Introdução: Arboviroses transmitidas pelo Aedes aegypti têm grande relevância para a saúde pública, sendo o controle químico do vetor uma importante estratégia de mitigação. Entretanto, o uso intensivo de pesticidas está associado a seleção de insetos resistentes e impacto ambiental. Por isso, é essencial desenvolver e regulamentar novos produtos, eficazes e sustentáveis. Objetivo: Descrever os requisitos para regulação de inseticidas e repelentes no Brasil, à luz de orientações internacionais. Comparar os ativos regulamentados no país com os disponíveis nos Estados Unidos (EUA) e União Europeia (UE). Por fim, realizar um levantamento de estudos ecotoxicológicos dos ativos empregados no controle vetorial. Método: Revisão narrativa de instrumentos regulatórios nacionais e internacionais, literatura científica, consulta a agências regulatórias e ao ECOTOX Knowledgebase. Resultados: As normas brasileiras trazem exigências consoantes com as internacionais. Todos os ativos disponíveis nos EUA têm monografia aprovada pela Anvisa; já a UE mostrou-se mais restritiva. Há menos repelentes tópicos disponíveis no Brasil e na UE, comparando-se com EUA. Muitos dos inseticidas aprovados para controle vetorial representam risco para organismos não alvo. Ainda assim, não identificamos quaisquer estudos para alguns dos produtos no banco de dados pesquisado. Conclusões: A UE mostrou-se a agência mais restritiva com relação ao registro de inseticidas. Existe a necessidade de guias com orientações específicas sobre o desenvolvimento de produtos inovadores para o controle do mosquito, bem como de ferramentas de busca com maior transparência na página da agência brasileira. Finalmente, esta revisão reitera a importância de análises ecotoxicológicas mais abrangentes para os produtos em questão, considerando seu potencial dano ambiental.
O Cerrado é um hotspot mundial de biodiversidade e vem sofrendo com a expansão das áreas destinadas à produção de commodities. Mais da metade de sua área foi desmatada ou transformada por ação antrópica, incluindo a introdução e/ou expansão de plantas oportunistas. Atualmente, inúmeras espécies se tornaram invasoras de ambientes naturais do bioma. Buscando mitigar este processo invasivo, a utilização de espécies nativas que inibam o desenvolvimento das plantas invasoras e ao mesmo tempo favoreçam a biodiversidade nativa representa uma estratégia promissora. Dessa forma, este estudo avaliou o potencial alelopático da rizosfera de plântulas de Hymenaea stigonocarpa (jatobá-do-cerrado) na germinação e crescimento inicial das espécies invasoras, Megathyrsus maximus e Ipomoea triloba, e da cultivada, Sesamum indicum, plantadas em solo previamente ocupado por plântulas de jatobá-do-cerrado. Ademais, avaliou-se o efeito fitotóxico do extrato aquoso de suas raízes em coleóptilos de Triticum aestivum, usando o percentual de inibição do seu crescimento. As espécies alvo plantadas em solo previamente ocupado por plântulas de jatobá-do-cerrado apresentaram inibição significativa do crescimento em comparação ao controle. A inibição do crescimento de S. indicum foi de 31% da parte aérea e de 48% da radicular; enquanto M. maximum teve inibição de 41 e 84%, respectivamente. Já I. triloba não germinou. Contudo, não se observou alteração significativa do alongamento dos coleóptilos de T. aestivum expostos ao extrato de jatobá-do-cerrado. Os resultados obtidos sugerem potencial atividade alelopática desta nativa sobre plantas daninhas, indicando seu uso como estratégia em processos de recuperação de áreas degradadas do Cerrado com o benefício de controlar o desenvolvimento de invasoras.
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