Os desafios da geração do conhecimento em saúde ambiental: uma perspectiva ecossistêmicaChallenges for knowledge generation in environmental health: an ecosystemic approach
Resumo As transformações mais profundas nos ecossistemas amazônicos foram produzidas pela expansão da fronteira agrícola. No norte de Mato Grosso, esse fenômeno contribuiu com a derrubada e queima de mais de 50% da floresta nativa. Os ecossistemas aquáticos foram contaminados com agrotóxicos e mercúrio. Objetivamos compreender como se comportou a saúde da população local em função dessas alterações ambientais. Trata-se de um estudo de caso, fundamentado pelos pilares da ecossaúde: transdisciplinaridade, participação social e equidade de gênero. Os resultados sugerem que, na fronteira agrícola amazônica de Mato Grosso, a degradação e a contaminação dos ecossistemas estão relacionadas à emergência de novas doenças. A crescente abertura da fronteira ao mercado global consolida a geração de riscos industriais, contribuindo com o aumento da incidência de doenças cronico degenerativas.
This article examines opportunities and limitations regarding knowledge generation in the field of environmental health. The contention is that understanding the complexity of factors that determine the health of humans and ecosystems requires a redefinition of the traditional distribution of roles and responsibilities in scientific research. These research practices involve inter and transdisciplinary approaches and the application of an ecosystemic approach (ecohealth). Challenges and opportunities associated to the application of inter and transdisciplinarity in environmental health problems are discussed and illustrated by two case studies that use an ecohealth approach: a project on the contamination and exposure to mercury in the Brazilian Amazon, and another on the urban transmission of echinococcosis in Nepal. In the conclusion, the potential benefits of using an ecohealth approach in overcoming the limitations of unidisciplinary practices and in taking advantage of local knowledge and participation is stressed.
Em função da pavimentação da BR-163 (Cuiabá-Santarém) e da abertura do Porto de Miritituba, no estado do Pará, fazendas de gado do extremo norte de Mato Grosso vêm sendo transformadas em lavouras de grãos (sistemas tradicionais consorciados milho-soja). Essa transição gera questionamentos sobre os riscos de reproduzir, na Amazônia, um modelo de produção baseado no uso intensivo de agrotóxicos. Como a expansão das lavouras de soja pode afetar a saúde da presente e futura geração? Como agricultores familiares e fazendeiros percebem os riscos? A pesquisa envolveu 23% do universo de produtores rurais dos municípios de Alta Floresta, Carlinda e Paranaíta. No plano socioambiental, o modelo de desenvolvimento agrícola nessa fronteira agrícola tem gerado situações altamente paradoxais. Enquanto favorece uma elite agrícola urbana e desconectada da terra, que não se preocupa com os riscos à saúde, associados ao extensivo uso de agrotóxicos, cria perigos ao modo de vida rural, os quais geram preocupações aos agricultores familiares.
A ocupação agrícola da Amazônia, além de contribuir para a degradação de uma porção importante deste bioma, trouxe consequências negativas para a saúde da população local. Estes impactos aparecem mais claramente quando analisamos a fronteira agrícola a partir de uma perspectiva histórica. Este foi o trabalho empreendido em uma pesquisa de tese de doutorado que estudou a relação entre as mudanças ambientais e a saúde pública ao longo do processo de ocupação de uma fronteira agrícola da Amazônia brasileira. O objetivo desta nota técnica é apresentar algumas considerações acerca de um dos principais resultados deste estudo: a verificação de que as mudanças em termos de saúde pública estão relacionadas aos impactos ambientais gerados pela ocupação agrícola...Palavras chave: Fronteira Agrícola; Saúde Ambiental; Amazônia; Mato Grosso.
Os fungos do filo Basidiomycota e da classe Agaricomycetes já são conhecidos desde o início da história da humanidade. Pleurotus ostreatus (Jacq.) P. Kumm, variedade florida, pertence à família Pleurotaceae, e possui alta capacidade de degradar compostos a base de lignina e celulose. Devido a isso, a produção de cogumelos comestíveis apresenta uma alternativa importante para a bioconversão de resíduos agroindustriais em biomassa alimentícia. Neste sentido, o estudo objetivou produzir cogumelos comestíveis Pleurotus ostreatus variedade florida, agregando valor comercial aos resíduos agroindustriais e madeireiros obtidos na região norte do estado de Mato Grosso, além de investigar a eficiência biológica e aferir a perda de matéria orgânica dos substratos. Os substratos utilizados foram serragem, folhas de cupuaçu, e a parte aérea de mandioca, dispostos em 10 tratamentos, com 16 amostras cada, divididas em quatro repetições. Foram definidas combinações diferentes de substratos para cada tratamento, contendo um total de 600g para cada amostra. Os dados obtidos referentes à produção, foram submetidos a análise de variância contendo o coeficiente de variação, o quadrado médio do resíduo e o valor do teste F de Snedecor significativo a 1%. As variáveis avaliadas foram a produção total, produção individual, eficiência biológica e perda de matéria orgânica. O substrato composto por rama de mandioca pura ou acrescida com serragem e/ou folhas de cupuaçu foi o mais indicado para a produção do cogumelo comestível Pleurotus ostreatus variedade florida. Já a serragem pura não é recomendada para o cultivo.
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