Ambientes virtuais “pró-anorexia”, ou seja, voltados à promoção e perpetuação do transtorno em questão, têm se proliferado na internet pelo mundo todo. O presente artigo tem como objetivo empreender uma leitura psicanalítica de comunidades virtuais desta natureza. Trata-se de um estudo documental, no qual se privilegiou a abordagem qualitativa e o enfoque naturalístico. As descrições de dez comunidades virtuais “pró-anorexia” brasileiras foram submetidas a análises descritivas e exploratórias. Tais análises evidenciam que a negação da natureza psicopatológica do transtorno e a recusa da própria feminilidade fomentam a conduta anoréxica. Observou-se também uma tendência à personificação da anorexia nervosa, o que pode ser indicador de uma importante fragilidade narcísica. Dessa forma, consideramos oportuno alinhar a anorexia nervosa ao conceito nosográfico de vazio mental, condição patológica potencializada pela sociedade atual. Portanto, entendemos que, na anorexia nervosa, os ditames repressores da cultura promovem uma espécie de transposição do vazio mental ao vazio corporal.
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