Ensaio fundamentado por meio de revisão da literatura especializada que relaciona os temas sociologia das profissões e profissional da informação. Constitui-se de pesquisa bibliográfica que abrange livros, artigos científicos e trabalhos acadêmicos. Aborda o histórico e a evolução das profissões, as teorias sociológicas, funcionalista e interacionista, bem como a trajetória das profissões, dentre elas a profissão do bibliotecário. Trata das transformações sociais oriundas das tecnologias e as transformações culturais, políticas e sociais que as profissões estão sofrendo em decorrência delas. Por fim versa sobre as ciências da informação e o fenômeno social da profissão. Conclui que as profissões da informação derivam sua constituição da necessidade de uma jurisdição específica no espaço social, para lidar com os documentos e meios de recuperação da informação. De um lado, a configuração mais atual destas profissões fortalece sua identidade e seus laços de compromisso e, de outro, gera subdivisões na tarefa ou função inicial deste tipo de profissional. A perspectiva a cerca da profissão representa uma expectativa sobre a estrutura formativa e um consequente aumento do controle e da vigilância sobre a atuação do profissional individual, resultando em um aspecto positivo e um aspecto negativo. O positivo é a valorização da comunidade e suas habilidades específicas e o negativo é a mercantilização, o saber específico como um meio de gerar produtividade e riqueza, quando o retorno imediato substitui a busca rigorosa e desinteressada pelo conhecimento, que pode gerar uma demasiada instrumentalização, que impede o avanço de processos mais abrangentes de interação deste grupo profissional com outros.
Esta pesquisa averiguou o conhecimento dos bibliotecários de Santa Catarina acerca da Lei Brasileira de Direitos Autorais (LDA) e seu grau de adesão ao Movimento de Acesso Aberto à informação científica. A revisão de literatura questiona os direitos autorais e apresenta o “Dossiê CopySouth”, bem como a legislação brasileira de direitos autorais. O estudo exploratório-descritivo foi realizado em 2017, com 53 bibliotecários. Os resultados indicam que estes têm conhecimento da proteção aos direitos, mas desconhecem seu tempo de vigência. Em relação à reprografia, relatam dificuldades com as imposições legais. A orientação ao usuário na citação de autoria e referências bibliográficas é adequada. Já as bases de dados e seus contratos não estão claras aos bibliotecários. Estes demonstram adesão ao Movimento de Acesso Aberto e consideram mais importante o acesso livre à informação científica do que a prevalência dos direitos autorais, priorizando a satisfação das necessidades informacionais de seus usuários.
Processo de reconhecimento e certificação de saberes escolares de trabalhadores: orientações teórico-metodológicas 1 ResumoEste artigo apresenta o histórico e os resultados do projeto piloto "Reconhecimento e Certificação de Saberes Escolares de Trabalhadores", executado entre abril e julho de 2014. Tal projeto teve como objetivo reconhecer e certificar saberes escolares em nível de Ensino Fundamental, de trabalhadores da área de Turismo, Hospitalidade e Lazer, previamente selecionados, possibilitando o ingresso destes sujeitos no Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na modalidade de Educação de Jovens e Adultos -PROEJA, especificamente no Curso Técnico em Guia de Turismo PROEJA-CERTIFIC. Este trabalho se caracterizou como pesquisa-ação, orientando-se teórica e metodologicamente pelas concepções freireanas de educação, pelos princípios e diretrizes da Educação Popular, pelos Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental (PCNs), pelas diretrizes da Rede Nacional de Reconhecimento de Saberes Profissionais (CERTIFIC) e da Educação de Jovens e Adultos. Foram certificados doze sujeitos participantes do processo, 100% dos inscritos. Neste texto, apresentam-se orientações teórico-metodológicas que podem contribuir e orientar experiências similares de certificação de trabalhadores.Palavras-chave: Certificação de trabalhadores; Educação de jovens e adultos; Educação popular; Reconhecimento de saberes escolares.
RESUMO:O texto é o resultado de estudos sobre "Reconhecimento de Saberes" iniciado pelas autoras no Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), em 2014. Tal pesquisa surgiu da constatação da necessidade de um maior aprofundamento teórico sobre o tema. O trabalho teve por objetivo traçar o delineamento do estado da arte do reconhecimento de saberes por meio de um mapeamento de artigos, teses e dissertações que abordam o tema. O universo de pesquisa ficou constituído de 8 artigos, 4 dissertações e uma tese, totalizando 13 documentos, produzidos de 2006 a 2016. Na análise dos documentos pode-se constatar que as políticas de certificação profissional e de reconhecimento de saberes ganharam destaque a partir das iniciativas para desenvolvimento e certificação de competências nos países europeus. Percebeu-se que as políticas implementadas de formação e certificação profissional são, em sua maioria, fortemente orientadas pela "teoria das competências" e pelas "necessidades do mercado de trabalho", em detrimento de uma concepção integral de educação. Concluiu-se que a implementação de dispositivos de reconhecimento de saberes não se dá sem tensões e comporta contradições que refletem as perspectivas dos grupos distintos que compõem a sociedade, desencadeando disputas que envolvem questões político-epistemológicas importantes. Se por um lado se fortalece a avaliação por competências, apoiada nos pressupostos da teoria do capital humano, fortemente voltado para uma concepção da educação para o mercado de trabalho, por outro, fortalecem-se, também, aqueles que tomam essas políticas como um mecanismo de justiça social, voltado para o atendimento das demandas históricas de movimentos sociais de direito à educação.
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