<p>O artigo discute a centralidade da prática de deambular no Programa que Hélio Oiticica desenvolve a partir do início da década de 1960, embora somente ganhe maior evidência no final da década seguinte. Propõe o delirium ambulatorium como expressão mais radical do Parangolé, afirmando-o como proposta de emancipação do corpo não mais assistida por objetos e situações criados ou propostos pelo artista, mas, antes, deflagrada pelo embate direto e imediato com o mundo.</p>
O campo da arte tem suas raízes fincadas em uma multiplicidade de universos, sem qualquer obrigação de estar atrelado ao que se entende como real. O jornalismo, no imaginário profissional e popular, segue caminho contrário, e dele se espera a clareza, a transparência, a objetividade, cânones questionados no campo acadêmico, mas presentes no senso comum. Neste texto, apresentamos a aproximação entre esses lugares de produção simbólica através de uma análise introdutória ao trabalho de quatro artistas: Bárbara Wagner, Jonathas de Andrade, Ana Lira e Alfredo Jaar – que se utilizam de instrumentos comumente relacionados à prática jornalística para realizar suas obras, produzindo/se apropriando de documentários, reportagens fotográficas e de texto, pesquisa e entrevistas de arquivo. Estas produções podem ser vistas também como novas formas jornalísticas de informar e angariar a adesão de um público fragmentado, de atenção nômade, em um ambiente atravessado pela noção de pós-verdade. São, além disso, obras que espelham limitações de formas de representação que precisam ser refletidas no espaço da própria imprensa. Nesta, é cada vez mais necessária a assimilação de uma já existente, mas historicamente negada, subjetividade.
RESUMO Este artigo tem como objetivo demonstrar o caráter institucional do dinheiro e examinar as condições necessárias para preservá-lo como operador social. O dinheiro é uma instituição social, porque é central para a manutenção de práticas sociais necessárias para a criação de riqueza produtiva e, portanto, para a reprodução material das economias capitalistas modernas. Além disso, como o circuito produtivo é uma das esferas daquelas economias em que “paixões” privadas e “interesses sociais” podem ser reconciliados, o dinheiro é apresentado como um elemento de coesão social. Argumenta-se, no entanto, que somente se a confiança na manutenção da “unidade das funções do dinheiro” persistir, o dinheiro poderá ser preservado como instituição social. A confiança, em suma, mostra-se emergir de um processo cognitivo incorporado em padrões culturais específicos, nos quais as informações são geradas, transmitidas e reforçadas, gerando gradualmente hábitos e convenções a serem seguidos pelos agentes econômicos.
Resumo Tomando um verso do poeta João Cabral de Melo Neto como metáfora para a situação de despossessão em que vivem parcelas da população brasileira, este artigo aponta duas maneiras em que tais grupos sociais são representados pela produção contemporânea em artes visuais no Brasil. A primeira é a representação partida , que os ignora e assim os exclui do universo sensível partilhado socialmente. A segunda é a representação das sobras, que se ocupa em criar equivalências sensíveis da realidade brasileira que tornam visíveis os nexos entres gentes, espaços e fatos que promovem a despossessão radical de vidas.
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