Este artigo busca fazer um breve registro focando o processo organizativo das mulheres negras em diálogo com: a inclusão de gênero e raça nas políticas públicas; a realização das conferências internacionais - em especial a Conferência Mundial sobre as Mulheres e a III Conferência Mundial contra o Racismo, a Discriminação Racial, a Xenofobia e as Formas Conexas de Intolerância; o pós-Durban, a ação e o monitoramento; e os 120 anos após a abolição da escravidão. Ao final, são formulados alguns desafios a considerar na luta pela igualdade e justiça social.
Este artigo contém três eixos: a determinação pela vida digna; 33 anos de organização nacional e internacional; e a criatividade a serviço da construção acadêmica do conhecimento. A organização é histórica, e, na busca de ampliação da plataforma feminista, antirracista e anti-homofóbica, as mulheres negras teceram inúmeras críticas quanto à invisibilidade de sua ação política nos movimentos sociais (em especial o negro e o feminista) e na sociedade. A contestação mais direta refere-se à maneira secundarizada no tratamento de sua opressão e organização. Desse modo, seja por meio dos discursos políticos, dos comportamentos e/ou da produção teórica, as mulheres negras apareceram historicamente como sujeitos implícitos. No período contemporâneo, motivadas pela busca de superação do racismo, sexismo, LGBTfobia e desigualdades sociais, econômicas e sociais, as mulheres negras têm tido êxito em seu processo organizativo com o ativismo político, social e acadêmico.
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