Trans persons, including transvestites and transsexual women, show disproportionately high HIV/AIDS rates when compared to the rest of the population. However, few quantitative/qualitative studies have addressed trans persons in Brazil. Thus, a team of researchers from different fields is developing an interdisciplinary research project with the objective of shedding light on living conditions and ways of life among transvestites and transsexual women, while investigating determinant factors for HIV infection, syphilis, and hepatitis B and C. The article is intended to describe the experience with the implementation and development of an ethno-epidemiological study in Salvador, Bahia State, Brazil. Mapping the population began with a formative survey that was crucial for orienting the epidemiological survey. The production of ethno-epidemiological data posed a daily challenge for the researchers, triggering a series of reflections on the limits of our concepts and categories for translating the diversity of study participants' practices and experiences.
Na esteira da alteração dos padrões demográficos, a velhice marca de modo sem precedentes a sociedade contemporânea. Ser idoso tem sido largamente descrito na literatura como uma experiência de solidão, sentimento de caráter multifacetado que se origina na insatisfação com as relações interpessoais. Este trabalho foca a associação entre tal estado psíquico e o envelhecimento, e mensura a incidência deste sentimento em uma amostra composta por 64 idosos que participaram do projeto Bem Envelhecer, da Rede Europeia Anti-Pobreza (EAPN/Portugal). Privilegia-se neste estudo a relação entre as variadas dimensões da solidão e o cruzamento da mesma com diversas variáveis. Para tanto, fora aplicado um inquérito com questões sociodemográficas e a escala SELSA-S (Short Version of the Social and Emotional Loneliness Scale for Adults). Os resultados apontam para a preponderância entre os participantes da pesquisa dos vínculos familiares, em detrimento dos sociais e românticos, e o período etário de 60 a 70 anos como particularmente vulnerável à emergência da solidão.
This article is the result of ethnographic fieldwork among amateur dancers, mainly among gay adolescents from the outskirts of Salvador de Bahia (Brazil), who label themselves as “flexible”. This self-definition arises out of bodily flexibility techniques, cultivated through intense physical work. By focusing on specific training situations, such as stretching exercises, I trace understand how the “flexible” body is built. I propose that the language mobilized by these young people offer an important guide to understanding the distinctive elements of this practice. The practitioners’ accounts and my own observations of the practice indicate that the embodiment of acrobatic skills occurs in a process that weaves body and environment. Following Ingold, I argue that an ecological approach help us to comprehend this kinesthetic practice as spatial realization, as well as providing useful insights into its learning practices exploring the richly sensory dimension of learning practices and development of motor sensibilities, such as the sound and the imperative pain experience. Furthermore, I analyze how my interlocutors’ concept of body fits the theoretical idea of how bodies should not be defined by what they are, but rather by what they are able to do.
O trabalho de Anna Paula Vencato, cujo produto final, sua tese de doutoramento, sob o título de Sapos e princesas: prazer e segredo entre praticantes de crossdressing no Brasil, ocupa agora as nossas prateleiras como mais uma importante obra da Coleção Queer da editora Annablume. O livro é instigante desde a capa, que nos brinda com uma ilustração assinada por uma das mais proeminentes – e não obstante celebradas – figuras públicas trans do Brasil, a cartunista Laerte Coutinho.
A partir do relato de uma situação extrema – de violência e ameaça direta à vida – experimentada no curso de uma etnografia, pretendo neste texto abordar questões metodológicas e éticas mais amplas inerentes à dinâmica de trabalho de campo. Exploro, entre outros pontos, a introdução (neste caso, indevida) de dispositivos fotográficos durante a observação participante e os desdobramentos deste episódio na produção dos dados e na conformação da investigação de modo geral. Argumento que diante da violência que permeia a cidade contemporânea, e a que necessariamente – com níveis de risco variados – os estudiosos estão expostos nas chamadas pesquisas in loco em contextos marcados pela criminalidade (como favelas dominadas pelo tráfico de drogas), é fundamental discutirmos medidas que possam vir ao auxílio dos mesmos, seja para não comprometer a realização do estudo, seja, principalmente, para salvaguardar sua integridade física e psíquica.
O movimento antipornografia e seus avatares reclamaram falar por todo o feminismo. Felizmente não falam. (Rubin 1984: 302, tradução minha) A pornografia e a visão da sexualidade de que ela está imbuída podem significar muitas outras coisas, (...) entre elas a emancipação feminina. A questão, portanto, é que o sentido da pornografia é socialmente indeterminado e aberto. (Silva 2013: 163) Houve um tempo na Bahia, e não há muito, em que ser feminista significou (ou significa) ser favorável à Lei Antibaixaria² -como ficou nacionalmente conhecido o Projeto de Lei 19.237/2011 -, aprovado pela Assembleia Legislativa do Estado da Bahia no primeiro semestre de 2012, e que (...) dispõe sobre a proibição do uso de recursos públicos para contratação de artistas que em suas músicas, danças ou coreografias desvalorizem, incentivem a violência ou exponham as mulheres a situação de constrangimento. (Bahia 2011)Afirmo que não apenas significou como significa porque, se após o decreto da Antibaixaria, em abril de 2012, passamos por um período de relativa quietude na opinião pública no que tange à famigerada lei, os ânimos parecem ter sido revolvidos em agosto do mesmo ano, devido ao lamentável episódio de abuso sexual de duas jovens por integrantes da banda de pagode New Hit, também repercutido em todo o país. Ora, nada surpreendente que parcela significativa das manifestações nas redes sociais tenha remetido o acontecimento à Lei Antibaixaria. Desde as acusações contrárias aos delinquentes -os músicos da banda -àquelas que imputaram culpa às próprias vítimas, as fãs "vadias" (fazendo aqui uma menção ao movimento Marcha das Vadias, sobre o qual me deterei adiante), ambas as
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