SUMÁRIOEscleredema de Buschke (EB) é doença rara de tecido conjuntivo, caracterizada por endurecimento não depressível da pele. De etiologia desconhecida, pode estar associada com infec ções bacterianas ou virais, alterações hematológicas e diabetes melito (DM). Em metade dos casos publicados de EB, há associação com DM. As características mais comuns nesses pacientes são: adultos do sexo masculino, DM de longa duração, mal controle metabólico e presença de complicações específicas do DM. O exame histopatológico revela aumento da espessura da derme, com fibras de colágeno alargadas e separadas por espaços não corados, os quais correspondem a depósitos de mucopolissacarídeos. Consequências clínicas incluem: diminuição da motilidade dos ombros e comprometimento da função respiratória. Diversos tratamentos são propostos na literatura, porém com resultados inconstantes. Relata-se caso de EB em paciente diabético tipo 2. Arq Bras Endocrinol Metab. 2010;54(9):852-5
SUMMARYScleredema of Buschke (SB) is a rare disorder of connective tissue, characterized by hardening of the skin. Of unknown etiology, it may be associated with viral or bacterial infections, hematological alterations and diabetes mellitus (DM). In half of the reported cases of SB, there is association with DM. The most common characteristics among these patients are: being male adults, having long-term DM, bad metabolic control and presence of specific complications of DM. The histopathological examination shows dermal thickening, with widened collagen fibers separated by non-colored spots, which correspond to mucopolysaccharides deposits. The clinical consequences are: decrease in motility of the shoulders and an impairment of respiratory function. Several treatments are suggested in the literature, but with inconstant results. A case of SB is reported in a type 2 diabetes patient. Arq Bras Endocrinol Metab. 2010;54 (9) INTRODUÇÃO O escleredema de Buschke (EB) pertence ao grupo das mucinoses, doença rara do tecido conjuntivo, caracterizada por endurecimento simétrico da pele, de início insidioso, com predileção pelas regiões superiores do tronco posterior, pescoço e ombros, sendo descritas também manifestações extracutâneas da afecção. De etiologia desconhecida, pode estar associado com infec ções bacterianas ou virais, alterações hematológi-cas e diabetes melito (DM) (1). Destaca-se que em 50% dos casos publicados de EB há associação com DM (2).O objetivo deste estudo é o relato de um caso de EB em paciente diabético tipo 2 de longa data, já com complicações secundárias à evolução da doença.
RELATO DO CASOHomem branco, 54 anos, procurou o Serviço de Dermatologia do Hospital Guilherme Álvaro por prurido na região inguinocrural, sendo diagnosticada Tinea cruris. Ao exame dermatológico geral, foi notada intensa infiltração difusa de coloração eritêmato-violácea locali-