RESUMO: Segundo dados do CNPq as mulheres participam em praticamente todas as grandes áreas do conhecimento, porém são maioria em áreas ligadas ao cuidado e minoria nas áreas tecnológicas e exatas. Aqui analisamos o design e o desenvolvimento de uma Intervenção Pedagógica (IP) intitulada “Ensino de Ciências e Identidade Negra: Estudos sobre a Química dos cabelos” objetivando pensar uma ciência não para o sujeito universal, contribuindo assim para a formação de professoras/es de Química capazes de operacionalizar a lei 10.639 a partir da diáspora africana nas Américas, como alternativa para evidenciar a contribuição de pesquisadoras negras na construção do conhecimento científico. Nossos resultados demostram que a IP representou o contato consciente com uma Ciência não hegemônica e eurocêntrica, fomentou o diálogo entre as diferenças, questionou discursos que reforçam as discriminações e os estereótipos, tencionou conteúdos preestabelecidos e instituiu processos de constituição de professores/as capazes de (re)criar práticas que articulem os conhecimentos químicos e as africanidades no ensino de Química.
Este trabalho analisa extratos de discursos gravados em áudio e vídeo e transcritos em 492 turnos de uma intervenção pedagógica (IP) no ensino de química, envolvendo discussão com alunos sobre racismo, as raízes históricas do racismo no Brasil a partir da diáspora africana e os conceitos envolvidos no estudo das propriedades dos metais, contribuindo para a implementação da lei 10.639/03 no ensino de Química. A contextualização da IP foi realizada por meio de recurso imagético sobre o racismo no Brasil. Os resultados mostraram que os alunos se apropriaram dos conceitos explorados na IP que se caracterizou como uma possibilidade de ensinar a partir da ciência de matriz africana e desconstruir a visão de ciência hegemônica: branca, europeia, masculina e de laboratório.
<p>A promulgação da lei 10 639/2003, que torna obrigatória a inserção de conteúdos de história e cultura afro-brasileira e africana nos currículos da escola básica, é fruto de lutas históricas do Movimento Negro Brasileiro e tem sido um instrumento para o reposicionamento do negro na educação na tentativa da valorização de sua identidade. Neste contexto, visamos apresentar uma discussão sobre os desdobramentos da lei para o ensino de ciências e matemática, trazendo reflexões no sentido de compreender a proposta de implementação da lei, a origem histórica da sociedade brasileira e oportunizando acesso para futuras análises referentes à temática. Trata-se de uma investigação que apresenta elementos de uma pesquisa-ação e se interessa pela mobilização de saberes docentes a respeito da lei 10.639, produzidos pela tríade de professores de ciências e matemática (professor formador, professor em formação inicial e professor do ensino básico em formação continuada)<a title="" href="file:///F:/Educa%C3%A7%C3%A3o%20em%20quimica/publica%C3%A7%C3%B5es/2016/Ellen/Ellen2017Educa%C3%A7%C3%A3oQu%C3%ADmicainpuntodevista.doc#_ftn1">[1]</a>.</p><div><br clear="all" /><hr align="left" size="1" width="33%" /><div><h2><a title="" href="file:///F:/Educa%C3%A7%C3%A3o%20em%20quimica/publica%C3%A7%C3%B5es/2016/Ellen/Ellen2017Educa%C3%A7%C3%A3oQu%C3%ADmicainpuntodevista.doc#_ftnref1">[1]</a> O presente trabalho é baseado na dissertação de mestrado de Autores, 2014.</h2></div></div>
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.