Resumo: Os afetos que atravessam os corpos tanto são moldados pelas estruturas e práticas políticas e sociais quanto são capazes de moldá-las (Sara AHMED, 2015). Emoções como a dor e a indignação, sentidas por sujeitas do feminismo diante da opressão e da desigualdade, podem tanto transformar quanto serem transformadas em espaços coletivos de luta, fazendo surgir a esperança, o pertencimento e a força no contato entre corpos e subjetividades. Por meio da análise de entrevistas feitas com organizadoras das Marchas das Vadias de cinco capitais brasileiras, neste artigo visamos à análise do papel das emoções e dos afetos no engajamento das ativistas com o feminismo das MdV, consideradas mobilizações que recolocaram as reivindicações feministas nas ruas, a partir da segunda década do século XXI.
No primeiro quadrimestre de 2007, a filósofa feminista argentina María Luisa Femenías publicava o artigo <em>Esbozo de un feminismo latinoamericano</em>, onde constava o seguinte questionamento: existe um feminismo latino-americano? Dez anos depois, encontramos a filósofa durante o 13º Mundo de Mulheres & Seminário Internacional Fazendo Gênero 11, que aconteceu na Universidade Federal de Santa Catarina, em Florianópolis, entre os dias 30 de julho e 04 de agosto de 2017, onde ela aceitou nos conceder esta entrevista. Nossa conversa versou sobre a atualidade de seu texto publicado em 2007, a importância de um pensamento e ação localizados e os desafios dos movimentos e das teorias feministas frente ao contexto de crise econômica e avanço de valores conservadores, principalmente nos países latino-americanos e caribenhos na contemporaneidade. Na conversa, Femenías retoma a potência da categoria <em>mestiçagem</em> como recurso teórico-político de coalisão entre as mulheres num momento em que a defesa dos processos democráticos exige a união. A filósofa também tratou sobre a importância dos saberes situados na construção de teorias feministas ancoradas nas múltiplas realidades. Além disso, falou das dificuldades de circulação das teorias feministas e dos estudos de gênero produzidos em contextos “do Sul” onde, pela geopolítica do conhecimento, estes campos e saberes ainda são subalternizados.
Resumo. Retra tar histórias é um exercício comum do Jornalismo, da História e também do Cinema. Entretanto, a maneira como essas histórias são contadas pode diferir de acordo com o método utilizado pelos profi ssionais e da dose fi ccional que se permite imprimir nos relatos. Tanto no Jornalismo quanto na História, os profi ssionais precisam pesquisar e analisar suas fontes de forma a construir um relato verossímil e de credibilidade. Com base em algumas teorias da História e do Jornalismo e da análise dos retratos do genocídio em Ruanda no livro-reportagem Gostaríamos de Informá-lo de que amanhã seremos mortos com nossas famílias, é possível considerar que além de denúncia social, o jornalismo também pode ser considerado documento histórico. Já no cinema, quando se trata de contar uma história real, como no caso do genocídio, é necessário atentar para a maneira como isso será feito, principalmente porque não há obrigatoriedade da verossimilhança e se permite uma boa dose de fi cção e um apelo ao sentimental para conseguir atingir ao público e incitar emoções. Por meio de teorias do cinema e da análise do fi lme Hotel Ruanda (2004), busca-se identifi car o enfoque dado pelo fi lme em contraposição ao livroreportagem, e identifi car o cinema como um meio abrangente de crítica social e conscientização.Palavras-chave: jornalismo, livro-reportagem, cinema, história, Ruanda.Abstract. To tell stories is a common exercise in
http://dx.doi.org/10.5007/2175-7976.2016v23n35p182Embora ainda lidem quotidianamente com preconceitos e com visões estereotipadas que os reforçam, homossexuais e pessoas trans implodem, por fim, o “muro” de isolamento que os afastava do convívio social, ganhando as ruas, os cinemas, os mercados alternativo e formal de trabalho, chegando às universidades, como estudantes, professoras ou professores e aos cargos públicos, como os legislativos ou as representações de conselhos e associações. O que parecia ser irremediavelmente abjeto agora afasta-se do espaço habitual das margens. Para o debate, traremos alguns casos de pessoas trans como professoras/es e estudantes e da formação de coletivos que agregam sujeitos em situação de margem dentro de universidades. Abordaremos também a entrada na vida pública, na última década, quando passam a ser eleitos ou eleitas para cargos políticos e aparecem como representantes populares, assumindo posições de liderança. Pensando a trajetória entre a abjeção e o protagonismo, buscaremos nos aproximar da transformação ocorrida na autoestima de não-sujeitos que passaram a “acontecer” no mundo e a existir dentro de outra gama de possibilidades. Entendemos o fenômeno trans dos anos 2000 e 2010 como um acontecimento. Como se deram esses movimentos e como ocorre o empoderamento de sujeitos em situação de margem, é o que este artigo pretende discutir.
ResumoEste artigo se propõe a realizar a análise da adaptação do livro-reportagem A Guerra dos Meninos, do jornalista Gilberto Dimenstein (1994), para o documentário homônimo dirigido por Sandra Werneck (1991). A proposta de Dimenstein de investigar e denunciar o número de mortes de meninos de rua em seis capitais brasileiras é mantida pelo documentário. No entanto, ao considerar as especifi cidades de cada meio, faz-se necessário perceber as estratégias cinematográfi cas utilizadas como forma de sensibilizar a quem assiste. Muito além de dados jornalísticos, os recursos, como montagem, trilha sonora, narrador em voice over, e as próprias imagens compõem um discurso diferenciado daquele do texto verbal do livro-reportagem, capaz de instigar e, até mesmo, emocionar o espectador. Palavras-chave:Jornalismo; Documentário; Teoria da adaptação; Livro-reportagem; A Guerra dos Meninos. ResumenEn este artículo se propone llevar a cabo el análisis de la adaptación del libro-informe A Guerra dos Meninos, escrito por el periodista Gilberto Dimenstein (1994), para el cine documental del mismo nombre dirigido por Sandra Werneck (1991). La propuesta de Dimenstein -investigar y reportar las muertes de niños de la calle en seis capitales brasileñas -es mantenido por el documental. Sin embargo, al considerar las características específi cas de cada medio, es necesario entender las estrategias de la película para sensibilizar al espectador. Más allá de los datos periodísticos, los recursos tales como montaje, efectos de sonidos, narrador en voz off y, por supuesto, las imágenes, conforman un discurso distinto que el texto verbal del libro, capaz de instigar e incluso emocionar al espectador.Palabras clave: Periodismo; Cine documental; Teoría de la adaptación; A Guerra dos Meninos.
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