Introdução: Em dezembro de 2019, um novo vírus infeccioso denominado Sars-Cov-2 e relacionado à Síndrome Respiratória Aguda Grave foi identificado na China. A Organização Mundial da Saúde (OMS) designou como Covid-19 a infecção causada por esse vírus. Diante da rápida propagação, no dia 11 de março de 2020, a OMS declarou estado de pandemia e exigiu que medidas de isolamento social fossem tomadas com o intuito de evitar sua disseminação. Nesse cenário, várias mudanças ocorreram no cotidiano das pessoas, inclusive em relação à alimentação. Objetivo: O objetivo deste estudo foi caracterizar as ações de educação online relacionadas a saúde, alimentação e nutrição durante o isolamento social devido à pandemia da Covid-19, com o intuito de descrevê-las conforme público-alvo, objetivos e meios de comunicação. Métodos: Estudo exploratório, que dispõe de pesquisas sobre ações em saúde, alimentação e nutrição realizados durante a pandemia do novo coronavírus em plataformas digitais oficiais. Resultados: Cinquenta e três ações identificadas atenderam aos critérios de inclusão do estudo e foram divididas em quatro grandes temas: Higiene e manipulação de alimentos; Patologias específicas de interesse da área de Alimentação e Nutrição; (In)segurança alimentar, aleitamento materno e gestação; e Educação alimentar e nutricional e orientação para profissionais da área de nutrição. Conclusão: É necessário elaborar instrumentos de comunicação e educação em saúde, com o objetivo de apoiar profissionais e demais indivíduos durante as práticas de saúde. Nesse contexto, os materiais expostos no presente estudo são importantes para amenizar as consequências da pandemia.
A alimentação e a nutrição adequadas são fundamentais para a promoção e a proteção da saúde, podendo determinar as condições de saúde de indivíduos e coletividades de diversos modos. A despeito dos avanços conquistados no Brasil - no que tange à realização do direito humano à alimentação adequada (DHAA) e à concretização da segurança alimentar e nutricional (SAN) - vêm-se observando, desde 2016, o enfraquecimento e o desmonte das políticas públicas de garantia de direitos e fortalecimento de sistemas alimentares sustentáveis. Tal cenário contribui para o aumento da pobreza e a piora das condições de vida de consideráveis parcelas da população. Os dados da última Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF 2017-2018) mostram que a prevalência de insegurança alimentar no país aumentou para 36,1% (era 22,9% em 2013), sendo que 3,1 milhões de famílias vivenciaram a experiência da fome no período analisado. Essa situação se agrava em função da crise política e da crise sanitária causada pela pandemia da COVID-19. Nesse contexto, torna-se premente a reflexão sobre quais são as perspectivas no país em relação à garantia do DHAA e da SAN, especialmente para os grupos mais vulneráveis, considerando dimensões como acesso à alimentação, renda básica, programas de transferência de renda, sistemas e ambientes alimentares e mecanismos de participação e controle social.
RESUMO O objetivo do presente estudo foi mostrar a evolução do percentual de escolas aderidas ao Programa Saúde na Escola (PSE) que realizaram atividade coletiva sobre Promoção da Alimentação Adequada e Saudável (Paas) ao longo dos últimos cinco anos e verificar se há diferença desse indicador segundo adesão ao Programa Crescer Saudável (PCS). Trata-se de um estudo de delineamento ecológico, desenvolvido com dados cadastrados no Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica (Sisab). Houve incremento na realização de ações coletivas sobre Paas durante o período de 2017 a 2019. Em 2020, houve redução das ações realizadas; e em 2021, houve incremento de ações realizadas em comparação com 2020. Os municípios que receberam recurso financeiro adicional por terem aderido ao PCS apresentaram os maiores percentuais de escolas que realizaram atividades coletivas sobre Paas. A realização das ações de Paas não ocorreu de forma homogênea segundo as macrorregiões brasileiras. Conclui-se que, nos últimos anos, houve o fortalecimento das ações de Paas no âmbito do PSE, com significativa redução dessa ação no contexto da pandemia da Covid-19. O recebimento do recurso adicional do PCS favoreceu o desenvolvimento das ações sobre Paas, o que reforça a importância do repasse financeiro regular.
The study aims to show the evolution of the percentage of schools adhering to the School Health Program (PSE) that carried out a collective activity on the Promotion of Adequate and Healthy Eating (PAAS) over the last five years and verify if there is a difference in this indicator according to adhesion to the Healthy Growth Program (PCS). Ecological study, developed with data registered in the Health Information System for Primary Care (SISAB). The performance of collective actions on PAAS from 2017 to 2019 increased. In 2020, there was a reduction in the actions carried out; and in 2021 there was an increase in actions carried out compared to 2020. The municipalities that received additional funds from the PCS had the highest percentages of schools carrying out collective activities on PAAS. The implementation of PAAS actions did not occur homogeneously according to the Brazilian macro-regions. It is concluded that there has been a strengthening of PAAS actions within the scope of the PSE, with a significant reduction of this action in the context of the COVID-19 pandemic. Getting additional resources from the PCS favored the development of actions on PAAS, which reinforces the importance of regular financial transfers.
Objective The high prevalence of obesity and its association with chronic diseases is a major public health problem. This study aimed to evaluate a group-based Food and Nutrition Education Program for the treatment of excess weight in Brazilian women attending the Family Health Strategy. Methods This quasi-experimental intervention study was conducted among 172 women, including 87 women in the intervention group who participated in a nutritional education program that addressed topics in the area of nutrition. The Intervention and Control groups underwent an anthropometric evaluation at the beginning of the study and at the 6th month. Results At the end of the intervention, the intervention group showed a significant reduction in weight and Body Mass Index, while the control group showed an increase in these variables. Women who completed the intervention (n=71) showed a mean difference of -5.15 kg and a reduction of 2.04 points in the Body Mass Index. Still 50.7% of the participants in the intervention group achieved a weight loss greater than or equal to 5.0%, and 40.8% of them maintained this reduced weight for up to seven months after the end of the intervention. Conclusion This study emphasizes the importance of group-based food and nutritional education interventions to promote and maintain weight loss, and thus, prevent and treat chronic diseases.
Objetivo: Avaliar a proporção de casos de anemia ferropriva entre adolescentes diante das condicionalidades de saúde do Programa Bolsa Família (PBF). Metodologia: Estudo transversal quantitativo com amostra de 165 adolescentes, entre 10 e 18 anos, de ambos os sexos, pertencentes às famílias participantes do PBF do município de Lavras (MG). A detecção da anemia ocorreu por meio da punção digital de uma gota de sangue utilizando hemoglobinômetro portátil Hemocue®. Foram avaliados a situação de segurança alimentar, estado nutricional e consumo alimentar. Resultados: A prevalência de anemia foi de 26%, classificada como problema de saúde pública de grau moderado. A presença de anemia associou-se ao consumo de salgado frito (p=0,020), achocolatado (p=0,042) e biscoito recheado (p=0,045). O excesso de peso esteve presente entre 21,8% dos adolescentes do sexo feminino, e entre 12,6% do sexo masculino. A prevalência de insegurança alimentar entre os adolescentes foi de 42,5%. Conclusão: Dados inéditos da alta prevalência de anemia entre adolescentes participantes do PBF na cidade de Lavras-MG são apresentados nesta pesquisa. Esses resultados evidenciam que apesar dos avanços na proposição de políticas públicas de combate à anemia, elas não estão atingindo esta faixa etária. Especificamente, o PBF é uma política pública que contribui para a prevenção e combate à anemia, porém são necessárias alterações do seu desenho metodológico, especialmente das condicionalidades de saúde, a partir do desenvolvimento de estratégias que ampliem e qualifiquem as ações de vigilância alimentar e nutricional no contexto da saúde dos adolescentes participantes do Programa Bolsa Família.
Descrever a evolução das práticas alimentares não saudáveis entre adolescentes nas três últimas versões da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar. Estudo ecológico, no qual foram estudadas questões referentes ao consumo de refrigerante, guloseimas, ultraprocessados, hábito de comer enquanto assiste televisão e hábito de realizar refeições acompanhado do responsável. Houve redução do consumo de guloseimas (9,1%), refrigerante (8,2%) e de ultraprocessados (9%), sendo este último com maior redução observada na região Nordeste. Alunos com mães de ensino superior completo apresentaram redução de 3,5% no consumo de ultraprocessados, e de 12,2% entre os alunos com mães de ensino fundamental completo. Embora tenha sido observada redução no consumo de alimentos não saudáveis, a ingestão destes alimentos ainda foi significativamente alta em 2015. Considerando a associação entre alimentação não saudável com o desenvolvimento de doenças crônicas, é fundamental que sejam desenvolvidas estratégias de práticas alimentares saudáveis no contexto escolar.
Introdução: Estima-se que as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) e seus agravos sejam responsáveis por aproximadamente 70% das mortes no mundo. A falta de prevenção e de gerenciamento adequado dessas patologias acaba demandando assistência médica de custos crescentes, em função da permanente incorporação tecnológica. No que diz respeito à saúde do trabalhador, o aumento da prevalência dos casos de DCNT pode resultar em absenteísmo e invalidez e repercutir na qualidade do trabalho ofertado. Objetivo: Avaliar a presença dos fatores de risco para DCNT em agentes comunitários de saúde (ACS). Métodos: Trata-se de estudo transversal desenvolvido em município do estado de Minas Gerais. Foram entrevistados 139 ACS, que responderam a um questionário com perguntas fechadas e pré-categorizadas. Foram aferidos a circunferência da cintura, o peso e a estatura, e foram calculados o índice de massa corporal (IMC), o índice de conicidade e a relação cintura/estatura. Resultados: O excesso de peso esteve presente em 56,1% dos entrevistados, dos quais 30,2% eram obesos. Ademais, 51,8% dos ACS foram classificados como sedentários, e 14,4% relataram ser fumantes. O risco elevado de desenvolver doença cardiovascular foi observado em 27,27% dos ACS do sexo masculino e em 57,81% dos do sexo feminino. O consumo de pelo menos um alimento ultraprocessado foi relatado por 53,9% dos ACS, e observou-se associação positiva entre o consumo desses alimentos com o estado nutricional (p=0,032). Conclusões: Os resultados mostram significativa prevalência de fatores de risco de DCNT entre os ACS. Considerando-se o impacto dessas doenças para a saúde e a qualidade do trabalho, é fundamental que a vigilância e a prevenção dos fatores de risco estejam presentes na programação de saúde dos municípios.
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