campo e Educação Indígena.
Ao longo de sua trajetória, a Associação Nacional de História – ANPUH e seus Núcleos Regionais consagraram-se como espaços de diálogo sobre temas relevantes para o profissional e o professor de História. No âmbito paulista, estes debates acontecem em seminários e grupos de pesquisa, em encontros bianuais, em periódicos, bem como ocorreram no Boletim do Historiador, publicação periódica informativa da ANPUH – São Paulo, cuja circulação se deu entre os anos de 1990 e 2002. A partir dessa percepção, este artigo objetiva apresentar a maneira como o Boletim do Historiador foi se constituindo como espaço de reflexões e posicionamentos da comunidade anpuhana sobre a História como disciplina escolar. Além de evidenciar a produtividade e o comprometimento da ANPUH-SP com as questões pertinentes ao ensino, esta investigação também possibilita compreender movimentos e tensões que impactaram a disciplina ao longo da periodicidade descrita.
O presente artigo tem o objetivo de analisar, a partir de um levantamento bibliográfico, as mudanças na ideia de narrativa ocorridas no âmbito das três gerações da Escola dos Annales. Está organizado em quatro partes, incluindo considerações finais e referências. Parte-se da discussão sobre como a narrativa foi compreendida pelas três gerações dos Annales; apresenta os limites desta concepção e, em seguida, discute-se como a narrativa tem sido compreendida atualmente, apresentando suas potencialidades discursivas e epistemológicas para o fazer historiográfico e didático. Ressalta-se que as críticas dos Annales à narrativa não foram direcionadas somente a um tipo de História, mas também ao tipo narrativo como inadequado à representação escrita da História acadêmica. Essa concepção se revela simplista, uma vez que a narrativa, além de não se limitar a um tipo textual que descreve uma sucessão de acontecimentos, constitui-se num tipo discursivo que permite articular diversas temporalidades. E constitui-se, ainda, numa complexa forma de pensamento que permite dar sentido e significado ao vivido. Essa abordagem abre possibilidades de investigação sobre a escrita da História didática, o processo de ensino e aprendizagem da disciplina, bem como o papel da narrativa como forma de conhecimento na vida cotidiana.
Já há algum tempo que não se espera do professor de História um conhecimento enciclopédico da área, de modo que criar condições para que os estudantes da educação básica pensem historicamente tem sido o principal desafio da docência. Com advento da Revolução Digital, marcada pelo presentismo e pela aceleração do tempo, os objetivos do ensino de História ganharam novos delineamentos. Tendo como ponto de partida as situações-problema geradas por estudantes da Educação de Jovens e Adultos – EJA, este artigo tem por finalidade examinar as contribuições do ensino de História para a educação midiática e para o letramento digital. Espera-se que os estudantes sejam capazes de realizar a leitura crítica das informações e conteúdos contidos no ciberespaço. Como numa via de mão dupla, também traz contribuições para os historiadores e para o ensino de História, as estratégias do letramento digital.
Os monumentos de uma cidade são fontes históricas que podem se tornar evidências ao serem interrogados a partir de questões que possibilitam refletir sobre diversos elementos constitutivos das sociedades que os construíram. Relações entre grupos sociais, estratégias de invisibilização e de visibilização e as desigualdades entre homens e mulheres vivenciadas nos diversos passados e também no presente são materializadas nos espaços da cidade, revelando como tudo o que uma sociedade produz está eivado de seus valores, concepções e crenças. Tendo isso em vista, este artigo tem o objetivo de apresentar e discutir as potencialidades de uma proposta de trabalho com o patrimônio material local, na perspectiva da Educação Histórica, a partir do levantamento dos monumentos localizados na cidade de Belo Horizonte /MG. Considera-se que discutir a Educação Patrimonial por meio do trabalho com os monumentos de uma cidade, na perspectiva da Educação Histórica, pode promover a identificação de mecanismos de invisibilidade de grupos sociais no passado e no presente, além de possibilitar o desenvolvimento de estratégias de resistência a mecanismos de invisibilização de grupos que foram e continuam sendo excluídos na e pela sociedade.
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