O mix público-privado na utilização de serviços de saúde: um estudo dos itinerários terapêuticos de beneficiários do segmento de saúde suplementar brasileiroThe public-private mix and health service utilization: a study of the therapeutic itineraries of Brazilian supplementary care beneficiaries
O estudo trata da satisfação das pessoas nos itinerários percorridos quando da utilização de serviços de saúde públicos e privados em três capitais do sul do Brasil em face de situações de saúde-doença-cuidados. Trabalhando com abordagem qualitativa, foram entrevistados 131 usuários de planos de saúde que receberam cuidados em infarto agudo do miocárdio, alcoolismo, câncer de mama e parto. Em itinerários dotados de inúmeras trajetórias e arranjos entre subsistemas de serviços, sobretudo no campo da saúde mental e da oncologia, a categoria satisfação mostrou boa avaliação no infarto agudo do miocárdio, câncer de mama e parto, pela presença de acesso rápido a recursos técnicos adequados. Insatisfações referiram-se a dificuldades nas informações, instalações, custos, coberturas e autorizações de procedimentos. O estudo mostrou a importância de se considerar a pluralidade dos sistemas de cuidados e a subjetividade do julgamento de valor na implementação de políticas e programas de saúde.
Este estudo de abordagem qualitativa foi realizado com o objetivo de avaliar a percepção de estudantes sobre a aprendizagem da relação médico-paciente (RMP) após reforma curricular no curso de Medicina da Universidade Federal de Santa Catarina, por meio de entrevistas semiestruturadas com 25 dos 46 alunos do décimo segundo semestre do curso, selecionados aleatoriamente. Os resultados mostraram uma RMP valorizada por todos, e empatia, respeito, não julgamento, escuta ativa e linguagem acessível apontados como elementos fundamentais. Foi reportada dificuldade de interação com pessoas portadoras de doenças graves, incuráveis e/ou terminais e também no contexto de emergência. Os recursos para a aprendizagem da RMP mais citados foram os modelos, os estágios nas Unidades Locais de Saúde desde o início do curso e a educação familiar. Sugeriu-se ampliar a abordagem da RMP, supervisão e troca de experiências durante o curso. Concluiu-se que a reflexão dos estudantes sobre a necessidade de aprendizagem da RMP está em processo de desenvolvimento e que cenários como o da integração ensino-serviços de saúde têm significativa importância para a apreensão de habilidades comunicacionais.
ResumoO estudo buscou examinar o modelo assistencial da atenção básica em saúde em Florianópolis, a partir da implementação da Estratégia Saúde da Família, e analisar suas possibilidades de conduzir a organização do sistema de saúde quanto à integração à rede de serviços com coordenação dos cuidados desde a perspectiva dos atores sociais envolvidos. Utilizou-se como metodologia o estudo de caso com abordagens quantitativas e qualitativas e diversas fontes de informação convergentes trianguladas. Foram entrevistadas 789 famílias e 343 profissionais responderam ao questionário do inquérito. A análise do modelo baseou-se nas dimensões: posição da estratégia de saúde da família na rede assistencial; mecanismos de integração da rede assistencial; disponibilidade e uso de informações sobre a atenção prestada e integração do PSF com programas de saúde coletiva e ações de vigilância à saúde. Os resultados mostraram que é preciso avançar mais para a consecução dessas dimensões e para que se constitua em estratégia de reordenamento do SUS, com um mínimo de impacto sobre a conversão do modelo assistencial. O fortalecimento da Estratégia Saúde da Família na posição de porta de entrada preferencial integrada à rede, com referências reguladas para a atenção especializada, indica potencialidades futuras para reorientar a organização do sistema. Palavras-chave: Programa Saúde da Família; Modelo assistencial; Atenção Primária de Saúde.
RESUMO
Com o objetivo de avaliar as perspectivas de incorporação de novas características ao perfil profissional médico na implantação de novas práticas de atenção (Programa de Saúde da Família) no Programa de
ResumoNa Constituição Brasileira, a eqüidade em saúde é tomada como igualdade, garantida pela gratuidade no acesso aos serviços de saúde, o que pressupõe não só uma divisão quantitativa de recursos, mas sua orientação à redução das desigualdades sociais, por meio do modelo assistencial. Nesse sentido, estratégias como o Programa de Saúde da Família têm sido consideradas como implementadoras do acesso ao sistema de saúde. Este estudo tem como objetivo desenvolver uma reflexão sobre eqüidade e modelo assistencial PSF, através de revisão baseada em autores que discutem o tema. A visão sobre o Programa de Saúde da Família vem mudando com o passar do tempo, desde crítica a seu caráter focalizado até sua consideração como ação afirmativa. Estudos mostram que mudanças no financiamento e no planejamento do sistema aproximaram os municípios e envolveram novos atores no processo, trazendo maior acesso à atenção básica -embora sem influenciar os outros níveis do sistema. Para que o Programa de Saúde da Família assuma caráter de estratégia de inclusão de segmentos populacionais que não têm acesso aos serviços de saúde, deverá realizar-se por meio de sua incorporação a uma política maior, que garanta suporte social, direitos universais e efetiva implementação da política de saúde. Palavras-chave: Eqüidade em Saúde; Financiamento em Saúde; Programa Saúde da Família; Políticas de Saúde.
Para entender o que é a saúde de uma cidade é necessário utilizar uma grande variedade de técnicas, que vão desde a construção de indicadores de saúde de caráter "objetivo" e quantificáveis até a aplicação de instrumentos de abordagem qualitativa, que permitam conhecer de forma mais aprofundada e contextualizada as percepções e os desejos dos cidadãos da cidade. Este artigo tem o objetivo de descrever a experiência de mensuração contínua de determinantes de saúde, como estratégia para adquirir e disseminar informações para que a cidade de Calgary (Canadá) se tornasse um Município Saudável. Nesta cidade, alguns indicadores foram obtidos a partir de dados secundários. Para os indicadores com dados primários, foram elaboradas questões por sugestão de profissionais do sistema de saúde, validadas em grupos focais formados por pessoas da comunidade. Esse processo teve início em 1994 e o primeiro grande inquérito de determinantes de saúde em nível federal no Canadá foi realizado em 1996, e, desde então, repete-se a cada dois anos. A iniciativa municipal até hoje procura aproximar líderes comunitários, profissionais de serviços, universidade e governantes. Como integrantes de uma equipe de professores universitários que estuda a possibilidade de aplicação de um modelo semelhante em um município de Santa Catarina, e com base nas Políticas Públicas do Brasil voltadas à Promoção da Saúde, os autores têm a perspectiva de participar de iniciativas que divulguem informações acerca do modelo de construção de indicadores desenvolvido naquela experiência.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.