O projeto buscou identificar e compreender os usos emancipatórios dos direitos e de sua linguagem por grupos evangélicos no Brasil, através de pesquisa bibliográfica atenta aos marcadores sociais, especialmente o de gênero. Também investigou como se deu a participação de lideranças e organizações religiosas evangélicas no momento específico da pandemia de covid-19 no Brasil, através da linguística de corpus. Havia a previsão de mapeamento de organizações religiosas evangélicas que utilizassem emancipatoriamente a linguagem dos direitos em Porto Seguro mas este objetivo não pode ser realizado, a fim de atender às medidas de segurança durante a pandemia de Covid-19. Observou-se que: grupos evangélicos progressistas oferecem a pessoas evangélicas oportunidades de compatibilização da vivência religiosa com a defesa dos direitos humanos; a presença de grupos evangélicos progressistas nas mídias ainda é tímida; o pertencimento religioso evangélico não determina compromisso com a agenda da ideologia anti-gênero. A pesquisa reforça a importância da realização do mapeamento, a fim de contribuir para a difusão de usos dos direitos que não visem ataques a direitos de mulheres e da população LGBTQIA+ em Porto Seguro.
A mobilização política da identidade evangélica tem sido associada ao conservadorismo e, especialmente, à ideologia antigênero. Como a maioria da população evangélica é composta por mulheres negras e periféricas, neste artigo investigamos se o pertencimento religioso determina seus posicionamentos e atuações políticas, a partir das trajetórias das parlamentares Benedita da Silva e Mônica Francisco, especificamente quanto a duas pautas daquela ideologia: ataques a direitos de pessoas LGBTI e ao direito ao aborto. Conduzimos uma pesquisa bibliográfica e documental e concluímos que elas não promovem a ideologia antigênero. Ademais, seu pertencimento religioso compõe arranjos e repertórios junto a outros pertencimentos identitários e coletivos (movimentos) – mulheres, negras, faveladas – que informam seu lugar no mundo e seus compromissos políticos. Apontamos o racismo na homogeneização de pessoas negras e sugerimos abertura científica para o reconhecimento de diferentes formas de agência por mulheres negras evangélicas.
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