Palavras-chave: Experiência. Homossexualidade. Etnografi a.O presente trabalho é fruto de pesquisa desenvolvida na UFF, a partir de investigações etnográfi cas e bibliográfi cas sobre o que chamamos de "experiência homossexual masculina". Inicialmente, abordamos o estatuto teórico do conceito de experiência, a partir do lastro da mesma no pensamento contemporâneo, especifi camente em algumas investigações historiográfi cas do século XX. De posse -provisória -de um entendimento da experiência homossexual como eminentemente histórica, coletiva e, portanto, contingente, lançamo-nos a investigações etnográfi cas em espaços de sociabilidade entre homens "homossexuais" a fi m de relacionarmos a especifi cidade da cidade contemporânea -o Rio de Janeiro -e a natureza dos afetos e dos sentidos compartilhados no bojo de uma experiência sexual e subjetiva singular. Os pesquisadores se inserem nos contextos de pesquisa e produzem textos que tendem à polifonia e à polissemia, já que há vários indícios da cidade, da história recente do nosso estado e de modos coletivos de defi nir-se como "gay". Uma hora do dia, uma música, uma confi guração espacial -como a ausência de gênero nos banheiros coletivos em um dos locais pesquisados -e outros dados indicou-nos a instabilidade do nosso objeto de investigação. Tal instabilidade se revela como um índice histórico de extrema importância para a compreensão pela Psicologia Social de uma experiência sexual minoritária. Buscamos compreender a experiência como dialógica: que espaços da cidade são conquistados? Que desejos e práticas se compartilham em determinados espaços e não em outros? Que sujeitos emergem das práticas e dos encontros? Estas e outras perguntas foram articuladas por nós em diferentes momentos da investigação, levando-nos a constatação de que é necessário construir uma nova abordagem das minorias sexuais em Psicologia Social que considere a problematização metodológica em seu devir histórico e que se nutra da contingência dos modos de defi nição de si mesmo a partir das relações eróticas e afetivas entre homens. O trabalho se sustenta na indissociabilidade entre problematização teórica e investigação etnográfi ca, já que a partir das etnografi as, novos textos eram convocados aos nossos estudos. Apoiando-se na necessidade de esclarecimento metodológi-
Identifica-se o racismo como problema estrutural da sociedade ao cotejar os casos de violência e preconceito contra as religiões de matrizes africanas no Brasil, O trabalho analisa a intolerância religiosa como reflexo do processo de colonização do país que ainda reflete no comportamento fenomenológico da atualidade pelo processo de demonização de determinadas entidades. Exu é uma das figuras que melhor representa o afastamento imposto sobre as culturas africanas, o que inclusive condiciona sua incompreensão por parte da população brasileira, predominante negra. A demonização desta divindade africana em específico, retrata heranças da moralidade e medos europeus estimulados durante a Idade Média, ligados principalmente à doenças e à sexualidade. Atributos pejorativos a Exu, como “Exu Corona” ou “Pandemônia”, indicam processo de demonização de divindades de religião de matriz africana como forma de canalizar angústias sociais para ganhos próprios. O processo de educação religiosa pode ser importante meio de transformação social pela problematização do contraste entre essência e aparência associados a Exu como forma de resistência.
O objetivo deste artigo é apresentar a reflexão a respeito da abertura feita pelos analistas para a arte atuar na clínica com o sujeito neurótico. O método utilizado foi a revisão bibliográfica com descritores de “arte”, “neurose” e “psicanálise”. Artistas se comprazem da coisa-objeto para dar espaço ao real, de maneira que haja uma percepção sensível, e um compartilhamento daquilo que grita no sujeito, sendo na neurose, algo do perdido e indizível. A arte produz um espaço, ao que o sujeito se desprende da palavra circunscrita, e promove um alargamento desta para novas formas de palavras ou outras expressões do ser humano, que se traduzem em formas artísticas. A experiencia do real não se reduz ao simbólico, mas alarga as possibilidades de significação.
Resumo: O presente artigo tem por objetivo discutir a tese de que o modelo de tratamento de usuários de drogas em regime de internação funciona como dispositivo de segregação. O percurso metodológico partiu da elaboração de casos clínicos de pacientes internados em enfermaria especializada de um hospital psiquiátrico, identificando uma relação de continuidade lógica entre as cenas de uso de drogas e a internação. A análise dos dados foi realizada com o aporte teórico da psicanálise de orientação lacaniana. De acordo com a teoria lacaniana dos discursos, os problemas associados ao uso de substâncias psicoativas, ou toxicomanias, são efeitos da relação entre o desenvolvimento do discurso científico e o avanço do capitalismo, na medida em que a ciência opera no real através de seu trabalho de formalização matemática e introduz no mercado novos objetos de consumo como as drogas. Enquanto o Discurso do Mestre induz a perda do objeto de gozo pela incidência da linguagem e produz um sujeito dividido, o Discurso do Capitalista se articula com a homogeneização do gozo operada pela ciência e aumenta o risco de abolição da subjetividade. Como efeito, o laço social que atravessa estes discursos é a segregação, expressa em diferentes formas de privação de liberdade. A prática psicanalítica sustenta o lugar do sujeito como resistência ao comando do mestre, impondo limites ao movimento institucional de suprimir a experiência subjetiva em nome de uma cura generalizada.Palavras-chave: Toxicomanias. Segregação. Psicanálise. Discurso do Mestre. Discurso do Capitalista.Abstract: This paper discusses a thesis on drug addict treatment as a segregation device. Its methods is based on clinical cases of patients admitted in specialized ward at psychiatric Hospital. It was identified association between hospitalization and places of drug intake as a logical continuity. Data was analyzed using Lacanian oriented psychoanalysis. Drug addiction is related to the development of the scientific discourse as science produces real from its work by mathematical formalization as capitalism expands and introduces new consumer goods. As Master Discourse induces a loss of jouissence object by incidence of language and produces a splitted subject, Capitalist Discourse is articulated to the homogenization of juissence made by science and increases risk of abolishing subjectivity. In consequence, segregation is the social bond that crosses these discourses and it is expressed by different means of freedom privation. Psychoanalytical treatment for drug addicts sustains a place for subject as resistence to mater´s command. It imposes a limit to institutional tendance to supress subjectivity for a generalized cure.Keywords: Drug addiction. Segregation. Psychoanalysis. Master Discourse. Capitalist Discourse.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
10624 S. Eastern Ave., Ste. A-614
Henderson, NV 89052, USA
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.