Introdução: Células endoteliais sintetizam o óxido nítrico (ON), responsável pelo relaxamento e contração da parede arterial. A disfunção endotelial contribui para um desbalanço na produção de ON, e pode contribuir com o desenvolvimento de vários fatores de risco de doenças cardiovasculares como a hipertensão arterial sistêmica (HAS), que está relaciona com a idade, por isso apresenta maior prevalência em idosos, bem como o aumento no estresse oxidativo. Objetivos: Analisar a relação entre ON, um biomarcador plasmático do estresse oxidativo, com os níveis elevados de pressão arterial sistêmica em idosos ribeirinhos da Amazônia. Metodologia: Selecionou-se 593 idosos (275 homens, 318 mulheres), inseridos na Estratégia de Saúde da Família (ESF-SUS) do município de Maués-AM com idade média de 72,28 ± 8,05 anos. Foi aplicada entrevista estruturada para avaliar a história clínica e estilo de vida. O aferimento da pressão arterial sistólico-diastólica (PAS/PAD), foi realizada por dois profissionais da saúde em dois momentos distintos, seguindo as instruções da V Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial. Os níveis de ONp foram medidos através da quantificação plasmática espectrofotométrica dos níveis de nitrato e nitrito. O estudo foi aprovado pelo Comitê de ética em Pesquisa da Universidade Federal de Santa Maria, Resultados: Os níveis médios de ON foram de 32,82 ± 26,46 mmol/mL. Foi usado o valor do percentil 75 para comparação entre hipertensão grupo homens (41 mmol/mL) e mulheres (45 mmol/mL). Nos homens os níveis elevados de PAS (> 140 mm/Hg) foram associados a níveis elevados de ON, independente da idade, história de hipertensão, diabetes, obesidade e outras doenças cardiovasculares. Nas mulheres esta associação não foi observada. Conclusão: Os resultados sugerem que níveis elevados de ON podem indicar em homens idosos com HAS não controlada, independente de outros fatores de risco cardiovascular.
O envelhecimento é um fator de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, sendo a aterosclerose um exemplo destas patologias, a qual se caracteriza pelo acumulo de gordura, especialmente lipoproteínas de baixa densidade (LDL), nas artérias. Sabendo que o acumulo e a oxidação do LDL por espécies reativas de oxigênio (EROs) fazem parte do mecanismo de iniciação e progressão das placas de ateromas, e que fragmentos da placa podem se desprender, ocluindo as artérias e gerando falta de oxigênio e morte de tecidos, como ocorre no infarto do miocárdio, que é a principal causa de morte no mundo, se torna necessária a busca por alimentos que possam diminuir a oxidação do LDL. O cubiu (Solanum sessiliflorum), fruto amazônico conhecido por seu forte poder antioxidante, poderia ser utilizado no combate às EROs que oxidam o LDL. Objetivo: Investigar o efeito do cubiu sobre a oxidação do colesterol LDL. Métodos: Preparação do extrato hidroalcóolico do cubiu proveniente de Maués- AM. Sangue foi coletado e amostras de plasma contendo LDL foram incubadas com um agente oxidante e com o extrato hidroalcólico nas concentrações de 3 a 300 µg / mL. Resultados: Diferentes concentrações de cubiu foram capazes de controlar processos de oxidação de LDL no plasma in vitro. Conclusão: Nossos resultados sugerem que o extrato de cubiu tem potencial ação protetora frente a oxidação do LDL, indicando capacidade de prevenção da formação de ateromas. Mais estudos precisam ser realizados para a confirmação desta hipótese e possível indicação do cubiu como suplemento alimentar.
Os fibroblastos compõem as principais células da pele, sendo responsáveis pelo processo de cicatrização de lesões. O estresse oxidativo, causado pela produção excessiva de Espécies Reativas de Oxigênio (EROs), é responsável por agravar o processo de envelhecimento celular, prejudicando as funções de proliferação e cicatrização dos fibroblastos, contribuindo para o aparecimento de lesões teciduais. Desta forma, torna-se relevante a busca por compostos naturais que possam auxiliar no reparo destas lesões, como é o caso do barbatimão, planta do Cerrado, utilizada pela medicina tradicional como cicatrizante devido à sua potencial atividade antioxidante. Objetivo: Avaliar in vitro o efeito do barbatimão em marcadores de estresse oxidativo de fibroblastos humanos senescentes. Métodos: Células da linhagem de fibroblastos humanos (HFF-1) foram cultivadas em condições controladas até atingirem morfologia senescente via observação por microscopia confocal. As células senescentes foram expostas ao extrato de barbatimão nas concentrações de 0,49mg/mL e 0,99mg/mL. Após 72 horas de exposição, foram analisados espectrofotometricamente os níveis de carbonilação de proteínas e lipoperoxidação. Resultados: O barbatimão mostrou-se eficiente em reduzir os níveis dos marcadores oxidativos em ambas as concentrações utilizadas, diminuindo tanto o dano às proteínas como aos lipídeos. Conclusões: Apesar das limitações metodológicas inerentes aos estudos in vitro, nossos resultados indicam que o barbatimão desempenha atividade positiva no combate ao estresse oxidativo, podendo ser um poderoso aliado na prevenção do aparecimento de lesões por pressão, um grande problema de saúde pública no Brasil, principalmente entre idosos acamados. Entretanto, mais estudos precisam ser realizados para confirmação desta hipótese.
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