http://rêvista.anphlac.org.br dossiê, compreende-se que a maneira como a racialização das relações sociais, assim como as lutas contra as formas de dominação, são experienciadas no dia a dia do embate contra as práticas de segregações racistas e no debate político calcado em variadas expectativas, sendo questões que merecem ser consideradas a partir de contextos e situações sociais concretas, que vão sendo transformadas ao longo do tempo.Por último, temos no dossiê especial duas entrevistas inéditas sobre trajetórias de vida e experiências acadêmicas, que cruzam Chile, México, Brasil e Moçambique. A primeira entrevista, realizada durante a pandemia de Covid-19 por Matheus Serva Pereira e Priscila Dorella, é com o historiador brasileiro, professor titular aposentado da UFBA, Valdemir Zamparoni, autor do livro basilar De escravo a cozinheiro: colonialismo e racismo em Moçambique (2007). Nessa entrevista, Zamparoni revela, de forma instigante, como o seu percurso intelectual no Brasil foi se abrindo, ao longo dos últimos 40 anos, para América Latina e, principalmente, Moçambique, a partir das influências do movimento negro brasileiro, das lutas pelas independências na África, dos processos revolucionários na América Central e do contato com escritores comprometidos com a luta contra o colonialismo, como Frantz Fanon,