Resumo Mesmo reconduzida à Presidência da República, Dilma Rousseff foi provisoriamente afastada do cargo 17 meses após a sua posse e teve seu mandato cassado pelo Congresso Nacional em 31 ago. 2016. Muitos atores estiveram envolvidos nesse processo, com destaque para a atuação do Parlamento, do Judiciário e da Mídia. Nesse artigo, analisaremos apenas a Mídia, partindo da ideia que sua atuação é central no atual jogo político-democrático e, neste caso, seu desempenho contribuiu para o desfecho ocorrido. Nosso objetivo é analisar o posicionamento assumido pela mídia impressa nos meses que precederam o afastamento definitivo da Presidenta Dilma, cotejando com uma perspectiva de gênero. Tomamos como corpus da análise os jornais Folha de S. Paulo e O Globo no período entre abril e setembro de 2016. Através da metodologia quali-quanti, as reportagens e editoriais foram contabilizados e categorizados para posterior tratamento analítico à luz da literatura especializada. Os resultados obtidos sugerem que esses periódicos adotaram uma postura favorável ao impeachment, tendo apresentado traços de sexismo em sua cobertura jornalística.
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