Este estudo tem como principal objetivo analisar o fenômeno de modernização institucional e reordenamento da atuação das forças armadas, destacando a incorporação das mulheres como um de seus elementos. Para tanto, apresenta, a priori, uma descrição da identidade militar, seus valores, costumes e condutas basilares. Em seguida, traça a evolução da estrutura militar ao modelo pósmoderno, evidenciado por suas novas atribuições, momento em que se observa com maior proeminência a incorporação feminina. O artigo se desenvolve em bases qualitativas, através de uma revisão de literatura pertinente à área, com intuito de corroborar a hipótese de que a evolução do contexto internacional contribuiu para a atualização das forças armadas. Como resultado, depreende-se que, embora as mulheres estejam presentes em baixas porcentagens e, particularmente, em funções associadas ao estereótipo feminino da pacificidade, sua inserção foi um dos aspectos deste processo de modernização militar.
RESUMO Introdução: O artigo elenca as políticas de gênero para defesa, adotadas pelos governos da Argentina e do Brasil, de 2005 a 2015. A relevância do caso argentino decorre de o país ter se demonstrado bastante ativo, por meio de práticas de seu Ministério da Defesa. Por outro lado, no Brasil, ressalta-se a criação da Comissão de Gênero, no âmbito do Ministério da Defesa, que visa a efetivação dos direitos das mulheres e da igualdade de gênero. Métodos: Para tanto, estabelece-se um estudo qualitativo, processual e histórico de fontes primárias advindas de publicações anuais, relatórios e atas de reuniões, em ambos os países. Resultados: A partir da análise dos dois casos depreende-se que, mesmo diante de um cenário no qual a incorporação efetiva das mulheres ainda não foi concluída, a instituição de um Ministério da Defesa forte e impositivo, capaz de controlar as políticas propostas, atrelado a uma condução que estabeleça a equidade como um de seus pressupostos, foram os requisitos que possibilitaram à Argentina tornar-se uma expoente regional na temática de gênero. Discussão: Embora verifique-se a atualidade do debate a respeito do gênero nas forças armadas, as contribuições científicas ao campo são exíguas. Desta maneira, os resultados apresentados são uma forma de atualizar os dados empíricos sobre a questão e fornecer insumos para ampliação da discussão sobre gênero nas Forças Armadas na América Latina. PALAVRAS-CHAVE I. Introdução 1A sociedade ocidental é caracterizada, entre outros atributos, pela dominação masculina nos âmbitos político, econômico e simbólico, ao mesmo tempo em que confere valoração depreciativa ao âmbito feminino (Héritier 1996). Ao passo que o mundo privado, arena doméstica de relações pessoais, está sob a influência das mulheres, na esfera pública, lócus de decisão, concentram-se os homens (Youngs 1999, p.47).Sendo assim, "cada sexo tem sua função, seus papéis, suas tarefas, seus espaços, seu lugar, quase predeterminados, até seus detalhes" (Perrot 1988, p.178 apud Scott 1989. Alia-se a essa concepção a importância do contexto cultural. Sob o prisma de uma masculinidade hegemônica, as normas e as instituições almejam manter a autoridade dos homens em um ambiente cultural e midiático que naturaliza a opressão feminina.Em uma sociedade na qual prevalecem os estereótipos socialmente construí-dos, há maior valorização das atividades desempenhadas por homens, bem como determinados postos de trabalho são considerados inapropriados para as mulheres. Logo, o critério do sexo de quem executa a atividade é preponderante, exigindo-se da mulher mais atributos no desemprenho de uma mesma função.No que tange ao objeto deste artigo, as forças armadas são consideradas uma instituição patriarcal, na qual reifica-se a posição dos homens como dominantes (Chambouleyron & Resende 2006). O caráter assimilador da organização faz com que as mulheres percam sua identidade de gênero. Estabelece-se, dessa maneira, uma relação de subordinação entre homens e mulheres militares (Bobea 2008). São impostas barr...
Após os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001, um processo de securitização, que incluiu acadêmicos e formadores de opinião, colocou o que ficou cunhado como novo terrorismo como a principal ameaça à paz e segurança internacional. Esse fenômeno seria distinto do velho terrorismo, configurando-se como uma ameaça nova, típica do século XXI. Entretanto, com um olhar mais atento, nota-se que este não seria um fenômeno novo com características próprias da contemporaneidade, uma vez que o que mudou foi a tática do emprego do terror, mas não sua essência fundamental. Apresentamos nesse artigo diferentes interpretações sobre o terrorismo e a dificuldade de se alcançar uma definição única, assumindo que houve mudanças; porém, ressaltando a importância que as mesmas sejam claramente delimitadas, a fim de questionar a validade do emprego do termo novo terrorismo.
Este artigo compara notícias veiculadas pela UN News, portal da ONU, e pelo jornal eletrônico CNN3. Emprega-se a técnica de análise de conteúdo, com o intuito de identificar diferentes abordagens sobre a temática das migrações, restritas ao segundo semestre de 2018. A hipótese de pesquisa é que, em geral, a UN News adota em suas abordagens uma postura mais humanitária que a CNN, em consonância com os valores expressos desde a fundação da Organização. A perspectiva teórica construtivista fornece suporte à pesquisa, ao considerar que a realidade é uma construção social influenciada por diversos atores (entre eles a mídia), assim como a sociologia da comunicação, a qual retrata a construção da notícia como um processoinfluenciado por uma série de práticas, procedimentos e discursos. O estudo se justifica em virtude da capacidade que as notícias possuem de influenciar a opinião pública e, até mesmo, alterar processos políticos. Dentre os principais achados destaca-se a preferência da CNN por abordar o tema com ênfase para os aspectos de segurança e econômicos, enquanto na UN News observa-se uma maior recorrência de categorias associadas aos direitos humanos.
A Era da Informação trouxe consigo novos mecanismos de sociabilidade, bem como grandes desafios à cidadania. Nesse cenário, é fulcral a ação dos Estados enquanto propositores de políticas públicas, sendo a educação um importante componente do alicerce central. Em vista disso, a partir de um conjunto de aulas teórico/práticas, empregamos o método lúdico pedagógico em um projeto de extensão inovador que tem por objetivo fortalecer o exercício da cidadania cibernética em jovens estudantes. Na medida em que contribui para a identificação dos participantes de sua condição enquanto cidadãos digitais, a ação extensionista projeta uma nova realidade social, expandindo os conhecimentos adquiridos na universidade à comunidade. Estamos certos de que a indissociabilidade entre pesquisa, ensino e extensão impulsiona a produção de conhecimentos, na medida em que estabelece um vínculo de confiança entre acadêmicos e sociedade civil, em um esforço conjunto para transformar a realidade dos cidadãos.
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