Na esteira das reflexões sobre o centenário da Semana de Arte Moderna, observam-se algumas das principais instituições de guarda de arquivos da literatura brasileira e aponta-se, na iniciativa de sistematizar a conservação de documentos literários, o papel destacado dos líderes do movimento de 1922. Considerando que a noção de patrimônio histórico e artístico tanto quanto a gestão dos bens preservados resultam de ações de modernização material e intelectual das sociedades, traçou-se um percurso pelo IEB-USP, AMLB-FCRB, CEDAE-UNICAMP e AEM-CEL-UFMG[1], cujo momento de abertura correspondeu à recepção de acervos de modernistas, tendo contado com o apoio indispensável dos herdeiros do legado da Semana. Esta visita panorâmica à história da preservação de acervos literários, realizada predominantemente em universidades públicas, tem o propósito de contribuir para a revisão crítica da memória recente como reforço à articulação entre as tarefas de conservar, transformar e inventar.
[1] Essas siglas, indicadoras de instituições de guarda e conservação de arquivos literários, serão referidas, na introdução do artigo, aos nomes, por extenso, das respectivas instituições. Entre as mesmas, apenas o AMLB integra uma fundação do governo federal ligada ao Ministério da Cultura, as demais fazem parte de universidades públicas.
As tendências contemporâneas dos estudos Literários articulam alguns aspectos dos Estudos Culturais com a chamada Crítica Genética, que trabalha com os arquivos dos escritores. A análise de anotações, desenhos, esquemas, rascunhos busca reconstituir as etapas de escritura do texto, enquanto a pesquisa do cenário cultural revela o contexto da atividade de produção literária. Este ensaio concentra seu foco nos arquivos de Pedro Nava e Guimarães Rosa para distinguir a peculiaridade de seus diferentes processos de construção narrativa.
Resumo Este trabalho pretende analisar as figuras de Antônio Conselheiro e Policarpo Quaresma enquanto construções dos escritores Euclides da Cunha e Lima Barreto. Considera-se o contexto cientificista presente no século XX e o modo como este influenciou a composição das personagens. Ademais, é feito um paralelo entre esses 'intelectuais dissidentes' que foram até as últimas consequências para defender seus ideais e morreram sob o estigma da loucura.
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