RESUMOO objetivo deste estudo foi analisar os papéis masculinos e femininos expressos por mães de meninas vítimas de violência intrafamiliar. a perspectiva de gênero relacionada à manutenção e ao enfrentamento desse tipo de violência também foi avaliada. Participaram do estudo nove mães, com idades entre 26 e 68 anos, atendidas em uma instituição em teresina, Piauí. Foram realizados três encontros nos quais eram usadas técnicas projetivas, corporais e psicodramáticas. Os resultados apontaram que concepções machistas passadas pelas mães no processo educativo, a constante associação da representação masculina como uma figura violenta e o não reconhecimento das mães sobre suas capacidades são fatores relevantes para a manutenção da violência. É importante que, no contexto da violência, intervenções abordem temas como cidadania e o conhecimento de serviços e políticas públicas, a fim de protegerem e empoderarem as mulheres e suas filhas no enfrentamento da violência.Palavras-chave: feminino; masculino; violência de gênero; submissão. ABSTRACTthe study aimed to identify the masculine and feminine roles of the mothers of victimized children and adolescents. a gender perspective was taken on the confrontation or the maintenance of domestic violence. Nine women, aged 26 to 68 years old participated in group meetings in which projective, corporal and dramatic techniques were used. Results showed that sexist mother-child transmission, association between masculinity and violent behavior, and lack on the recognition of their own skills may maintain violence. In the context of violence, psychologists have to promote strategies of intervention that focus on the empowerment of the participants, improving their knowledge about citizenship and protective policies and services.Keywords: feminine; masculine; gender violence; submission.Este estudo partiu de uma experiência de atendimento com mães de crianças e adolescentes do sexo feminino, em uma instituição pública de atendimento para vítimas de violência doméstica em teresina, Piauí. O objetivo deste estudo foi identificar as perspectivas das mães, atendidas na instituição, sobre os papéis masculinos e femininos e sua relação com a violência doméstica sofrida, como também sobre as perspectivas para o enfrentamento dessa situação. a instituição atende crianças e adolescentes do sexo feminino, entre as idades de 09 a 18 anos, que sofreram ou sofrem violência física, psicológica, sexual e negligência. a intervenção psicológica realizada partiu de uma perspectiva sócio-histórica na qual se compreende a pessoa como um ser em constante transformação, a partir da sua realidade social e cultural, e não em seus aspectos individualizantes, determinados por uma "natureza" humana e isolados do seu contexto (Bock, 2001). Com isso, o plano de ação institucional propunha uma intervenção psicoterapêutica que possibilitasse a manifestação dos modos de vida peculiares não só das adolescentes atendidas, como também das suas famílias. tal atuação levava em consideração todos os aspectos que envol...
Este trabalho relata a realização de uma experiência de estágio em uma Unidade de Saúde da Família em Santa Maria-RS. O objetivo foi analisar a prática da Psicologia comunitária e as suas estratégias de facilitação em comunidades inseridas em uma unidade de saúde pública. Participaram dessa experiência usuários atendidos pela equipe multidisciplinar que haviam sido encaminhados para o serviço de Psicologia. No contexto estudado, as estratégias utilizadas foram entrevistas, visitas domiciliares, conversas informais e interação nos espaços comunitários. Essas estratégias se mostraram importantes para o mapeamento da realidade comunitária, das redes de serviços e para verificar como estas funcionam. No que se refere às questões éticas, observou-se a importância de romper os padrões de atendimento psicológico tradicional, quando se constrói uma ética que abrange os princípios da interdisciplinaridade. Observou-se que estratégias de atuação em comunidade na perspectiva da Psicologia comunitária podem favorecer ações mais integradas às necessidades da população atendida pela ESF. Tal experiência apontou a importância do questionamento sobre os modelos de atuação prestados pela Psicologia nos serviços de saúde pública, se for discutida uma proposta de atuação que esteja comprometida com o fortalecimento e o engajamento comunitário para o exercício e a garantia da cidadania dos usuários.
Este trabalho tem como objetivo analisar as concepções de uma mãe sobre a participação de sua filha nos concursos de beleza infantil, com vistas a compreender como estão imbricadas as percepções sobre o corpo feminino, as lógicas de embelezamento e a sua relação com os discursos midiáticos. Realizou-se um estudo de caso com entrevista de roteiro semiestruturado, abordando questões sobre corpo, embelezamento e mídia. A entrevistada tem 32 anos e sua filha tem 9, a qual ingressou nas passarelas com 2 anos e meio. Os resultados apontaram que as implicações dos discursos midiáticos estabelecem valores, agindo como mirantes de um ideal corporal a ser atendido, favorecendo a constituição da "adultalização" precoce, além de contribuir para a formação de criança consumidora em uma sociedade espe-tacularizada. Faz-se necessário refletir sobre a infância na contemporaneidade, principalmente de meninas, e de que forma ela tem sido instigada a produzir seus corpos diante dos preceitos mercadológicos de embelezamento.
RESUMO Os desastres podem resultar em danos pessoais, materiais, ambientais e humanos. Sob essa perspectiva, este trabalho visa discorrer sobre as possíveis intervenções do psicólogo e colaborações da Psicologia frente aos eventos de emergências e desastres. Para isso, é realizada uma pesquisa qualitativa, na qual é aplicada uma entrevista semiestruturada com dois psicólogos que atuam nessas situações. O estudo revela uma mudança do enfoque dos profissionais da Psicologia quanto ao tema, que passa do diagnóstico à prevenção das comunidades, propondo intervenções que priorizam a subjetividade das pessoas. Também é apontada a importância do assunto ser discutido e desenvolvido em políticas públicas e de modo interdisciplinar. Ressalta-se ainda que o papel do psicólogo nesse contexto é amplo, abrangendo os diversos campos da Psicologia. Palavras-chave: Emergências e desastres, Atuação do psicólogo, Psicologia.
Este estudo tem como objetivo analisar como as questões de corpo e gênero foram vivenciadas por adolescentes do sexo feminino envolvidas com a exploração sexual nas suas experiências cotidianas. Analisaram-se os processos de erotização do corpo infantojuvenil e os seus efeitos na constituição da feminilidade, assim como as lógicas de valorização e controle da sexualidade das adolescentes estudadas. Participaram três adolescentes do sexo feminino, envolvidas com a exploração sexual e com idades entre 13 e 17 anos. Foram empregadas atividades em grupo com materiais lúdicos e um roteiro de entrevista semiestruturado. Os resultados apontaram que a sensualidade e a virgindade apareceram como uma forma de afirmação da feminilidade das interlocutoras, tanto para o seu empoderamento como para sua vulnerabilidade perante a sociedade. Observa-se a importância de estratégias que permitam às adolescentes estabelecerem comportamentos mais autônomos na manifestação da sua sexualidade, pautados em uma lógica que as considere como sujeitos de direitos.
Resumo: O artigo buscou tensionar as concepções sobre a exploração sexual, ampliando a discussão para além da dicotomia vitimização-culpabilização. Foram feitas entrevistas semiestruturadas com dois profissionais que possuíam vasta experiência no atendimento a jovens em situação de abrigamento e análise de materiais documentais, em especial um inquérito policial sobre uma jovem de 17 anos. As meninas na exploração sexual lidam com as complexidades entre os limites de se viver numa sociedade que estimula a inserção social pelo consumo e ao mesmo tempo moraliza seu corpo, gênero e sexualidade. O desafio é pensar em aparatos de proteção a essas jovens que sejam capazes de lidar com as amplas nuances envolvidas na exploração sexual, considerando as próprias decisões e estratégias delas para lidar com isso, sem recair na responsabilização e punição.
Este artigo reflete sobre como restrições de movimento constituem efeito da violência colonial nos corpos em situação de educação. Para tal, se relata a experiência da performance Corpos-cadeira, realizada no contexto universitário, com objetivo de analisar os lugares do corpo e suas movenças como elementos questionadores de experiências pedagógicas, metodológicas e estruturantes de hegemonias pautadas no controle sobre os corpos. Os pressupostos teóricos giram em torno da descolonização da educação com foco nos corpos de seus agentes, indicando possibilidades de fraturar as lógicas de violência e domesticação em prol de uma educação emancipadora, capaz de cegar a mira colonial.
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